quinta-feira, outubro 30, 2008

Dino - A Curtir o Som


Aqui no Pulanito, tenho por hábito dar um espaço privilegiado a projectos em que acredite. No caso presente e como tenho seguido a gravidez prolongada deste primeiro filho que o Dino está prestes a parir, dou as boas vindas à luz do dia deste magnífico: “ Eu e os Meus”
Acompanhado pelos Soul Motion e ainda pelo seu “people” como faz questão de referir, este é um trabalho que se nota ter sido feito com a alma e a entrega que caracteriza este músico que apesar de já ter muita estrada com a Jaguar Band, que apoia os Expensive Soul, acho que chegou a hora de ele se chegar á frente e ser inundado pelas luzes da ribalta.
Num outro post, já disse o que pensava deste extraordinário executante que vê agora chegar às lojas este seu primeiro trabalho em nome pessoal e onde conta com a colaboração de outros músicos de nomeada da nossa praça, de onde destaco: Pac Man, Virgul ou Sam The Kid que através da sua editora 4º Mágico, proporcionou ao Dino os meios necessários para que este excelente trabalho inundasse agora os escaparates das lojas da especialidade.
Se tudo correr como previsto, CD “ Eu e os Meus” estará disponível a partir de 10 de Novembro.
No dia 14 de Novembro, em Lisboa e em lugar a anunciar, será feito o espectáculo de apresentação deste trabalho, que em minha opinião, se arrisca a ser um dos discos do ano.
Não é por eu participar nele, mas gosto mesmo muito deste disco.
Recomendo a todos que o adquiram, que o ouçam de ouvidos bem abertos e que neste Natal o elejam como a prenda desta quadra.

Etiquetas: dino, Pac man, sam the kid, Soul Motion, Virgul

Escrito por pulanito @ outubro 30, 2008   2 comentários

domingo, outubro 26, 2008

Ritz Club Revisited.

“Chamo-me Fátima e sou adoptada, desculpe não era bem isto que andava à procura mas talvez possa conhecer o meu pai verdadeiro, por isso decidi deixar este comentário.
Ando a procura da minha família há 26 anos e sei que o meu pai há 26 anos atrás tocava jazz no Ritz, era cabo-verdiano, mas não faço a mínima ideia do seu nome. Se por acaso tiver alguma informação que me possa dar agradecia.”

Esta foi a mensagem que recebi da Fátima na semana passada, entretanto já me enviou um e-mail dizendo que me vai contactar telefonicamente para me facultar mais detalhes, de modo a que o Pulanito possa de novo ser o “ Ponto de Encontro” daqueles que se perderam nas veredas da vida.
Quando escrevia esta mensagem, chegou-me um e-mail da Fátima dizendo que infelizmente nada sabe nem do pai nem da mãe, tendo sido adoptada por uma família que também não lhe puderam adiantar nada acerca das suas origens.
No entanto, e acerca da sua mãe, sabe chamar-se Rosa Monteiro, que era alta e loira e ao tempo (1982) vivia no Estoril. Se for viva terá cerca de 45/50 anos.

Republico agora o post que deu origem a este pedido desesperado, esperando que algum dos leitores do Pulanito possa saber onde localizar o pai desta criatura que vivendo em Inglaterra, se confronta com essa inabalável necessidade de saber de onde veio, para saber para onde ir. Afinal é só um humano desejo que aqui compartilhamos convosco na esperança de que algum de vós nos indique alguma pista que conduza a um desfecho feliz.

Vamos lá ajudar a Fátima a descobrir este musico cabo-verdiano que em 1980/82 era musico no Ritz Club e de que não sabemos mais que isto.


Ritz Club

Tinha-me mirado e remirado vezes sem conta ao espelho, na expectativa de ver reflectida a imagem que há muito interiorizara. A franja caída sobre os olhos, a tês franzida, a gola do casaco levantada mais o cigarro estrategicamente colocado ao canto da boca conferiam-me um ar suficientemente adulto de modo a ludibriar o porteiro do Ritz Club, e finalmente subir aquele lance de escada que me havia de catapultar para um mundo de fadistas, chulos e putas no que se refere ao género humano, e chouriço assado, bacalhau à brás e whisky marado no respeitante aos comes e bebes. Apesar da notória decadência o Ritz era um ex-libris de Lisboa. Quando se galgava aquela escadaria, encontrávamos à direita o barbeiro que zelava pelo aspecto dos proxenetas que faziam bicha pró penteado, e à direita o restaurante e casa de fados, onde coabitavam as piores vozes de Lisboa e o melhor bacalhau à Brás da cidade branca. Mais um lance de escadas e abriam-se as portas do paraíso. Para quem até ali só ouvira descrições verbais daquele espaço, estar ali e apreciar ao vivo e a cores aquela inebriante atmosfera de músicos, garçons, otários e prostitutas era qualquer coisa de alucinante. Os 10$00 da entrada davam direito a duas cervejas Sagres de litro - rara embalagem para a época - que o empregado depositava na mesa de uma só vez.






Descobri uma foto onde pontuam as famosas "granadas" de litro da Sagres. Só para ilustrar a coisa.


O velho ritz- foto "surripiada" de ritzclube.spaces.live.com


Sentados estrategicamente a um canto esperávamos pelo espectáculo de palco, já que o outro que desenrolava na sala, era por nós consumido avidamente sem que dele perdêssemos pitada.
Na pista de baile entre boleros e tangos tocados pela orquestra residente, logo baptizada por nós de “Conjunto Mitra” devido à avançada idade dos seus componentes , evoluíam mulheres de mau porte dançando com embriagados provincianos de patilha, que dali a pouco num qualquer cubículo de pensão manhosa com águas correntes quentes e frias, haveriam de largar nota da grossa, a troco de céleres prazeres carnais.


