quinta-feira, outubro 08, 2009

Feira de Castro 2009

Bem-vindos à Feira de Castro 2009, parece dizer o meu amigo Joaquim Custódio!


O tempo, esse cavalo alado que corre mais veloz do que o vento, faz com que se me descuido, me apanhe ainda a arrumar os cacos da feira anterior e já a próxima está de pau e pano em riste.
Falo dessa inevitabilidade anual que se repete há mais de 400 anos e que dá pelo nome de Feira de Castro, um marco mais que assinalável, histórico no panorama dos rituais de resistência das terras mais a sul, mais propriamente em Castro Verde.
Desde há vários anos (mais de dez) eu e alguns indefectíveis militantes da causa feirante, fazemos a nossa abertura da feira na sexta-feira que antecede os dois grandes dias, onde Portugal inteiro parece ter vindo desaguar à capital do Campo Branco.
Tanto eu como os meus apaniguados sentimos o peso desta instituição secular que terá começado por régia intervenção de Filipe I de Portugal, que por sinal era espanhol e a pretexto de angariar verbas para a construção da basílica ex-libris desta terra, terminou com algumas das feiras circundantes e juntou-as todas numa grande feira que tem lugar marcado no terceiro fim de semana de Outubro das nossas vidas e de tantas outras passadas.
Já aqui escrevi sobre a feira, sobre os ciganos, sobre os produtos, sobre outros tempos da feira, sobre histórias que fui ouvindo de gente mais velha, o que quer dizer que este polígono feiral já não tem muitos mais ângulos por onde o possa abordar sem correr o risco de me repetir.
Penso já ter escrito isto noutro local que não aqui no Pulanito, mas mesmo assim cá vai:
A Feira de Castro foi sempre um acontecimento que me esteve atravessado no peito, porque por incrível que pareça só aí fui pela primeira vez já contava 36 anos, embora todos os outros anteriores e desde que tenho consciência e vontade própria aí sempre quis ir; mas desde esse data jamais falhei um ano, sabendo os meus que das duas ou três datas sagradas que tenho, uma delas pertence à Feira de Castro.
O que me levou a falhar a 35 edições da minha vida prende-se com o facto de ter muito cedo partido das terras do Campo Branco e enquanto por lá vivi nunca me lá terem levado.
Depois lá para os meus 10 anos - já em Lisboa - dá-se um episódio curioso. Uma das lições do meu livro da quarta classe era acerca da Feira de Castro, coisa que como podeis imaginar, eu sabia de trás para a frente, de cor e salteado, ou mesmo a fazer o pino e foi a lição que curiosamente me saiu na prova oral do exame da quarta classe. Como podereis imaginar fiz um brilharete digno de impressionar os examinadores e graças à maior feira tradicional do Alentejo obtive uma nota de se lhe tirar o chapéu, julgo mesmo que foi um Muito Bom.
Com o passar dos anos e com a entrada na mocidade este acontecimento ficou subalternizado no meu consciente, que certamente estaria mais interessado em catrapiscar moçoilas de seios a rebentar blusas, do que em me preocupar com feirantes e ciganos.
Não que tal tenha acontecido até aos 35 anos, mas aquando do meu "chamamento à terra mãe", jurei que se fosse por mim esta feira jamais acabaria e cá estou a abordar a feira numa perspectiva que talvez ainda não tivesse feito.
Nos dias 17 e 18 de Outubro por lá andarei de máquina em punho à cata de momentos para eternizar. Lá irei ver o homem das fisgas cuja mulher tem sobre ele um ascendente que o deixa envergonhado (também gosto do lado sociopata da coisa!), e mais o homem da banha da cobra, mais os vendedores que fazem to taipal da camioneta o seu palco e que de microfone (sempre tapado com o lenço de assoar - penso que por causa do feedback!) pendurado ao pescoço prometem vender este mundo por meia dúzia de tostões e ainda leva de graça a lua e os satélites imaginários que estes conseguem pôr na carrada, que a maralha licita à nota de 20 Euros cada.
Bem já me estiquei que baste neste prólogo da feira mais a sul, que sendo mais que um sitio onde se mercam coisas, é aqui, neste terceiro fim de semana de Outubro que a diáspora baixo-alentejana se encontra para celebrar mais um ano das suas vidas.

