quinta-feira, julho 30, 2009

Blogue versus Tamagoshi




Esta coisa de alimentar o blogue, faz-me lembrar aquela efémera moda dos Tamagoshis. Essas irritantes pseudo-criaturas de plástico que tinham que ser alimentadas, apaparicadas, acarinhadas, postas a dormir e sei lá quantas mais funções o irritante boneco possuía.
Chegou-se ao cúmulo de haver berçários, babby sitters e até psicólogos para assistir os afeiçoados porta-chaves em forma de necessidades quase humanas que fizeram furor nos anos noventa, mas que, com a velocidade com que apareceram, também a mesma velocidade os levou.
Dou comigo preocupado em alimentar o blogue, porque sei que do outro lado existem leitores com “fome” de novas postagens (ou será pastagens!..sic) e caso não o faça com assiduidade, as estatísticas do Pulanito baixam freneticamente: vai daí, ponho-me a escrevinhar coisas que nem a mim fazem sentido, quanto mais a quem me lê.
De momento estou sem ideias para partilhar. Talvez porque estejamos em plena “silly season” e eu também tenha direito a postar umas quantas parvoíces.

Já agora compartilho convosco um segredo. Quando não tenho ideias para escrever, ponho-me a garatujar palavras assim como se fosse um carro sem bateria que necessita de ser empurrado para engrenar o motor, só que muitas das vezes empurro… empurro e o raio do motor das ideias teima em não arrancar, que é mais ou menos o que estou agora a fazer.

Talvez porque esteja entusiasmado com a ida ao Pavilhão Atlântico ver um dos “monstros” da minha galeria de predilecções chamado: Leonard Cohen, talvez porque em pleno Verão fico vazio de ideias merecedoras de passaram a letra de forma, para depois serem consumidas por quem aqui passa.

Dizem-me, avisam-me, sugerem-me que os blogues (tal como os tamagoshis) estão a morrer, o que está a dar são as redes sociais, com os seus comentários efémeros, mundanos, desnecessários e idiotas na minha modesta opinião.
Quem meu amigo é, e que me avisa, diz-me também que ninguém lê, ninguém está interessado em perder tempo a juntar caracteres com o olhar, que o pessoal prefere é mesmo ver fotos e vídeos e coisas afins.
Pela minha parte, tenho especial prazer em escrevinhar seja o que for. Como os caçadores de pérolas que têm de abrir muitas ostras para encontrar a jóia almejada, também eu caço ostras em forma de palavra na ânsia de que depois de juntas e analisadas possam passar à secção das hipotéticas pérolas publicáveis.

Não é o caso presente. Mas como tenho de alimentar o bicho, como estamos numa época em que tudo é permitido, deixo-vos com os pensamentos que me assolaram no último quarto de hora….e pronto!

Escrito por pulanito @ julho 30, 2009   4 comentários

segunda-feira, julho 27, 2009

Nos Despojos da Festa


Entardecendo em Entradas depois de um dia de brasa alentejana.


Domingo. Finais de Julho. As Noites em Santiago estão de restos, e eu, de rastos me confesso!
Confesso que já não tenho condição física, ou mesmo disponibilidade estomacal para emborcar doses industriais de cerveja bucho abaixo na esperança de saciar um qualquer animal interno que me povoa as vísceras entradenses.
Lá fora, um infernal calor de verão alentejano eleva as temperaturas ao absurdo, coisa que me torna cativo da fresquidão da minha casa.
Há pouco tocou o imponente sino da torre altaneira da igreja matriz, e quando o sino toca a horas desusadas é quase sempre sinal que um dos nossos partiu.
Tocou as quarenta lancinantes badaladas anunciando a partida do primo António Revés que agora mentalmente revisito ao som de Bliss.

O malogrado "Primo Revés" - nos tempos em que vendia saúde


Lembro-me deste homem bom, que até há bem pouco tempo, mal o dia rompia passava junto à minha porta em passo apressado comandando o seu minúsculo rebanho a toque de assobio e manejo de bordão em direcção à pastagem nas aforas da vila.
Tinha a particularidade de ser primo de toda a gente, cultivando num imaginário laço familiar, um elo que o ligasse aos outros na ânsia de a todos transformar numa grande família, coisa que se lhe colou ao nome e que amanhã levará consigo para essa morada sete palmos abaixo do nível da terra.
Morreu o Primo Revés. Viva o Primo Revés!