O saudoso Camacho e Costa no Ritz Club em foto da época deste post.


Depois de terminada a série dançante e segundo o amarelecido cardápio do espectáculo, haveríamos de assistir ainda ao casal de velhotes (cujos nomes se me varreram da memória), mas que fizeram rir gerações com rápidos números de teatro revisteiro na linha dos sketches do Zéquinha e da Lélé a anteceder o momento da noite, de que vezes sem conta, ouvíramos falar e que, finalmente iríamos presenciar: o strip tease de Miss Kelly! Quando Miss Kelly pisava as tábuas do velho Ritz, todos os olhos se dirigiam para o foco de luz branca que insidia sobre as adivinhadas formas roliças que se escondiam por debaixo do longo vestido de lantejoulas cintilantes.


O fabuloso Conjunto "Mitra"foto "surripiada" de ritzclube.spaces.live.com



O pianista do “ Conjunto Mitra” acompanhado pelo contrabaixista, ilustravam o momento com acordes a propósito, enquanto Miss Kelly dirigia lânguidos olhares à assistência, ao mesmo tempo que puxava lentamente com os dentes, um a um, os dedos da luva que lhe chegava ao antebraço e que simulava atirar para a assistência. A tensão crescia à medida que esta se desfazia dos adereços com movimentos estudados e mil vezes repetidos.

Livre trânsito do Ritz Club do meu amigo Manuel Matos, já com mais de 40 anos. Naquele tempo era um privilégio a que nem todos tinham acesso.

Quando Miss Kelly se voltava de costas e fazia correr lentamente o fecho último, qual porta que se escancarava para a paisagem corporal pressentida. Havia na sala um instante em que a respiração ficava suspensa à espera daquele momento único, e para nós primeiro, em que um atónito olhar juvenil percorria a geografia física de uma mulher adulta, que iria marcar a passagem da idade da penugem, para o clube dos fala grossa. Depois de franqueadas as portas do Ritz, havíamos de ali passar muitas das nossas jovens vidas. Tantas, que quase nos tornámos mobília. Tantas, que assistimos ao desaparecimento do velhote comediante e ainda ao de dois músicos do “ Conjunto Mitra”. Tantas, que assistimos à ascensão e queda do mito Miss Kelly, cujo corpo sulcado pelo álcool e pelo tempo, haveria de arrastar até à exaustão pelo tabuado do velho Ritz.

Publicado no Jornal O Campo 2002

Etiquetas: Lisbon by night, Musica de cabo verde, Ritz Club

Escrito por pulanito @ outubro 26, 2008   6 comentários

sexta-feira, outubro 24, 2008

Orelha Negra - Debutantes Domadores de Notas

Apresento-vos o logo dos " Orelha negra"
“Primeiro estranha-se, depois entranha-se” assim inventou o príncipe dos poetas o slogan para a marca Coca-Cola que não chegou a ser utilizado nos idos anos 30 .
No caso presente dos “Orelha Negra”, este slogan assenta-lhes que nem uma luva, já que o comentário geral da assistência era do género: O som é estranho, mas é muito bom..
Pela minha parte cheguei ao Music Box (onde fui pela primeira vez) de imediato reconheci o amplo espaço do antigo Texas Bar, esse templo dos prazeres efémeros a que aportava marinhagem dos quatro cantos do mundo.
Eram outros tempos, outras realidades, quando o Cais do Sodré era a capital da maladragem ribeirinha de uma certa Lisboa, e o Texas Bar a sua sala de visitas.
Bem. Deixemo-nos de lamúrias de antanho e regressemos ao espectáculo de apresentação desta nova trupe.
Mira, Rebelo, Ferreira, Gomes e Cruz. Sim, apenas os seus apelidos são a identificação destes cinco músicos sobejamente conhecidos no meio musical português urbano onde para além deste novo projecto, qualquer um deles têm outros projectos e abordagens daquilo que mais amam: a música.
Pensava-se inicialmente que iria aparecer uma nova cantora a sublinhar os inesperados acordes deste recentíssimo projecto.
Outros diziam que o projecto era unicamente instrumental e que visava um novo conceito estético-musical, e nesse particular ninguém saiu desiludido.
De facto os cinco músicos, entraram mudos e saíram calados o que penso fazer parte da estratégia o que é verdadeiramente arrojado, para a exigência descartável dos tempos que correm.

Bem. A música começou a fluir e a casa cheia que esperava ansiosa por ouvir esta nova sonoridade, aprovava em acenos de cabeça a acompanhar as vibrações musicais que lhes invadiam os respectivos pavilhões auriculares.
A coisa foi ganhando proporções num crescendo a que a audiência se ia entregando a estes domesticadores de notas musicais, obrigando-a a exorcisar medos e fantasmas em forma de dança, quase como, que fossem impulsionados por uma estranha vontade. Eram afinal e apenas, os debutantes domadores de notas a tomarem conta dos nossos corpos.
Não falo aqui em qualquer estilo musical, porque não o sei enquadrar. Aquilo não era rock, nem funk, nem hip hop e jazz muito menos. Quando perguntei ao Rebelo como é que ele identificaria este inusitado som, ele respondeu-me: É pá, isto é uma ópera Hip Hop e saiu sorrindo deixando no ar, que cada um a podia adjectivar da forma que melhor entendesse.

Por não ter fotos dos outros intervenientes, deixo apenas a do Mira. Logo que arrange outras aqui as trarei.