Etiquetas: Castro Verde, ciganos, feira de castro2009

Escrito por pulanito @ outubro 08, 2009   6 comentários

domingo, outubro 19, 2008

Feira de castro- O Pulsar da Feira em Retratos à la Minuta

A Feira de Castro continua a ser um marco nas tradições alentejanas por toda a região do Campo Branco. Começa também aqui no Pulanito ser tradicional a respectiva reportagem fotográfica, especialmente para aqueles que não assistiram ai vivo à feira mais antiga do sul do país.
À imagem de outros anos vou-me deixar de palavreado, deixando que as fotos falem por si.

No Domingo de manhã havia um mar de gente subindo e descendo a Rua Fialho de Almeida, artéria fundamental que desagua no recinto secular da feira.

No Sábado deparei-me com este "Fernando Pessoa" vendendo o Borda D'àgua, essa publicação secular que atravessa os tempos e que a Editorial Minerva, teima (e bem) em manter no mesmo formato. Este "Pessoa", encaixava ás mil maravilhas no artigo que mercava, não fosse este guia da natureza, uma quase "ode triunfal".



Um moiral e um ganhão fazem uma paragem estratégica antes de se internarem na multidão. Bem sei que são cantadores vestidos para o efeito, mas há poucas décadas atrás este seria um quadro absolutamente normal.

Facas....



E anjos...


Imagem da crise: 2 guarda chuvas e uma carteira de cabedal por 5 euros. mesmo chovendo e o produto anunciado cair como "mosca no mel", o esforçado speaker não conseguia escoar a mercadoria. Comprei-lhe eu o artigo, para o poder apreciar de perto.



A feira parou para a ver passar. Olha que coisa mais linda mais cheia de graça..a coisa mais linda que eu já vi passar. Já só a apanhei de costas, mas garanto-vos que a frente ainda era melhor que a traseira. Excelente lavagem de olhos em dia de chuva.



A feira também parou para os ver passar....




A vertigem do carrocel...a chuva só veio trazer ainda mais adrenalina.


Coisas que já só se vêm na Feira de Castro



Digam lá como é que o Sr. Joaquim Custódio não teria lugar nesta galeria, depois de se fazer à foto melhor que muitos profissionais.


No ano passado estes apoios para arca foram uma das minhas mercas.



Cajados de moiral. Uma das imagens da genuinidade desta feira multisecular.



No ano que vem estou cá caído...2009 é ano de bota nova.



Para além de multisecular a feira de castro é também multiracial. Para o caso e como o homem das castanhas não pode faltar numa reportagem como esta, aqui estão duas mulheres magrebinas comprando castanhas. Um cenário impossivel alguns anos atrás.


O homem dos balões empresta á feira o colorido que os céus parecem quere negar.

Uma despreocupada visitante experimenta sentada na soleira da porta o seu novo par de sandálias.

Romãs - fruta de Outono. Sinal que é tempo de feira de Castro.

Terra de grandes barrigas onde há tanta gente gorda, ou então a outra canção: Não te cuides não, vais ver onde vais parar!

