A Complexidade do Papel Higiénico
Noutros tempos cagava-se atrás duma árvore e limpava-se o cu a um seixo que fosse suficientemente pontiagudo de modo a raspar os resíduos merdilosos que ficavam agarrados aos pêlos do cu.
Noutras latitudes onde o seixo não a(bunda), utilizava-se a famosa folha de couve, de que se deveria ter o cuidado de atirar para bem longe, não fosse o caso desta ir parar dentro duma qualquer panela e a sopa ficar: uma merda.
Quando o papel se começou a vulgarizar, bocados de sacas de cimento ou de outros materiais, jornais velhos e outra papelagem estiveram nos primórdios daquilo que se convencionou posteriormente chamar de papel higiénico, uma forma camuflada de chamar papel limpa cus a esses rolos que normalmente cortam por todo o lado menos pelo picotado, conforme Mário Mata imortalizou na célebre canção “Não há nada p’ra ninguém”.
Um velho amigo meu, o professor Amaral, tinha por hábito utilizar o dito papel como guardanapo em refeições de alguma pompa e circunstância, especialmente se algum dos convivas fosse estrangeiro, deliciava-se a explicar a razão da utilização do dito rolo escudando-se na terminologia portuguesa, servindo a explicação muitas das vezes como desbloqueador de conversa e terminar em risota geral.
Dizia o velho professor, se o papel era chamado de higiénico e não fora utilizado para outros fins, tanto poderia servir para limpar a boca como para limpar o cu; agora se o papel tivesse o nome que tem noutras línguas, a coisa poderia ter contornos de má educação, coisa de que a traiçoeira da língua portuguesa o safava e inclusive fazia brilhar, tal era a concordância dos convivas, nas muitas vezes que o vi fazer o número do papel higiénico.
Aqui há tempos vi ou li algures que a fábrica Renova estava a revolucionar a limpeza dos rabiosques espanhóis com a sua gama de papéis higiénicos a que “nuestro hermanos” estavam rendidos, sendo que, esta era uma aposta ganha e um orgulho para Portugal, que uma empresa portuguesa estivesse a singrar no difícil mercado do cu espanhol, até porque, o último sucesso desta empresa era a introdução do papel higiénico de cor preta, uma autêntica pedrada no charco, ou como em tempos antigos “ uma seixada no pandeiro”.
Todos sabemos que esta é uma área a que muitos poetas e escritores dedicaram muito do seu saber. Destaco neste particular o enorme poeta António Botto em Portugal e Carlos Drumont de Andrade no Brasil, como dois expoentes máximos do elogio do cu e seus arredores no que se refere à língua portuguesa.
De qualquer modo, o papel higiénico é um excelente aferidor da evolução do género humano e um símbolo de modernidade urbana e rural, até porque este artigo faz parte do quotidiano de qualquer automobilista ou mesmo da bagagem de qualquer pastor, que embora esteja rodeado de seixos por tudo quanto é lado, também este, já se rendeu à suavidade desta revolucionária invenção.
No outro dia recebi um mail que me alertava para as formas de marketing que estão a invadir o mercado, no que a este artigo diz respeito.
Este anónimo cidadão dá-nos conta da sua estupefacção e presenteia-nos com o seguinte raciocínio que é da sua inteira responsabilidade:
Ao fazer compras no supermercado, fiquei palerma com a linha de papéis higiénicos Neve.
Quando o papel se começou a vulgarizar, bocados de sacas de cimento ou de outros materiais, jornais velhos e outra papelagem estiveram nos primórdios daquilo que se convencionou posteriormente chamar de papel higiénico, uma forma camuflada de chamar papel limpa cus a esses rolos que normalmente cortam por todo o lado menos pelo picotado, conforme Mário Mata imortalizou na célebre canção “Não há nada p’ra ninguém”.
Um velho amigo meu, o professor Amaral, tinha por hábito utilizar o dito papel como guardanapo em refeições de alguma pompa e circunstância, especialmente se algum dos convivas fosse estrangeiro, deliciava-se a explicar a razão da utilização do dito rolo escudando-se na terminologia portuguesa, servindo a explicação muitas das vezes como desbloqueador de conversa e terminar em risota geral.
Dizia o velho professor, se o papel era chamado de higiénico e não fora utilizado para outros fins, tanto poderia servir para limpar a boca como para limpar o cu; agora se o papel tivesse o nome que tem noutras línguas, a coisa poderia ter contornos de má educação, coisa de que a traiçoeira da língua portuguesa o safava e inclusive fazia brilhar, tal era a concordância dos convivas, nas muitas vezes que o vi fazer o número do papel higiénico.