Os samples do Samuel pincelavam com maestria a paisagem sonora pintada pelos restantes companheiros desta viagem musical. O baixo do Chico marcava, sombreava, sublinhava a cadência que o virtuosismo do João Gomes coloria com os sons retirados da sua paleta feita de piano, sintetizadores e outros artefactos. Se juntarmos aqui a maestria dum Frederico Ferreira, (provavelmente o mais requisitado dos bateristas portugueses) e ainda a extraordinária destreza desse monstro dos loops, scratches, samples e outras habilidades do DJ Alexandre Cruz, temos completo o lote dos cinco “orelha negra”, que sempre poderei dizer, ter tido o privilégio de assistir ao seu debut.
Fico apenas com a ideia de que o arrojo do projecto não tenha espaço de penetração no conservador mercado português, mas auguro para este projecto uma interessante carreira fora do “torrão lusitano”.

Etiquetas: Chico rebelo, fred, hip hop, joão gomes, Orelha negra, sam the kid

Escrito por pulanito @ outubro 24, 2008   2 comentários

domingo, outubro 19, 2008

Feira de castro- O Pulsar da Feira em Retratos à la Minuta

A Feira de Castro continua a ser um marco nas tradições alentejanas por toda a região do Campo Branco. Começa também aqui no Pulanito ser tradicional a respectiva reportagem fotográfica, especialmente para aqueles que não assistiram ai vivo à feira mais antiga do sul do país.
À imagem de outros anos vou-me deixar de palavreado, deixando que as fotos falem por si.

No Domingo de manhã havia um mar de gente subindo e descendo a Rua Fialho de Almeida, artéria fundamental que desagua no recinto secular da feira.

No Sábado deparei-me com este "Fernando Pessoa" vendendo o Borda D'àgua, essa publicação secular que atravessa os tempos e que a Editorial Minerva, teima (e bem) em manter no mesmo formato. Este "Pessoa", encaixava ás mil maravilhas no artigo que mercava, não fosse este guia da natureza, uma quase "ode triunfal".



Um moiral e um ganhão fazem uma paragem estratégica antes de se internarem na multidão. Bem sei que são cantadores vestidos para o efeito, mas há poucas décadas atrás este seria um quadro absolutamente normal.

Facas....



E anjos...


Imagem da crise: 2 guarda chuvas e uma carteira de cabedal por 5 euros. mesmo chovendo e o produto anunciado cair como "mosca no mel", o esforçado speaker não conseguia escoar a mercadoria. Comprei-lhe eu o artigo, para o poder apreciar de perto.



A feira parou para a ver passar. Olha que coisa mais linda mais cheia de graça..a coisa mais linda que eu já vi passar. Já só a apanhei de costas, mas garanto-vos que a frente ainda era melhor que a traseira. Excelente lavagem de olhos em dia de chuva.



A feira também parou para os ver passar....




A vertigem do carrocel...a chuva só veio trazer ainda mais adrenalina.


Coisas que já só se vêm na Feira de Castro



Digam lá como é que o Sr. Joaquim Custódio não teria lugar nesta galeria, depois de se fazer à foto melhor que muitos profissionais.


No ano passado estes apoios para arca foram uma das minhas mercas.



Cajados de moiral. Uma das imagens da genuinidade desta feira multisecular.



No ano que vem estou cá caído...2009 é ano de bota nova.



Para além de multisecular a feira de castro é também multiracial. Para o caso e como o homem das castanhas não pode faltar numa reportagem como esta, aqui estão duas mulheres magrebinas comprando castanhas. Um cenário impossivel alguns anos atrás.


O homem dos balões empresta á feira o colorido que os céus parecem quere negar.

Uma despreocupada visitante experimenta sentada na soleira da porta o seu novo par de sandálias.

Romãs - fruta de Outono. Sinal que é tempo de feira de Castro.

Terra de grandes barrigas onde há tanta gente gorda, ou então a outra canção: Não te cuides não, vais ver onde vais parar!

Etiquetas: alentejo, Castro Verde, entradas, Feira de Castro

Escrito por pulanito @ outubro 19, 2008   5 comentários

sexta-feira, outubro 17, 2008

Orelha Negra - O enigma continua!


Os Orelha Negra, essa surpreendente banda mistério que se mostrará ao mundo no próxima quinta-feira dia 23 de Outubro no Music Box ao Cais do Sodré pelas 23.00 horas.
Enquanto o pau vai e vem, os “Orelha Negra” vão aguçando a curiosidade do comum dos mortais, com a sua série de fotos feitas a meias com capas de antigos vinis, que nos deixam algumas pistas sobre tão enigmático projecto.
A única coisa que sei em relação ao projecto em causa, é que se trata de um projecto vanguardista e instrumental onde a surpresa pessoal e sonora decerto imperará.
Apesar de ter um canal privilegiado para saber “de que vá el tema”, desta vez não me foi deixado assistir a nenhum ensaio e quando apareço junto dos elementos do grupo sinto que estes mudam de conversa.
É lógico que estão no seu pleno direito de salvaguardar a expectativa que se tem vindo a criar à volta deste invulgar nome, que sugere vários sentidos e diversas leituras que desde já, vão alimentando as conversas em tertúlias da especialidade.
Estou tão curioso como os amigos, familiares e admiradores destes cinco músicos de eleição (e isso posso afirmá-lo com total convicção), já que estes têm conseguido manter um silêncio sepulcral à volta deste debutante projecto.
Numa rápida busca na Net, damos com montes de sítios a falarem do projecto, mas abordando-o sempre a papel químico de um post inicial, o que quer dizer que pouco ou nada nos é adiantado.
Pela minha parte avanço mais esta excelente foto que só serve para adensar o mistério criado à volta destes “Orelha Negra”

Escrito por pulanito @ outubro 17, 2008   3 comentários

Comprar Versus Alugar!

E agora. Como é que vamos pagar tudo isto?