Etiquetas: alentejo, Castro Verde, entradas, Feira de Castro

Escrito por pulanito @ outubro 19, 2008   5 comentários

segunda-feira, outubro 13, 2008

Com o Pensamento na Feira de Castro


Já abordei o tema Feira de Castro de muitos e variados ângulos. Quando se aproxima a data em que os nossos corações alentejanos aceleram a sua batida, é sinal que estamos em vésperas desse grande evento anual em que Castro Verde é invadida por forasteiros, ciganos e tendeiros que emprestam à vila um invulgar colorido e um inusitado movimento.
Há-de se continuar a comparar a deste ano, com outras doutros tempos. Que dantes é que era. Que a feira agora é só um fim-de-semana. Que os produtos eram muitos e variados, e por aí a fora; mas continuaremos todos à espera dessa magnifica e provavelmente chuvosa terceira sexta-feira de Outubro para podermos abrir a hostilidades feirantes.
Embora não saiba ainda o que vou feirar, já estou em contagem decrescente para esse voltar de página de calendário emocional que é o maior acontecimento anual por terras do Campo Branco.
Lá encontraremos muitas das mesmas caras que anualmente, povoam o recinto e a nossa imaginação.
Os ciganitos que fotografei o ano passado lá estarão, mas com um palmo a mais de altura e os mesmos olhos azuis marinhos que enfeitiçaram o diafragma da minha câmara.
Lá estará o inevitável cajadeiro que ano após ano me impinge um novo que de nada me serve, mas que me dará um porte de mercador feliz quando for a minha vez de subir a rua Fialho de Almeida aquando do meu regresso a casa.
O cajado será um excelente desbloqueador de conversa já que os conhecidos com quem me cruzar se irão meter comigo por causa do bordão.
Voltarei a andar de câmara em punho procurando captar e congelar momentos que sejam dignos de aqui serem exibidos, um pouco à imagem do que fiz em anos anteriores e assim guardar e compartir com quem por aqui passa, algumas imagens da mais bonita feira ao sul.
Por lá emborcaremos minis aos “rabanhos” e mercaremos coisas que queremos continuar a acreditar que só aqui se encontram.
Ainda não é este ano que venho de lá com botas novas, mas quando as minhas se estragarem esperarei que chegue a próxima feira para viver o ritual de quase ser enganado pelo feirante do calçado artesanal.
Hei-de vir carregadinho de nozes e castanhas no meu cesto de verga pintado de motivos geométricos verdes e vermelhos que já prometi a mim mesmo comprar.
A tal gorpelha que namorei o ano passado, muito provavelmente casarei com ela este ano, embora não saiba onde a colocar, mas isso também não me parece que seja um problema de maior.
Para quem há uns parágrafos atrás não sabia o que feirar, já quase necessito de várias viagens para carregar o que a imaginação me vai ditando.
Mas se a gorpelha é namoro recente a panela de ferro é paixão antiga e este ano quero lá saber que seja cara, quero é ficar com uma para fazer uns cozidos à lareira.
Não me posso esquecer de comprar facas e uma ou duas colheres de pau. Isto já é fetiche e não tem só a ver com esta feira em particular…é mesmo só doença minha.
Facas e anjos…como o nome do filme, mas muito antes do raio do titulo do filme. Ainda pensei que conhecesse o realizador, mas não era mesmo só coincidência. Facas e anjos.
Por lá me cruzarei com gente cujos nomes se me varreram da memória, mas cujos traços fisionómicos denunciam esta ou aquela casta e que, encostado ao meu bordão imaginário (se não tiver o verdadeiro comigo) vou tentar decifrar a proveniência, mas confesso que perco na maior parte das vezes, o que não me impede de continuar a jogatina das feições.
Tentarei não perder a solenidade do cante das vozes da terra, que troando rua abaixo nos fazem lembrar que somos daqui, e que o ancestral legado em forma de cante, não é nada mais que o brio dum povo que se orgulha das suas tradições seculares.
De modo a que não me deixe embalar por esta toada “nacionalista” vou de novo acordar e sugerir aos leitores do Pulanito que se no próximo fim de semana não tiverem programa vão até á feira de Castro que é uma experiência altamente recomendável.
Se me encontrarem por lá…pois, beberemos juntos para celebrar.

