Com o Pensamento na Feira de Castro
Já abordei o tema Feira de Castro de muitos e variados ângulos. Quando se aproxima a data em que os nossos corações alentejanos aceleram a sua batida, é sinal que estamos em vésperas desse grande evento anual em que Castro Verde é invadida por forasteiros, ciganos e tendeiros que emprestam à vila um invulgar colorido e um inusitado movimento.
Há-de se continuar a comparar a deste ano, com outras doutros tempos. Que dantes é que era. Que a feira agora é só um fim-de-semana. Que os produtos eram muitos e variados, e por aí a fora; mas continuaremos todos à espera dessa magnifica e provavelmente chuvosa terceira sexta-feira de Outubro para podermos abrir a hostilidades feirantes.
Embora não saiba ainda o que vou feirar, já estou em contagem decrescente para esse voltar de página de calendário emocional que é o maior acontecimento anual por terras do Campo Branco.
Lá encontraremos muitas das mesmas caras que anualmente, povoam o recinto e a nossa imaginação.
Os ciganitos que fotografei o ano passado lá estarão, mas com um palmo a mais de altura e os mesmos olhos azuis marinhos que enfeitiçaram o diafragma da minha câmara.
Lá estará o inevitável cajadeiro que ano após ano me impinge um novo que de nada me serve, mas que me dará um porte de mercador feliz quando for a minha vez de subir a rua Fialho de Almeida aquando do meu regresso a casa.
O cajado será um excelente desbloqueador de conversa já que os conhecidos com quem me cruzar se irão meter comigo por causa do bordão.
Voltarei a andar de câmara em punho procurando captar e congelar momentos que sejam dignos de aqui serem exibidos, um pouco à imagem do que fiz em anos anteriores e assim guardar e compartir com quem por aqui passa, algumas imagens da mais bonita feira ao sul.
Por lá emborcaremos minis aos “rabanhos” e mercaremos coisas que queremos continuar a acreditar que só aqui se encontram.
Ainda não é este ano que venho de lá com botas novas, mas quando as minhas se estragarem esperarei que chegue a próxima feira para viver o ritual de quase ser enganado pelo feirante do calçado artesanal.
Hei-de vir carregadinho de nozes e castanhas no meu cesto de verga pintado de motivos geométricos verdes e vermelhos que já prometi a mim mesmo comprar.
A tal gorpelha que namorei o ano passado, muito provavelmente casarei com ela este ano, embora não saiba onde a colocar, mas isso também não me parece que seja um problema de maior.
Para quem há uns parágrafos atrás não sabia o que feirar, já quase necessito de várias viagens para carregar o que a imaginação me vai ditando.
Mas se a gorpelha é namoro recente a panela de ferro é paixão antiga e este ano quero lá saber que seja cara, quero é ficar com uma para fazer uns cozidos à lareira.
Não me posso esquecer de comprar facas e uma ou duas colheres de pau. Isto já é fetiche e não tem só a ver com esta feira em particular…é mesmo só doença minha.
Facas e anjos…como o nome do filme, mas muito antes do raio do titulo do filme. Ainda pensei que conhecesse o realizador, mas não era mesmo só coincidência. Facas e anjos.
Por lá me cruzarei com gente cujos nomes se me varreram da memória, mas cujos traços fisionómicos denunciam esta ou aquela casta e que, encostado ao meu bordão imaginário (se não tiver o verdadeiro comigo) vou tentar decifrar a proveniência, mas confesso que perco na maior parte das vezes, o que não me impede de continuar a jogatina das feições.
Tentarei não perder a solenidade do cante das vozes da terra, que troando rua abaixo nos fazem lembrar que somos daqui, e que o ancestral legado em forma de cante, não é nada mais que o brio dum povo que se orgulha das suas tradições seculares.
De modo a que não me deixe embalar por esta toada “nacionalista” vou de novo acordar e sugerir aos leitores do Pulanito que se no próximo fim de semana não tiverem programa vão até á feira de Castro que é uma experiência altamente recomendável.
Se me encontrarem por lá…pois, beberemos juntos para celebrar.
Há-de se continuar a comparar a deste ano, com outras doutros tempos. Que dantes é que era. Que a feira agora é só um fim-de-semana. Que os produtos eram muitos e variados, e por aí a fora; mas continuaremos todos à espera dessa magnifica e provavelmente chuvosa terceira sexta-feira de Outubro para podermos abrir a hostilidades feirantes.
Embora não saiba ainda o que vou feirar, já estou em contagem decrescente para esse voltar de página de calendário emocional que é o maior acontecimento anual por terras do Campo Branco.
Lá encontraremos muitas das mesmas caras que anualmente, povoam o recinto e a nossa imaginação.
Os ciganitos que fotografei o ano passado lá estarão, mas com um palmo a mais de altura e os mesmos olhos azuis marinhos que enfeitiçaram o diafragma da minha câmara.