São 3.50 da madrugada e a insónia veio para ficar. Vai daí, entre o olhar para o tecto na escuridão e agarrar-me à companhia das teclas e do ecrã foi uma decisão que não me custou muito a tomar e aqui estou.
Já que aqui estou, vou-vos hoje falar dum tema que já publiquei há uns bons oito anos e onde defendia que havia terminado a hora (salvo raras excepções) em que adquirir casa própria deixava de ser uma opção sensata.
Esta semana, num dos programas matinais duma rádio nacional, um carismático e escutadissímo comentador económico propalava aos quatro ventos as vantagens de alugar tecto em vez do adquirir.
Escrevia eu no ano 2000 e que agora recupero actualizando alguns factos e decisões que agora me vieram dar total razão. É claro que então tive algumas trocas de argumentos com leitores e bancários que não compartilhavam (e estavam no seu direito) com a minha radical posição.

Escrevia eu então:

Portugal é um dos países da Europa com o maior número de proprietários, isto porque desde os finais dos anos sessenta, aquando da implementação da propriedade horizontal, o Zé povo desatou a comprar casas e sobretudo apartamentos, baseando-se na lógica financeira, de que era melhor pagar uma mensalidade que reverteria em seu próprio beneficio, do que pagar a renda a um senhorio, o que de certo modo é verdade, e em tempos idos foi um interessante investimento.
Nos dias que correm, e salvo algumas excepções, esses benefícios já não são tão interessantes, senão vejamos:
Se tivermos por base um apartamento que custe 125.000 euros, e se fizer o empréstimo na totalidade, pagará nos próximos 30 anos (quando escrevi isto ainda não havia 40 e 50 anos) e se a taxa de juro indexada se mantiver inalterável durante esse tempo qualquer coisa como 613 euros por mês, (estas contas eram de 2000, entretanto a coisa alterou-se para bem pior) mais o tal seguro de vida obrigatório, que ainda estou para saber porquê, que custa cerca de 20 euros durante os mesmíssimos 30 anos.
Terá que pagar ainda a contribuição autárquica (hoje IMI) que nunca será inferior a 800 euros por ano assim como a taxa de condomínio do edifício que regra geral será de 40 euros por mês.
Terá ainda que contribuir com a parte que lhe tocar para as grandes obras que o edifício vier a ter ao longo desses anos, nomeadamente pintura, infiltrações, substituição de portas e outras obras que sempre acontecem.
Isto quer dizer que apuradas as contas o seu apartamento vai-lhe custar qualquer coisa como € 750 euros por mês se adicionarmos, dividirmos ou multiplicarmos pelos anos do empréstimo as quantias a este indexadas.
Isto para não falar das obras portas dentro, que durante 30 anos hão-de ser algumas, especialmente ao nível da cozinha, casas de banho, pinturas ou o fecho de terraços, transformados em marquises tão ao gosto português.
Podemos sempre argumentar que estamos a pagar uma coisa que é nossa e que podemos sempre vender. De facto tal acontece, mas se não for para comprar uma mais pequena e num sítio mais distante, raramente ficará a ganhar com a venda, até porque terá sempre que comprar outra casa para viver.
Na minha modesta óptica, esta é uma simples operação de mudança de senhorio (mas sem as preocupações e obrigações inerentes, que passam a ser suas embora a casa não o seja), embrulhada num papel mais vistoso, logo mais atraente.
Por outro lado se pegar em pouco mais de metade da quantia aqui exemplificada, poderá alugar o mesmíssimo apartamento, não tendo que nele efectuar qualquer obra, pagar condomínio ou contribuição autárquica. Se se incompatibilizar com o vizinho, com o companheiro ou companheira, pode pegar na trouxa e rapidamente mudar de casa.
Se o local onde mora começar a ser muito ruidoso, inseguro ou pouco recomendável só tem que dar o prazo estipulado em contrato e recomeçar vida noutro local que lhe ofereça melhores garantias.
Se arranjar emprego noutra cidade, não tem que pagar duas rendas enquanto não soluciona o problema do apartamento que deixou para trás e tantas outras mais valias, especialmente ao nível da mobilidade, como aqui ficou demonstrado.
É claro que isto é só um exercício comparativo não aplicável a toda a gente nem a todas as situações, mas até agora uma coisa que parecia indiscutível, começa a ganhar contornos e argumentos a seu favor especialmente nas grandes cidades.


Pronto. Isto era o que eu escrevia há largos anos atrás. Julgo que nos dias que correm e com a dramática crise no sector imobiliário, com o governo a deduzir no IRS parte do valor da renda, com os empréstimos a 40 e a 50 anos pasme-se, os nossos jovens (e não só) continuam por via genética a interiorizar uma das mais famosas publicidades que terá mudado a maneira de pensar dos portugueses e que rezava assim “ Quem casa quer casinha…Pois, pois J. Pimenta”.
Esta frase foi culpada do câmbio das mentalidades de então no que se refere à aquisição de casa própria, coisa que era uma miragem para a classe média de então.

Só para compor o ramalhete, conheço alguns casos verdadeiramente demonstrativos da dependência que alguns portugueses têm de sofrer na pele, pelo simples facto de pensarem que ao adquirirem a sua casinha estavam a fazer o investimento da sua vida, estavam afinal a assinar uma escritura de escravidão e subserviência perante as implacáveis entidades bancárias.
Conheço pelo menos dois casais, cujos casamentos há muito terminaram, mas que são obrigados a manter não por uma questão de fachada, mas sim por não se conseguirem ver livres da casa que é dos dois e não poderem comportar duas rendas de casa.