Etiquetas: alentejo, Castro Verde, Feira de Castro

Escrito por pulanito @ outubro 13, 2008   4 comentários

quinta-feira, setembro 04, 2008

Caldeirada de Rãs e outras "Alembraduras"!

A famosa caldeirada de rãs!


Ontem (03/09/08) fui alentejanar lá pra’s bandas do Alentejo profundo, mais propriamente para a Àgua Santa da Herdade - perto de Martinhanes -Mértola, local de onde postei uma das crónicas mais lidas deste blogue (ver post de Setembro 2007) e onde falava das agruras e maravilhas deste pedaço de Portugal desconhecido, e onde voltei passado um ano.
Tinha combinado com o Pardal, António José Brito e com o Caeiros (pessoal lá de Entradas...portanto) passar um serão nestas inóspitas paragens, onde poderia comer a tão almejada caldeirada de rãs de que ouvira falar vezes sem conta.
Não sei porquê, mas este batráquio exerce em mim um fascínio gastronómico, mas que havia anos, senão mesmo décadas que não voltava a sentir nas minhas papilas gustativas o paladar de tão requintado pitéu.
A coisa foi finalmente combinada, e lá abalámos caminho deste santuário em busca de sabores há muito guardados no báu das memórias.
Passámos primeiro por casa do Caeiros que se havia encarregado de por à prova os seus dotes culinários num dos pratos mais simples, mas ao mesmo tempo, mais aplaudidos e apaladados, que por alturas estivais se podem por aqui provar: A Tomatada.
A tomatada é um suculento prato feito com produtos da época e que podem variar consoante o gosto de cada um, e que consiste em juntar, tomates, cebola e ovos, num “revuelto” onde a imaginação de cada mestre de culinária poderá acrescentar o que lhe apetecer.
De qualquer modo estava muito saborosa e revelou-se uma excelente forma de acompanhamento das bogas do rio e mesmo das rãs fritas que lentamente devorámos num ritual que me trouxe à lembrança a última vez que fui à rã.

Teria eu, uns doze anos, quando uma ida à ribeira (à sucapa) consistia numa aventura para mais tarde recordar (como agora está a acontecer).
Sem autorização paternal, sabíamos que nos arriscaríamos no mínimo a um puxão de orelhas, e se a coisa metesse mais aflição talvez um sova de cinto, logo um risco mais que acrescido caso viéssemos a ser descobertos.
Era Verão e logo pela manhã combinei com o meu primo Chico Zé uma caçada à rã.

Armados de fisga na algibeira traseira, rumámos ao pego onde estas se ouviam coachar em sintonia e em sinfonia.
Caçar rãs à fisga implica, uma dose de perícia ao nível de atirador olímpico, coisa que nenhum dos dois possuía, vai dai termos gasto grande parte da manhã a tentar acertar no gelatinoso batráquio, o que se revelou um enorme fracasso.
Para além disso de cada vez que fazíamos um tiro, todas as rãs se atiravam ao pego, só regressando à tona quando a segurança estava assegurada, o que demorava sempre o seu tempo. Resta-me dizer que, melhorámos a nossa pontaria, mas de caçada…nem uma para amostra.
Regressámos a casa para almoçar e não sermos descobertos (condição fundamental para podermos à tarde regressar), e como “ quem não tem cão caça com gato”, optámos pelo plano B, que consistia em esvaziar o pego.
Não me recordo onde o meu primo foi desencantar uma bomba de escoar àgua, o que é certo, é que pela hora da calmaria lá iam estes dois predadores a caminho do mesmo pego, com a firme determinação de o esvaziar e desta vez acabarmos com aquela raça que nos havia atormentado a manhã.
Em Julho e Agosto, as ribeiras deixam de correr formando-se charcos com mais ou menos profundidade a que por aqui se chamam pegos e onde as espécies sedentárias se vão governando do elemento essencial, até que uma nova estação traga leito abaixo as primeiras renovadoras enxurradas, bálsamo essencial para a renovação das espécies e para a marcação dos ciclos da natureza.
Bem, deixemo-nos de filosofia barata e voltemos ao pressentido holocausto.
À medida que a água ia escoando ribanceira abaixo e o volume acumulado no charco cada vez menor, sentíamos a adrenalina de quem está próximo de eliminar de um só golpe o maior número possível de “inimigos”.
Munidos de tábua e saco, fomo-nos internado no pego e quando a água era já uma miragem foi um vertiginoso desatar de paulada nos inocentes batráquios que à medida que eram abatidos eram colocados dentro de cada um dos sacos.

