domingo, outubro 19, 2008

Feira de castro- O Pulsar da Feira em Retratos à la Minuta

A Feira de Castro continua a ser um marco nas tradições alentejanas por toda a região do Campo Branco. Começa também aqui no Pulanito ser tradicional a respectiva reportagem fotográfica, especialmente para aqueles que não assistiram ai vivo à feira mais antiga do sul do país.
À imagem de outros anos vou-me deixar de palavreado, deixando que as fotos falem por si.

No Domingo de manhã havia um mar de gente subindo e descendo a Rua Fialho de Almeida, artéria fundamental que desagua no recinto secular da feira.

No Sábado deparei-me com este "Fernando Pessoa" vendendo o Borda D'àgua, essa publicação secular que atravessa os tempos e que a Editorial Minerva, teima (e bem) em manter no mesmo formato. Este "Pessoa", encaixava ás mil maravilhas no artigo que mercava, não fosse este guia da natureza, uma quase "ode triunfal".



Um moiral e um ganhão fazem uma paragem estratégica antes de se internarem na multidão. Bem sei que são cantadores vestidos para o efeito, mas há poucas décadas atrás este seria um quadro absolutamente normal.

Facas....



E anjos...


Imagem da crise: 2 guarda chuvas e uma carteira de cabedal por 5 euros. mesmo chovendo e o produto anunciado cair como "mosca no mel", o esforçado speaker não conseguia escoar a mercadoria. Comprei-lhe eu o artigo, para o poder apreciar de perto.



A feira parou para a ver passar. Olha que coisa mais linda mais cheia de graça..a coisa mais linda que eu já vi passar. Já só a apanhei de costas, mas garanto-vos que a frente ainda era melhor que a traseira. Excelente lavagem de olhos em dia de chuva.



A feira também parou para os ver passar....




A vertigem do carrocel...a chuva só veio trazer ainda mais adrenalina.


Coisas que já só se vêm na Feira de Castro



Digam lá como é que o Sr. Joaquim Custódio não teria lugar nesta galeria, depois de se fazer à foto melhor que muitos profissionais.


No ano passado estes apoios para arca foram uma das minhas mercas.



Cajados de moiral. Uma das imagens da genuinidade desta feira multisecular.



No ano que vem estou cá caído...2009 é ano de bota nova.



Para além de multisecular a feira de castro é também multiracial. Para o caso e como o homem das castanhas não pode faltar numa reportagem como esta, aqui estão duas mulheres magrebinas comprando castanhas. Um cenário impossivel alguns anos atrás.


O homem dos balões empresta á feira o colorido que os céus parecem quere negar.

Uma despreocupada visitante experimenta sentada na soleira da porta o seu novo par de sandálias.

Romãs - fruta de Outono. Sinal que é tempo de feira de Castro.

Terra de grandes barrigas onde há tanta gente gorda, ou então a outra canção: Não te cuides não, vais ver onde vais parar!

Etiquetas: alentejo, Castro Verde, entradas, Feira de Castro

Escrito por pulanito @ outubro 19, 2008   5 comentários

segunda-feira, outubro 13, 2008

Com o Pensamento na Feira de Castro


Já abordei o tema Feira de Castro de muitos e variados ângulos. Quando se aproxima a data em que os nossos corações alentejanos aceleram a sua batida, é sinal que estamos em vésperas desse grande evento anual em que Castro Verde é invadida por forasteiros, ciganos e tendeiros que emprestam à vila um invulgar colorido e um inusitado movimento.
Há-de se continuar a comparar a deste ano, com outras doutros tempos. Que dantes é que era. Que a feira agora é só um fim-de-semana. Que os produtos eram muitos e variados, e por aí a fora; mas continuaremos todos à espera dessa magnifica e provavelmente chuvosa terceira sexta-feira de Outubro para podermos abrir a hostilidades feirantes.
Embora não saiba ainda o que vou feirar, já estou em contagem decrescente para esse voltar de página de calendário emocional que é o maior acontecimento anual por terras do Campo Branco.
Lá encontraremos muitas das mesmas caras que anualmente, povoam o recinto e a nossa imaginação.
Os ciganitos que fotografei o ano passado lá estarão, mas com um palmo a mais de altura e os mesmos olhos azuis marinhos que enfeitiçaram o diafragma da minha câmara.
Lá estará o inevitável cajadeiro que ano após ano me impinge um novo que de nada me serve, mas que me dará um porte de mercador feliz quando for a minha vez de subir a rua Fialho de Almeida aquando do meu regresso a casa.
O cajado será um excelente desbloqueador de conversa já que os conhecidos com quem me cruzar se irão meter comigo por causa do bordão.
Voltarei a andar de câmara em punho procurando captar e congelar momentos que sejam dignos de aqui serem exibidos, um pouco à imagem do que fiz em anos anteriores e assim guardar e compartir com quem por aqui passa, algumas imagens da mais bonita feira ao sul.
Por lá emborcaremos minis aos “rabanhos” e mercaremos coisas que queremos continuar a acreditar que só aqui se encontram.
Ainda não é este ano que venho de lá com botas novas, mas quando as minhas se estragarem esperarei que chegue a próxima feira para viver o ritual de quase ser enganado pelo feirante do calçado artesanal.
Hei-de vir carregadinho de nozes e castanhas no meu cesto de verga pintado de motivos geométricos verdes e vermelhos que já prometi a mim mesmo comprar.
A tal gorpelha que namorei o ano passado, muito provavelmente casarei com ela este ano, embora não saiba onde a colocar, mas isso também não me parece que seja um problema de maior.
Para quem há uns parágrafos atrás não sabia o que feirar, já quase necessito de várias viagens para carregar o que a imaginação me vai ditando.
Mas se a gorpelha é namoro recente a panela de ferro é paixão antiga e este ano quero lá saber que seja cara, quero é ficar com uma para fazer uns cozidos à lareira.
Não me posso esquecer de comprar facas e uma ou duas colheres de pau. Isto já é fetiche e não tem só a ver com esta feira em particular…é mesmo só doença minha.
Facas e anjos…como o nome do filme, mas muito antes do raio do titulo do filme. Ainda pensei que conhecesse o realizador, mas não era mesmo só coincidência. Facas e anjos.
Por lá me cruzarei com gente cujos nomes se me varreram da memória, mas cujos traços fisionómicos denunciam esta ou aquela casta e que, encostado ao meu bordão imaginário (se não tiver o verdadeiro comigo) vou tentar decifrar a proveniência, mas confesso que perco na maior parte das vezes, o que não me impede de continuar a jogatina das feições.
Tentarei não perder a solenidade do cante das vozes da terra, que troando rua abaixo nos fazem lembrar que somos daqui, e que o ancestral legado em forma de cante, não é nada mais que o brio dum povo que se orgulha das suas tradições seculares.
De modo a que não me deixe embalar por esta toada “nacionalista” vou de novo acordar e sugerir aos leitores do Pulanito que se no próximo fim de semana não tiverem programa vão até á feira de Castro que é uma experiência altamente recomendável.
Se me encontrarem por lá…pois, beberemos juntos para celebrar.

Etiquetas: alentejo, Castro Verde, Feira de Castro

Escrito por pulanito @ outubro 13, 2008   4 comentários

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