Tenho ainda uma amiga, cuja vida empresarial lhe correu mal, e que contraiu um empréstimo que a obrigava a pagar 1.200 euros ao banco mensalmente. Agora trabalha por conta de outrem, ganha 800 euros, teve de arranjar um segundo emprego só para pagar a renda ao banco, já que não consegue vender o imóvel, mesmo a um preço muito abaixo do seu valor de mercado.
Parece que finalmente alguém abriu os olhos e as pessoas como esta minha amiga que vive neste calvário há cinco anos poderá fazer um interregno nesta obrigação e apenas pagar uma renda que esteja dentro do seu comprovado orçamento.
Isto apenas acontece porque o estado foi obrigado a intervir, já que por livre iniciativa dos bancos e apesar de todos os dias lhes entrarem casas pela casa dentro, não podendo as pessoas pagar as mensalidades com que se comprometeram, estes só se preocupavam em investir o dinheiro dos depositantes em fundos “tóxicos” e de rentabilidade virtual e especulativa, criando a espiral de crise e desânimo em que vivemos e que para serem salvos da falência, teve que o dinheirinho dos contribuintes servir de fiduciário.
Entretanto continuam a assobiar para o ar, pois sabem perfeitamente de quem é a culpa do “Estado a que isto chegou” que como Salgueiro Maia um dia exemplificou, foi a razão que o levou a dirigir os chaimites para o Quartel do Carmo.
Parece-me que isto está a precisar de um ciclo novo. Parece-me!
Mas quem sou eu para me pôr a fazer futurologia.
Sim. Quem sou eu!

Etiquetas: aluguer de apartamentos, comprar apartamento, Orçamento Geral do Estado

Escrito por pulanito @ outubro 17, 2008   4 comentários

segunda-feira, outubro 13, 2008

Com o Pensamento na Feira de Castro


Já abordei o tema Feira de Castro de muitos e variados ângulos. Quando se aproxima a data em que os nossos corações alentejanos aceleram a sua batida, é sinal que estamos em vésperas desse grande evento anual em que Castro Verde é invadida por forasteiros, ciganos e tendeiros que emprestam à vila um invulgar colorido e um inusitado movimento.
Há-de se continuar a comparar a deste ano, com outras doutros tempos. Que dantes é que era. Que a feira agora é só um fim-de-semana. Que os produtos eram muitos e variados, e por aí a fora; mas continuaremos todos à espera dessa magnifica e provavelmente chuvosa terceira sexta-feira de Outubro para podermos abrir a hostilidades feirantes.
Embora não saiba ainda o que vou feirar, já estou em contagem decrescente para esse voltar de página de calendário emocional que é o maior acontecimento anual por terras do Campo Branco.
Lá encontraremos muitas das mesmas caras que anualmente, povoam o recinto e a nossa imaginação.
Os ciganitos que fotografei o ano passado lá estarão, mas com um palmo a mais de altura e os mesmos olhos azuis marinhos que enfeitiçaram o diafragma da minha câmara.
Lá estará o inevitável cajadeiro que ano após ano me impinge um novo que de nada me serve, mas que me dará um porte de mercador feliz quando for a minha vez de subir a rua Fialho de Almeida aquando do meu regresso a casa.
O cajado será um excelente desbloqueador de conversa já que os conhecidos com quem me cruzar se irão meter comigo por causa do bordão.
Voltarei a andar de câmara em punho procurando captar e congelar momentos que sejam dignos de aqui serem exibidos, um pouco à imagem do que fiz em anos anteriores e assim guardar e compartir com quem por aqui passa, algumas imagens da mais bonita feira ao sul.
Por lá emborcaremos minis aos “rabanhos” e mercaremos coisas que queremos continuar a acreditar que só aqui se encontram.
Ainda não é este ano que venho de lá com botas novas, mas quando as minhas se estragarem esperarei que chegue a próxima feira para viver o ritual de quase ser enganado pelo feirante do calçado artesanal.
Hei-de vir carregadinho de nozes e castanhas no meu cesto de verga pintado de motivos geométricos verdes e vermelhos que já prometi a mim mesmo comprar.
A tal gorpelha que namorei o ano passado, muito provavelmente casarei com ela este ano, embora não saiba onde a colocar, mas isso também não me parece que seja um problema de maior.
Para quem há uns parágrafos atrás não sabia o que feirar, já quase necessito de várias viagens para carregar o que a imaginação me vai ditando.
Mas se a gorpelha é namoro recente a panela de ferro é paixão antiga e este ano quero lá saber que seja cara, quero é ficar com uma para fazer uns cozidos à lareira.
Não me posso esquecer de comprar facas e uma ou duas colheres de pau. Isto já é fetiche e não tem só a ver com esta feira em particular…é mesmo só doença minha.
Facas e anjos…como o nome do filme, mas muito antes do raio do titulo do filme. Ainda pensei que conhecesse o realizador, mas não era mesmo só coincidência. Facas e anjos.
Por lá me cruzarei com gente cujos nomes se me varreram da memória, mas cujos traços fisionómicos denunciam esta ou aquela casta e que, encostado ao meu bordão imaginário (se não tiver o verdadeiro comigo) vou tentar decifrar a proveniência, mas confesso que perco na maior parte das vezes, o que não me impede de continuar a jogatina das feições.
Tentarei não perder a solenidade do cante das vozes da terra, que troando rua abaixo nos fazem lembrar que somos daqui, e que o ancestral legado em forma de cante, não é nada mais que o brio dum povo que se orgulha das suas tradições seculares.
De modo a que não me deixe embalar por esta toada “nacionalista” vou de novo acordar e sugerir aos leitores do Pulanito que se no próximo fim de semana não tiverem programa vão até á feira de Castro que é uma experiência altamente recomendável.
Se me encontrarem por lá…pois, beberemos juntos para celebrar.

Etiquetas: alentejo, Castro Verde, Feira de Castro

Escrito por pulanito @ outubro 13, 2008   4 comentários

Multihotel Unlimited - Um conceito que aconselho vivamente!