Não me recordo de haver comido essas rãs. Tanto mais que não as podíamos levar para casa. Deste episódio guardo na memória o penoso caminho de volta, enlodados até á medula, às costas um saco recheado de cadáveres de rã e ainda a pesada bomba e respectivo magueirame, que carregámos repartindo o peso pelos dois.
Eu não levei nas orelhas porque estava de férias em casa da minha avó, mas o meu primo levou uma "tuna de porradas" daquelas de ficar todo roxinho e moidinho, e de cama três dias.

Recordo-me deste episódio aqui e agora, enquanto devoro a belissima caldeirada e escuto à minha volta a amálgama de conversas que surgem mais depressa do que o João Domingos (o anfitrião) debita minis em cima da mesa.
Ao meu lado um trabalhador agrícola, conhecedor da terra, silêncios e aves, como se das linhas da palma da sua mão se tratasse, desafia outro conviva (no caso um biólogo com cargo de relevo no ICN), a pronunciar-se sobre o tema que ele pensa (e se calhar bem) dominar melhor que o eminente cientista.
Desafia-o a responder a determinadas perguntas armadilhadas, mas de que este se defende com uma linguagem empírica, mas com um excelente conhecimento do terreno que (pelo olhar) deixa o seu interlocutor bastante admirado.
Falam de predadores. O homem da terra pergunta-lhe se sabe quem depois do homem é o maior predador. O outro hesita, aventa a hipótese do saca-rabos, mas logo o trabalhador agrícola lhe diz com ar vitorioso ser o bufo, e explica porquê.
- Daqui até ao açude (talvez 2km) devem haver 10 ninho de bufo. Cada bufo tem 3 crias, logo necessita de 3 peças de caça por dia para alimentar a prole, multiplicando isto pelo número de dias que lava um bicho destes a abandonar o ninho dava, pelas contas deste “entendido” qualquer coisa como 30 a 40 peças de caça, vezes trinta dias do mês – faça-lhe as contas e diga-me lá quem é o maior predador Sr. Dr. - rematou, ao mesmo tempo que com o olhar buscava cumplices para a sua teoria.
O tempo e as minis foram-se esgotando e por mais que gostasse de ali ficar a ouvir as deliciosas conversas que bailavam de boca em boca, estava na hora de abalar.
Como isto foi escrito de rajada, deve estar uma grande bosta, mas vou correr o risco e publicá-la mesmo assim.
Depois tratarei de lhe dar uns retoques. Portanto e para os mais perfeccionistas, poderão vir aqui vários dias, que sempre terão acesso a uma versão melhorada de uma noite há muito anunciada, e em que me lembrei do facínora que era enquanto pré-adolescente, e onde me diverti no meio de gente verdadeira, vertical (só até ás primeiras 15 minis, depois já não me responsabilizo).
A rapaziada presente veio de Entradas, Castro Verde, S. João dos Caldeireiros.
Pró ano há mais...



PS: Não tenho fotos de jeito, por isso aqui fica aquela que afinal foi mote e razão deste post.