Lá estará o inevitável cajadeiro que ano após ano me impinge um novo que de nada me serve, mas que me dará um porte de mercador feliz quando for a minha vez de subir a rua Fialho de Almeida aquando do meu regresso a casa.
O cajado será um excelente desbloqueador de conversa já que os conhecidos com quem me cruzar se irão meter comigo por causa do bordão.
Voltarei a andar de câmara em punho procurando captar e congelar momentos que sejam dignos de aqui serem exibidos, um pouco à imagem do que fiz em anos anteriores e assim guardar e compartir com quem por aqui passa, algumas imagens da mais bonita feira ao sul.
Por lá emborcaremos minis aos “rabanhos” e mercaremos coisas que queremos continuar a acreditar que só aqui se encontram.
Ainda não é este ano que venho de lá com botas novas, mas quando as minhas se estragarem esperarei que chegue a próxima feira para viver o ritual de quase ser enganado pelo feirante do calçado artesanal.
Hei-de vir carregadinho de nozes e castanhas no meu cesto de verga pintado de motivos geométricos verdes e vermelhos que já prometi a mim mesmo comprar.
A tal gorpelha que namorei o ano passado, muito provavelmente casarei com ela este ano, embora não saiba onde a colocar, mas isso também não me parece que seja um problema de maior.
Para quem há uns parágrafos atrás não sabia o que feirar, já quase necessito de várias viagens para carregar o que a imaginação me vai ditando.
Mas se a gorpelha é namoro recente a panela de ferro é paixão antiga e este ano quero lá saber que seja cara, quero é ficar com uma para fazer uns cozidos à lareira.
Não me posso esquecer de comprar facas e uma ou duas colheres de pau. Isto já é fetiche e não tem só a ver com esta feira em particular…é mesmo só doença minha.
Facas e anjos…como o nome do filme, mas muito antes do raio do titulo do filme. Ainda pensei que conhecesse o realizador, mas não era mesmo só coincidência. Facas e anjos.
Por lá me cruzarei com gente cujos nomes se me varreram da memória, mas cujos traços fisionómicos denunciam esta ou aquela casta e que, encostado ao meu bordão imaginário (se não tiver o verdadeiro comigo) vou tentar decifrar a proveniência, mas confesso que perco na maior parte das vezes, o que não me impede de continuar a jogatina das feições.
Tentarei não perder a solenidade do cante das vozes da terra, que troando rua abaixo nos fazem lembrar que somos daqui, e que o ancestral legado em forma de cante, não é nada mais que o brio dum povo que se orgulha das suas tradições seculares.
De modo a que não me deixe embalar por esta toada “nacionalista” vou de novo acordar e sugerir aos leitores do Pulanito que se no próximo fim de semana não tiverem programa vão até á feira de Castro que é uma experiência altamente recomendável.
Se me encontrarem por lá…pois, beberemos juntos para celebrar.
Etiquetas: alentejo, Castro Verde, Feira de Castro
4 Comments:
Irei comprar umas fisgas para ir aos pássaros,já que as pássaras já deram o que tinham que dar...
Val mais um pássaro na mão que um bando a "AVUAR".
Apesar de o "Beato Salú" me ter dito que"quando a sorte não penetra,três na peida e etc.",vou mesmo meter o Euromilhões.
A semana passada estive lá perto,fui Á Galiza.
Um dia ficarei "podre de rico", tu vais ver:compro a FEIRA DE CASTRO toda só para mim,embora depois não saiba onde a meter,"mas isso não é problema".Estou certo,CONVENCIDO,que aparecerá alguém a dizer-me que "soy egoísta i qui la ponga en el .... ,cesto".
O que naturalmente por respeito a ti e a todos os Castrense e ,sobretudo,à Ancestral e muito bonita Feira,não farei.Bom tempo e
boas mérculas,por aí...
Ups!
Nunca feirar pareceu uma actividade tão interessante, senão nas palavras do autor do blogue.
Li este e restantes artigos e fotos acerca da Fêra de Castro. Fez-me regressar ao meu tempo de criança, minha última vez nessa magnifica feira.
Minha mãe dizia que certo, certo pela feira de Castro eram as moscas e a chuva.
Ainda saerá assim?
Catarina Almeida - Seixal, mas natural de Castro Verde
Tenho saudades da feira de Castro,embora tenha só lá ido uma vez,há cinquenta anos atrás,mas traziam-me sempre castanhas e figos...ainda não é este ano ,mas hei-de lá voltar...
Beijinhos e pelos vistos, boa estada pelos States!
Catarina
Feira de Castro ?! Agora é mais concentrado de feira ou enlatado de feira.
Como dizia o outro :
Adeus ó feira de castro
Tão bem te fiquei conhecendo
Tenho a ponta do pau gasto
E as bordas do cu ardendo
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