Hoje venho aqui vender o meu peixe, que sem desprimor para outras bancas cá do mercado, é o mais fresco, o mais saboroso e acima de tudo o mais barato.
Como é que eu consigo isso, perguntam vocês?
Pois com muita perseverança, muito engenho, muita dedicação e alguma sorte á mistura.
Bem. Falemos então um pouco mais seriamente, embora o que disse anteriormente num registo meio metaforoso também corresponda á verdade.
A minha empresa (Multihotel) lançou hoje um produto de excepcional qualidade, com uma abrangência nunca vista e a um preço absolutamente simbólico: O Cartão Multihotel Unlimited.

E o que é o Cartão Multihotel Unlimited?



Pois bem, trata-se de um cartão de associado à Multihotel por um, dois, ou três anos e que permite ao seu titular e ao seu agregado familiar (máximo 6 pessoas) instalar-se em unidade hoteleiras de gabarito sem terem de pagar pelo alojamento.

Parece impossível?

Não é. A Multihotel já vinha comercializando este produto na forma de talonário que permitia a duas pessoas pernoitarem 7 noites (cada talonário) em dezenas de hotéis em Portugal. Agora rompemos com tudo isso e comercializamos tempo, ou seja: em vez das tradicionais 7 noites para 2 pessoas, agora pode ficar as que quiser e levar consigo a sua família.

Como é que funciona o sistema?

Simples. Nós pedimos aos hotéis os quartos que eles não vendem e em troca, damos-lhe clientes que embora pernoitando gratuitamente, têm como contrapartida a obrigação de efectuar determinados consumos mínimos em comidas e bebidas. Regre geral Pequeno Almoço e outra refeição – Consumos esses que as pessoas já teriam de fazer de algum modo.

Vantagens do Cartão Multihotel Unlimited.

Cartão plastificado e personalizado
Possibilidade de inserção da foto do titular
Mais de 1300 hoteis
17 Países da Europa
Válido para as noites que entender durante o período de vigência
Válido para o seu agregado familiar
Reservas feitas através da Internet e com apoio dos nossos serviços
Ideal para oferta especial

Preço?

Bem o preço deste produto é uma verdadeira pechincha. Por apenas 120 Euros poderá ter acesso durante um ano a 1300 hotéis em 17 países.

Campanha de lançamento junto dos leitores do Pulanito.

Para celebrar a chegada deste novo produto ao mercado oferecemo-lo aos leitores do Pulanito por apenas 80 Euros, ou seja: terá um desconto de 40 Euros.

Esta oferta é válida até ao dia 31 de Outubro e quem quiser usufruir dela deverá ligar para o 282 356 162 e falar com a Angela Gonçalves dizendo que é leitor do Pulanito e que pretende usufruir da campanha especial de lançamento.

E pronto, simplesmente por ter passado por aqui, poderá ter poupado 40 Euros ou mesmo mais, até porque a campanha no site é também ela de lançamento.

Quem quiser ver como funciona o produto, só terá que passar pelo website da Multihotel e inteirar-se de todas as vantagens de pertencer a este exclusivo clube que existe desde 1992.
http://www.multihotel.com/unlimited

Etiquetas: Férias baratas, hoteis, hoteis pela europa, Multihotel, Multihotel Unlimited, reserva de hoteis

Escrito por pulanito @ outubro 13, 2008   2 comentários

sábado, outubro 11, 2008

Cagando P'ra Toda a Gente

O meu conterrâneo Chico Horta num momento de alta inspiração, e ainda a propósito do post anterior, simboliza no momento actual o desprezo que sinto por toda a classe politica que nos governa ou que nos tem governado nas últimas décadas.
O Chico Horta retrata com rara lucidez, como esse fauna de interesseiros conduziu o país nas últimas décadas; por isso aqui fica a minha admiração por este extraordinário poeta popular que já foi motivo de inspiração para uma música do meu filho Samuel, e que com este Cagando P’ra Toda a Gente, reflecte muito do que uma grande parte dos portugueses sentem no presente momento.

Cagando P’ra Toda a Gente

Cagando pr'o PPD
Cagando pr'o CDS
Eu caguei pr'o PCP
E também caguei para o PS

Eu caguei pr'o Balsemão
Pr'o Freitas do Amaral
Eu caguei para o Cunhal
E o Bochechas fecha a mão
Vai o maior cagalhão
Que em toda a vida caguei
E também caguei pr'o rei
O senhor Ribeiro Teles
Cago pr'a todos eles
Cagando pr'o PPD

Eu caguei pr'o presidente
Caguei pr'as Forças Armadas
Eu faço as minhas cagadas
Cagando pr'a toda a gente
E quem não estiver contente
Ainda mais me merda merece
Porque eu nunca me esquece
Lá debaixo do sobreiro
Caguei pr'o senhor Saleiro
Cagando pr'o CDS

Eu caguei para o ministro
Cá da nossa agricultura
Cago sempre com fartura
Porque eu no cagar estou bem visto
E ainda correm o risco
D'eu cagar pr'a quem não sei
Cago pr'a quem fez a lei
Que me proibiu de cagar
Mandando o cinto apertar
Eu caguei pr'o PCP

Caguei pr'a democracia
Caguei pr'o socialismo
Caguei pr'o comunismo
E caguei para a monarquia
E mais cagar já não podia
Mesmo que eu cagar quisesse
O muito cagar aquece
As bordas de um cu bendito
Que cagou cozido e frito
E caguei para o PS
Porque eu caguei a bem cagar
Como há muito não cagava
E não pude cagar pr'a mais
Porque a merda não chegava