Etiquetas: àgua santa, caldeirada de rãs, Castro Verde, entradas, figueirinha, Maritnhanes, Mértola, Penilhos, SPA alentejo, Tacões, vizeus

Escrito por pulanito @ setembro 04, 2008   6 comentários

quarta-feira, agosto 13, 2008

Zé Lima e Rosa Carvalho passam hoje por Castro Verde

José Lima e Rosa Carvalho á partida de Cuba

Nós cá somos assim",dizem os de Cuba. Os dois bandeirantes da Volta a Portugal em Cadeiras de Rodas (VPCR) tiveram que dividir a etapa de Alvito a Beja ,entre a estrada e o salão paroquial de convívio em Cuba,para receberem o calor das gentes da planície dourada.


Ceifeiras de Cuba- Homenageando os corajosos triciclistas

Meteu almoço,organizado pela Amiga Jacinta Baptista,presidente da Associação de Solidariedade-AMAR-e cante popular pelo grupo de Ceifeiras Alentejanas de Cuba. Cantaram, dançaram e animaram o Lima a Rosa, o poeta popular Senhor Pedro Malandroe todos nós. Já na rua cantaram (de arrepiar):VAMOS LÁ SAINDO POR ESSES CAMPOS FORA... Depois foi o regresso ao asfalto com temperatura amena, como a brandura das frescas manhãs que nestes dias se tem sentido por aqui e se vai prolongando pelo dia fora, dando a sensação que a canícula já se foi.


Cansados mas felizes - No próximo ano serão muitos mais - a coisa vai ganhando proporções.

Regresso alucinante,a rolar a mais de 30 Km. por hora, acompanhados pelos cadetes do grupo de ciclismo amador de Cuba (turbos a pedais). Que bonito! E o Lima e a Rosa no final, exaustos como os atletas de competição, olhavam um para o outro e diziam: grande adrenalina.

Ficaram em Beja a descansar. Amanhã vão entrar nos domínios do Pulanito.Passarão por Entradas para terminarem em Castro Verde (sairão ás 7horas,protegidos pela B.T. de Beringel)utilizando o bom piso da IP2. E quando houve lugar às despedidas e agradecimentos os "da Cuba" avançaram como de costume:Nós cá "semos "assim! Boa gente !Bons moços!...Continuem,não parem,vão Por aí...

PS: O Grupo Desportivo da Baronia enviou-nos uma mensagem dizendo que também eles escoltaram e ajudaram o Zé e a Rosa no dia anterior a esta recepção em Cuba. Isto quer dizer que por toda a parte tem havido solidariedade pedalante para com estes corajosos triciclistas.

Poderão visitar o blogue deste grupo em http://www.gdcbaronia.blogspot.com/

Texto e fotos: Joaquim Miguel Bilro

Etiquetas: cadeira de rodas, Castro Verde, Cuba, VCPR, volta a portugal em cadeira de rodas, Zé Lima

Escrito por pulanito @ agosto 13, 2008   6 comentários

segunda-feira, agosto 11, 2008

Zé Lima e Rosa Carvalho Chegaram ao Alentejo

Zé Lima e Rosa Carvalho em pleno Alentejo, escoltados por cicloturistas locais



Zé Lima e Rosa Carvalho, são os dois únicos participantes na Volta a Portugal em cadeira de rodas.
Descem desde Ponte de Lima até Quarteira, num périplo verdadeiramente desgastante para duas pessoas que apenas usam a força dos braços para galgar os quilómetros que têm pela frente e que, muitas das vezes, são-no em forma de montanha que estes têm de vencer.
Neste momento demandam terras alentejanas. O Joaquim Miguel acompanha a par e passo a saga destes dois heróis que contra tudo e contra todos, levarão certamente a “água ao seu moinho”.
Na sexta-feira quando chegarem a Quarteira terão um encontro com outro “ ganda maluco”, o Zé do Pedal (aqui lautamente referenciado) para combinarem acções conjuntas de chamadas de atenção para problemas, que para o comum dos mortais, lhes passam ao largo das suas vidas.
De referir que um paraplégico, para além do esforço que é mãodalar (pedalar com as mãos) têm toda uma logística, que tem de ser pensada, calculada, preparada e cumprida, pois se tal não acontecer, resultará em lesões ou sofrimento dos atletas em prova.
Irei fazer os impossíveis para me encontrar com estes dois protagonistas de tão “bárbara” aventura.
Quem quiser conhecer de que massas são feitos estes aventureiros, é só passar no seguinte endereço: http://webleones.home.sapo.pt/