Aqui há tempos vi ou li algures que a fábrica Renova estava a revolucionar a limpeza dos rabiosques espanhóis com a sua gama de papéis higiénicos a que “nuestro hermanos” estavam rendidos, sendo que, esta era uma aposta ganha e um orgulho para Portugal, que uma empresa portuguesa estivesse a singrar no difícil mercado do cu espanhol, até porque, o último sucesso desta empresa era a introdução do papel higiénico de cor preta, uma autêntica pedrada no charco, ou como em tempos antigos “ uma seixada no pandeiro”.
Todos sabemos que esta é uma área a que muitos poetas e escritores dedicaram muito do seu saber. Destaco neste particular o enorme poeta António Botto em Portugal e Carlos Drumont de Andrade no Brasil, como dois expoentes máximos do elogio do cu e seus arredores no que se refere à língua portuguesa.
De qualquer modo, o papel higiénico é um excelente aferidor da evolução do género humano e um símbolo de modernidade urbana e rural, até porque este artigo faz parte do quotidiano de qualquer automobilista ou mesmo da bagagem de qualquer pastor, que embora esteja rodeado de seixos por tudo quanto é lado, também este, já se rendeu à suavidade desta revolucionária invenção.
No outro dia recebi um mail que me alertava para as formas de marketing que estão a invadir o mercado, no que a este artigo diz respeito.
Este anónimo cidadão dá-nos conta da sua estupefacção e presenteia-nos com o seguinte raciocínio que é da sua inteira responsabilidade:
Ao fazer compras no supermercado, fiquei palerma com a linha de papéis higiénicos Neve.
Segundo o fabricante, Neve é um produto sofisticado, destinado às classes A e B... só se for A de Apaneleirado e B de Bicha, pela quantidade de mariquices anunciadas, como o Neve Ultra, que já vem com algumas opções: «alto-relevo de flores, perfume e uma micro-textura» que, segundo o texto da embalagem, proporciona aos seus felizes utilizadores «a suavidade de uma pétala de rosa»!
Perguntar não ofende: alguém já limpou o cu com uma pétala de rosa?
Depois, temos o Ultra Soft Color, mais caro é claro! De cor laranja vem com «extracto de pêssego»... como se o cu distinguisse a cor e sentisse o cheiro!
Mas, o supra sumo é o Neve Ultra Protection, o top da linha. Este Rolls Royce dos papéis higiénicos, além de conter «óleo de amêndoas» , que garante «maciez superior e um cuidado maior com a pele», na sua delicada fórmula encontramos Vitamina E (!!!) Esta coisa de cagar e sair com o cu vitaminado é mesmo coisa de maricas!
Creio que este é um assunto de relevante interesse público e literário, mesmo ao nível de qualquer descoberta civilizacional, relegando para segundo ou quiçá, terceiro ou quarto plano essa coisa que dá pelo nome de crise no subprime ou mesmo a inevitável recessão que se avizinha.
A uma conclusão devemos todos chegar: Podemos não ter que comer, mas limparemos nossos alvos cus em style!
Depois não digam que não vos avisei….
Perguntar não ofende: alguém já limpou o cu com uma pétala de rosa?
Depois, temos o Ultra Soft Color, mais caro é claro! De cor laranja vem com «extracto de pêssego»... como se o cu distinguisse a cor e sentisse o cheiro!
Mas, o supra sumo é o Neve Ultra Protection, o top da linha. Este Rolls Royce dos papéis higiénicos, além de conter «óleo de amêndoas» , que garante «maciez superior e um cuidado maior com a pele», na sua delicada fórmula encontramos Vitamina E (!!!) Esta coisa de cagar e sair com o cu vitaminado é mesmo coisa de maricas!
Creio que este é um assunto de relevante interesse público e literário, mesmo ao nível de qualquer descoberta civilizacional, relegando para segundo ou quiçá, terceiro ou quarto plano essa coisa que dá pelo nome de crise no subprime ou mesmo a inevitável recessão que se avizinha.
A uma conclusão devemos todos chegar: Podemos não ter que comer, mas limparemos nossos alvos cus em style!
Depois não digam que não vos avisei….
Etiquetas: papel higienico neve, renova, subprime
12 Comments:
Não sabia que o papel higiénico pudesse originar uma dissertaçao tão engraçada :)
Este tema é deveras interessante. E sugere-me a seguinte intervenção:
Um dia alguém comentava que a vida está má, e que qualquer dia já não haverá nada para comer, e então teremos que comer merda. Respondeu o outro interlocutor da conversa; E quem é que a caga?
Não há nada como lavar o cuzinho, nem que seja com xixi.
Nappy,
Este é um post genial que sinto haver sido escrito de modo a levantar a moral do leitor.
Gostei do tom satirico e especialmente da Renova que conquista os espanhóis pelo traseiro.