Etiquetas: cagando p'ra toda a gente, chico horta

Escrito por pulanito @ outubro 11, 2008   6 comentários

quinta-feira, outubro 09, 2008

A Complexidade do Papel Higiénico


Noutros tempos cagava-se atrás duma árvore e limpava-se o cu a um seixo que fosse suficientemente pontiagudo de modo a raspar os resíduos merdilosos que ficavam agarrados aos pêlos do cu.
Noutras latitudes onde o seixo não a(bunda), utilizava-se a famosa folha de couve, de que se deveria ter o cuidado de atirar para bem longe, não fosse o caso desta ir parar dentro duma qualquer panela e a sopa ficar: uma merda.
Quando o papel se começou a vulgarizar, bocados de sacas de cimento ou de outros materiais, jornais velhos e outra papelagem estiveram nos primórdios daquilo que se convencionou posteriormente chamar de papel higiénico, uma forma camuflada de chamar papel limpa cus a esses rolos que normalmente cortam por todo o lado menos pelo picotado, conforme Mário Mata imortalizou na célebre canção “Não há nada p’ra ninguém”.
Um velho amigo meu, o professor Amaral, tinha por hábito utilizar o dito papel como guardanapo em refeições de alguma pompa e circunstância, especialmente se algum dos convivas fosse estrangeiro, deliciava-se a explicar a razão da utilização do dito rolo escudando-se na terminologia portuguesa, servindo a explicação muitas das vezes como desbloqueador de conversa e terminar em risota geral.
Dizia o velho professor, se o papel era chamado de higiénico e não fora utilizado para outros fins, tanto poderia servir para limpar a boca como para limpar o cu; agora se o papel tivesse o nome que tem noutras línguas, a coisa poderia ter contornos de má educação, coisa de que a traiçoeira da língua portuguesa o safava e inclusive fazia brilhar, tal era a concordância dos convivas, nas muitas vezes que o vi fazer o número do papel higiénico.
Aqui há tempos vi ou li algures que a fábrica Renova estava a revolucionar a limpeza dos rabiosques espanhóis com a sua gama de papéis higiénicos a que “nuestro hermanos” estavam rendidos, sendo que, esta era uma aposta ganha e um orgulho para Portugal, que uma empresa portuguesa estivesse a singrar no difícil mercado do cu espanhol, até porque, o último sucesso desta empresa era a introdução do papel higiénico de cor preta, uma autêntica pedrada no charco, ou como em tempos antigos “ uma seixada no pandeiro”.
Todos sabemos que esta é uma área a que muitos poetas e escritores dedicaram muito do seu saber. Destaco neste particular o enorme poeta António Botto em Portugal e Carlos Drumont de Andrade no Brasil, como dois expoentes máximos do elogio do cu e seus arredores no que se refere à língua portuguesa.
De qualquer modo, o papel higiénico é um excelente aferidor da evolução do género humano e um símbolo de modernidade urbana e rural, até porque este artigo faz parte do quotidiano de qualquer automobilista ou mesmo da bagagem de qualquer pastor, que embora esteja rodeado de seixos por tudo quanto é lado, também este, já se rendeu à suavidade desta revolucionária invenção.
No outro dia recebi um mail que me alertava para as formas de marketing que estão a invadir o mercado, no que a este artigo diz respeito.
Este anónimo cidadão dá-nos conta da sua estupefacção e presenteia-nos com o seguinte raciocínio que é da sua inteira responsabilidade:

Ao fazer compras no supermercado, fiquei palerma com a linha de papéis higiénicos Neve.
Segundo o fabricante, Neve é um produto sofisticado, destinado às classes A e B... só se for A de Apaneleirado e B de Bicha, pela quantidade de mariquices anunciadas, como o Neve Ultra, que já vem com algumas opções: «alto-relevo de flores, perfume e uma micro-textura» que, segundo o texto da embalagem, proporciona aos seus felizes utilizadores «a suavidade de uma pétala de rosa»!
Perguntar não ofende: alguém já limpou o cu com uma pétala de rosa?
Depois, temos o Ultra Soft Color, mais caro é claro! De cor laranja vem com «extracto de pêssego»... como se o cu distinguisse a cor e sentisse o cheiro!
Mas, o supra sumo é o Neve Ultra Protection, o top da linha. Este Rolls Royce dos papéis higiénicos, além de conter «óleo de amêndoas» , que garante «maciez superior e um cuidado maior com a pele», na sua delicada fórmula encontramos Vitamina E (!!!) Esta coisa de cagar e sair com o cu vitaminado é mesmo coisa de maricas!

Creio que este é um assunto de relevante interesse público e literário, mesmo ao nível de qualquer descoberta civilizacional, relegando para segundo ou quiçá, terceiro ou quarto plano essa coisa que dá pelo nome de crise no subprime ou mesmo a inevitável recessão que se avizinha.
A uma conclusão devemos todos chegar: Podemos não ter que comer, mas limparemos nossos alvos cus em style!
Depois não digam que não vos avisei….

Etiquetas: papel higienico neve, renova, subprime

Escrito por pulanito @ outubro 09, 2008   12 comentários

quarta-feira, outubro 08, 2008

Orelha Negra- Um Novo e Arrojado Projecto na Cena Musical Tuga

Prestem atenção ao trabalho engenho-fotográfico da foto promocional dos Orelha Negra