Etiquetas: alentejo, cadeira de rodas, Castro Verde, José Lima, volta a portugal em cadeira de rodas, Zé Lima

Escrito por pulanito @ agosto 11, 2008   0 comentários

domingo, agosto 10, 2008

Zé do Pedal passa por Entradas a caminho de Joanesburgo

Zé do Pedal e Pulanito à porta de minha casa em Entradas

Um dos mais de 750 dias da viagem que José Castro Geraldo encetou em Paris em Maio último e só terminará em Junho de 2010 em Joanesburgo, foi passado em Entradas.
Fui dar com ele à beira da estrada conversando com um pastor alentejano que se terá interessado por tão curiosa personagem e tão invulgar veículo.
Já havíamos falado por telefone de modo a dar-lhe algumas coordenadas acerca da sua passagem por terras do Campo Branco.
A autarquia castrense prontificou-se a pagar o alojamento deste viajante intercontinental no aparthotel local e eu havia prometido almoçar com o Zé do Pedal.

Experimentando o veículo do Zé do Pedal

Chegámos a Entradas cerca das 11.30 horas, passámos por minha casa, refrescámo-nos e o Zé do Pedal que não precisa que puxem muito põe ele para que conte uma das mil estórias de um qualquer lugar do mundo, derramou ali, sentado à minha mesa entre um par de minis, episódios das sua múltiplas viagens que para mim, para além de exemplo são um bálsamo e um incentivo de quem conhece melhor que ninguém o cheiro e o som dos silêncios das estradas de todos esses mundos por onde passou.
Zé do Pedal contenta-se com pouco. Um naco de pão, um copo de água, um canto de qualquer quintal, servem para este cavaleiro do asfalto recuperar as forças dispendidas em mais um dia de jornada pedalante.
O tempo voou a uma velocidade estonteante e senão olhasse para o relógio deixaria passar a hora de almoço.
Levei o Zé a almoçar à Cavalariça. Comemos açorda de fraca, que este devorou como se não houvera amanhãs. Dava gosto ver comer esta simpática figura!

Na Cavalarariça meteu-se com as empregadas e desafiou-as a decifrar este enigma: Porque é que separado se escreve tudo junto, e tudo junto, se escreve separado?
Celebrámos com vinho o mais que provável único encontro pessoal das nossas vidas, mas ficámos a saber, que foi para os dois (muito mais para mim) um momento marcante, daqueles que deixam rasto para o resto da nossa memória existencial.
Pela tarde fora e enquanto lá fora o dia ardia, na fresquidão da minha casa (de onde de resto escrevo) criámos um novo blogue, onde os leitores poderão encontrar relatos das múltiplas viagens pelo mundo que o Zé do Pedal iniciou no longínquo ano de 1981.
Para quem ainda não tenha assimilado, são 27 anos a pedalar. Uma vida!
Tive o privilégio de compartilhar com este amigo grande parte duma jornada inolvidável. De devorar as suas estórias e memórias. De na hora da partida o abraçar e sentir que onde quer que ele hoje, amanhã ou depois esteja, um pouco de mim viaja com ele. Ou será que é ele que viaja um pouco por mim?


Para consultar a vida deste nómada do pedal: http://www.zedopedal2010.blogspot.com/

Quem quiser contactar o Zé do Pedal em Portugal é favor ligar: 917 032 699

Etiquetas: alentejo, Castro Verde, entradas, Joanesburgo, Paris, zé do pedal

Escrito por pulanito @ agosto 10, 2008   4 comentários

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