Abraço
Sá marques
Nos dias que correm, um post como este deixa-nos mais descontraidos para enfrentar os dias que correm, embora seja ligeiramente mal cheiroso, mas se usarmos o tal papel marca Neve, tudo se resolve e de repente, obrar pode ser um acto tão poético como a suavidade das pétalas anunciadas, isto para não falar da Vitamina E, tão necessária a quem acaba de cagar.
Bruno S.
Ganda Napoleão,
hoje é sexta feira,dia em que nem tenho tempo para isso.
Realmente há prazeres que não valorizamos ou temos a necessidade de omitir.
São os poetas que nos fazem sentir vivos e nos apontam horizontes onde nos podemos cagar àvontade,sem que isso incomode demasiado os que nos rodeiam.
Em Borba ,nos idos de antes do dia da liberdade,nas cagadeiras públicas(havia só uma,embora sempre reivindicássemos mais) e nas retretes das sociedades recreativas(havia duas,agora há só uma e sobra)e no Sport Clube Borbense os sócios, com as cotas em dia,podiam usar as "sentinas"--uma coisa no chão,com um apoio para os pés e no meio um buraco escuro ,imundo,de escoamento,nada convidadativo à comtemplação e sempre a ameaçar os cagantes de serem engolidos,sem direito a resgate na fossa séptica.
A alternativa campestre era uma evidência e com "sabor" ambiento-ecologista.
Sanitários de loiças finas era raro,por ser caro e desnecessário porque aquilo era para cagar e andar.
E o papel(limpa cús) nos ditos espaços lúdico-comunitários era jornal,do dia anterior(Século,Mundo Desportivo e Bola),cortado a preceito ,espetado num gancho de arame zincado,cravado firmemente na parede de taipa,para não ser desviado para fins menos dignos.
Assim ,democráticamente,de forma eficaz se punham todos os cagantes a par das últimas do "Estado Novo"(Ai! o estado em que nós estamos de novo),uns lendo,outros limpando o cú ao estado em que se diziam estar as coisas e ,como agora todos cagando para este estado em que,de novo,as coisas estão.
Vamos por aí...
Haja Saúde
Joaquim Miguel
A quem interessar.
No campo ou em qq lugar em que haja necessidade de o cú limpar de forma económica e sem recurso a seixos,sargaços,ortigas ou outros desenrascanços,sei de um pequeno expediente que tenho necessidade de partilhar,particularmente com os visitantes deste espaço e do espaço congénere de Oxiclista.
Aqui vai:pega-se um pequeno pedaço de papel(4/4),dobra-se em quatro,corta-se arrancando o canto que se deve guardar até ao fim.
Abre-se o pedaço de papel.No meio ficou um pequeno buraco onde cabe o dedo indicador.
Com este ,cuidadosamente limpa-se o cú,um quadrante de cada vez,tendo o cuidado de a cada limpeza anal(do cú),passar o dedo pelo papel envolvente.
Sem abusar,repetir as manobras até completa satisfação(boa limpeza).
Entretanto no final notarão que a unha está cheia de merda/caca.
É aí que entra o tal pequeno fragmento do canto que apenas os não distraídos preservaram,para limpar meticulosamente a unha.
Caso contrário teraõ que voltar ao início o que leva a gastar mais papel,ou em alternativa por o dedo no ar para que as moscas se encarreguem do resto.
Fácil!YES!
Caros Joaquim Miguel e anónimo,
São comentários comos os vossos que enriquecem a cagadeira do Pulanito.
Bem hajam por isso e muita MERDA para os dois
Sou do tempo do casquelho, o seixo era coisa fina. Estou aqui a lembrar-me daquela em que o alfacinha passando no Alentejo encontrando um pastor, disse: em Lisboa sabemos tudo, pergunta o pastor, então diga-me lá qual é a parte da frente daquela azimheira? Um abraço
NAP,
só respondo por mim.
"MERDA" é aquele licôr do tempo do Gen.V.G.que era feito de forma artesanal e que clandestinamente,à revelia da asae de então,circulava de mão em mão?
Manda mais que eu e o anónimo gostamos dessas merdas(digo eu).
Haja Saúde
Joaquim Miguel
Sempre em cima do acontecimento!
I can see you
In the morning
going to WC
D'ont forget
The higienic paper
Pa limpar o cú.
...
Se não cheiras mal...
( com a melodia "Dreamer" dos Supertrump)
If you and me forget the higienc paper,no problem....limpa-se ao jornal!YES!
( a música é que é outra,mas o cheiro é sempre o mesmo a m....)
E o jornal cabe nas bolsas que se monta no zingarelho e que ainda não te paguei.
Isso é que é mesmo uma merda(a dívida).
De que merda me havia de lembrar agora.
UPS!
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