E no princípio era o sopro, leve e seco, para afastar as partículas de pó, seguindo-se do som do poisar da agulha sobre o vinil. Deixar-se levar e, até chegar o loop, esse bem precioso enquanto base para experimentação, oscilando entre as noventa e as cem batidas por minuto, para a desconstrução do que se conhece como canção para chegar a génese da mesma. Nos últimos meses este quinteto de músicos lisboetas tem vindo a desafiar o conhecimento que cada um nutre sobre a a história da música pop do ontem, do agora em diante… Desenvolvendo um gosto particular pelo risco, a vontade de ascender para o nível seguinte, dado que a viagem se iniciara quando da tentativa bem-sucedida de dar vida em palco ao disco “Pratica(mente)”. Novas possibilidades desfilavam diante dos olhos destes cinco músicos, à medida que a música se manifestava sem esforço e ganhava espaço. E foi neste ambiente que se criou o projecto Orelha Negra – entre concertos, hotéis, estrada e sala de ensaios. Ferreira, Gomes, Rebelo, Mira e Cruz partilharam um extenso número de referências musicais quase esquecidas. Descobrindo a vontade tentadora de celebrar os feitos dos heróis e vilões da música pop, diante de uma plateia. Orelha Negra é introspecção. Ouvir. Se não lhe reconhecemos a origem, pelo menos saberemos qual é a finalidade musical, pois trata-se de um desafio inofensivo para quem se entrega ao acto de absorver gigas de mp3 em gadgets digitais e, claro, em shuffle. Vamos aceitar o convite que nos é proposto, e vamos ser testemunhas desta busca, desta vontade de depurar o groove, ao vivo. E quem sabe se no movimento dos nossos corpos não se encontrarão os elementos que faltam para completar o beat perfeito.
(Texto e foto sacados do Myspace dos Orelha Negra)

A atentar na foto promocional dos cinco músicos, é de esperar uma cena completamente louca que pretende deixar boquiabertos os que assistirem ao lançamento deste projecto que terá lugar no Music Box no próximo dia 23 de Outubro, onde marcarei presença pela certa.

É só estarem atentos. Até porque todo o rebanho tem a sua "Orelha Negra".

Escrito por pulanito @ outubro 08, 2008   2 comentários

segunda-feira, outubro 06, 2008

I Don´t Like Mondays


Detesto segundas-feiras! Detesto-as tanto, que começo a odiar os domingos só por serem vésperas destas.
À segunda-feira nada me corre bem. Tenho sempre um humor daqueles de rosnar bons dias a quem me saúda, a minha cabeça é uma completa desarrumação, cujas ideias num exercício de “ chega p´ra lá” me provocam um tal mau estar, que nem perto de mim consigo estar.
Se eu mandasse abolia este fatídico dia. As semanas por mim começavam à terça-feira de preferência da parte da tarde.
Quando há um tempo atrás ouvi alguém do governo dizer que os feriados iriam passar a ser sempre à segunda-feira, apoiei de imediato esta medida. Mentalmente reivindiquei logo o dobro dos existentes para que a minha tese da total abolição deste fatídico dia, começasse a ser uma realidade. Se fosse funcionário público e se me dessem a escolher entre o horário total ou a redução de horário, nem hesitaria em retirar do meu calendário laboral esse horrível dia que dá pelo nome de segunda, mas é a primeira das minhas dores de cabeça semanais. Rebobinando as segundas-feiras da minha vida de que tenho memória, nenhuma delas me trás grandes recordações e se por acaso o Benfica perdeu durante o fim-de-semana a coisa ainda tem tendência a piorar.
É à segunda-feira que sou chamado ao gerente bancário para me dar conta da minha falta de liquidez, isto na sua linguagem polida e cheia de salamaleques, porque antes dele me avisar já eu sei que ando teso e não é de agora.
Quando vou ao médico é sempre à segunda-feira e num discurso que me parece combinado com o do gerente bancário - só que ao contrário – este, agora fala-me do que tenho a mais: dos excessos de colesterol, triglicéridos ou ácido úrico, só para falar dos valores que põem em risco a minha saúde física.
Hoje, segunda-feira, entro no carro, faço marcha atrás e por uma unha negra, ou por protecção divina, não o desfaço contra a camioneta de carreira que deve no mínimo ser dez vezes maior que a minha viatura e eu não a vi, o que me faz lembrar que devo marcar consulta no oftalmologista, que também deve estar aborrecido por não aparecer por lá há mais de dois anos, quando combinei lá ir de seis em seis meses, de preferência á segunda-feira.
À imagem dos outros dias também à segunda-feira compro o Record, que para meu desalento informa que o Benfica perdeu a liderança do campeonato bem como a série vitoriosa de jogos que vinha disputando até então.
É à segunda-feira que os trolhas costumam faltar ao trabalho, no caso de haver sobrado algum para gastar dos alucinantes fins-de-semana a que se entregam os profissionais desta classe. Às vezes, muitas vezes até, penso que dentro de mim vive um trolha recalcado que por trabalhar às segundas-feiras se sente culpado por não ter nobreza nem sentido de classe.
Enquanto me dou a estes devaneios, ligo o computador e reparo que não tenho mensagens para responder. Sintonizo a rádio numa estação decadente, a música que está prestes a tocar chama-se: “I Don´t Like Mondays”. Pela primeira vez não me sinto sozinho nesta cruzada contra as segundas-feiras.

Escrito por pulanito @ outubro 06, 2008   4 comentários

quinta-feira, outubro 02, 2008

Catarina Mira e João Paulo Sousa - Os Novos Apresentadores do Disney Kids no Fama.

Pronto. Para quem não viu veja aqui a entrevista que a Catarina e o João deram ao programa Fama de Domingo passado.

Não vale a pena dizerem que sou um pai babado, porque sei que sou, e tenho muito orgulho nisso e nos meus 3 filhos, sendo que dois deles são agora conhecidos do grande público.

A minha Susana é que não vai em filmes e subir a escadaria do estrelato não é com ela, e não é por falta de talento ou beleza, porque disso, tem ela para dar e vender.

Mas pelo andar da carruagem vou ter de perfilhar o João Paulo e assim sendo aos poucos vou construindo a razão de abrir uma agência artistica de representação e gestão de carreiras.

Etiquetas: Catarina Mira, Disney Kid, João Paulo Lopes, sic

Escrito por pulanito @ outubro 02, 2008   7 comentários

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