Regressando à edição de 2009 das Noites em Santiago que começaram na passada sexta feira tendo como ponto alto a 10ª edição da corrida de touros, que é para os aficionados da região um marco assinalável no panorama taurino baixo-alentejano.
É bom ver a nossa terra ser invadida por milhares de forasteiros que todos os anos, na última sexta-feira de Julho enchem praça e orgulham quem ano após ano, porfia para que tal aconteça.
A coisa acabou para o tarde (ou cedo segundo o ângulo!) e só me fui deitar depois de uma maratona cervejal que terminou às 6.30 da manhã, na companhia do ser mais incompreendido que conheço: o meu amigo, José António Serrano.
O Serrano lá me voltou a falar de Pessoa e de Camões, misturados com o “pego” da Maria Jacinta mais a mágoa de lhe haverem “roubado” a fonte do Ti Linhas.
Serrano vive na Suíça obcecado pela terra que o viu nascer e como forma de colmatar as cancerígenas saudades que o atormentam, na empresa onde trabalha atribuiu a cada corredor dos enormes pavilhões um dos nomes dos “pegos” da sua infância, e assim; não estando cá, nunca de cá sai. Não os podendo namorar ou neles lavar a alma e a farta cabeleira que sempre ostentou, (ritual do libertino-maltês que afirma ser!) levou-os consigo camuflando-os em forma de corredor de armazém.
Para uns é loucura, para mim é poesia em estado puro. É deste ângulo meio obtuso, meio confuso que vejo e revejo o mundo a que pertenço.

Sábado. Dia de brasa alentejana. Como não consigo dormir muitas horas, levantei-me ainda algo azamboado. Recolho na memória os cacos duma noite quase vertigem e preparo-me para mais uma jornada de dança, festança e comezaina.
Pela tarde fui assistir à apresentação do livro de Pedro Pinto (pivot da TVI) “ O último Bandeirante”, obra que fiquei com enorme curiosidade em conhecer, tal a maneira com que o autor “vendeu” o seu artigo.
Esta apresentação teve a particularidade de ter sido realizada na rua, sob a frondosa sombra da Igreja da Misericórdia, onde a atenta plateia interagia com o autor, demonstrando um inusitado interesse pela leitura, o que, confesso, me deixou algo admirado.

José Alberto Reis


A noite estava reservada para José Alberto Reis, esse Júlio Iglésias português, humidificador de roliças sonhadoras, candidatas ao “pay roll” do Ti Belmiro, como repositoras de produtos em qualquer superfície comercial da região.
Enquanto lá atrás os homens entornavam copos de imperial uns atrás dos outros, o bom do José Alberto debitava música a metro com títulos tão sugestivos como: “Perdoa-me”, “Amo-te” ou mesmo “Confia em mim”, isto para não falar da época em que tudo isto aconteceu, mas que pelo título de um dos seus hits, deve ter sido em “ Setembro”.
O sábado voou na voragem dos ponteiros do relógio, e o Domingo estava ali ao virar da esquina de uma noite mal dormida.
O último dia das festas, é sempre dia de “recolher despojos”, até porque os exageros dos dias e noites anteriores começam a fazer mossa no abalado físico dos resistentes.
Domingo era dia de almoço de Entradenses, que tinha como objectivo, recolher fundos para a longa caminhada que é construir o Lar de Idosos de Entradas e as ajudas e candidaturas são sempre processos em que há que conjugar um enorme número de interesses que se prolongam no tempo, mas isso, é conversa para outra ocasião!
Lá comemos o belíssimo cozido de grão a que 126 entradenses fizeram questão de aderir.
À tarde, constava do programa a habitual procissão, acompanhada pela banda de música o que emprestava ao cortejo um não sei quê de Kusturica, a que só faltava mesmo um par de gansos imaculadamente brancos a fechar a comitiva de ar grave e sério em sinal de respeito pela Senhora que se faz passear no andor carregado ao ombro de compenetradas e fervorosas devotas entradenses.




Ceifeirita Entradense


Outro prato forte da tarde teve a ver com o desfile de grupos corais onde pontuavam as nossas “ Ceifeiras de Entradas” que se estreavam a cantar ao vivo.
Apesar do som estar “uma bosta”, as nossas “ceifeiras” representaram Entradas e o cante da terra chã com enorme dignidade, brio e, diria mesmo, valentia!
Bem-vindas sejam cantadeiras da minha terra, que enchem de cores, sons e orgulho uma gente a precisar urgentemente de referências e exemplos como o vosso.




Já repararam que bonitas são as nossas ceifeiras.





O orgulhoso grupo coral e etnográfico " As ceifeiras de Entradas" no seu debut em espectáculos ao vivo
Fotos- Joaquim Martins

É claro que o programa das festas incluía outras actividades, mas como não pude assistir a todas elas fico-me por aqui, até porque se me alongo corro o risco de ninguém ler isto.

Também não tenho fotos, porque a minha máquina ficou sem bateria…vai daí ter de me socorrer do amigo Joaquim Martins que me emprestou algumas, o que desde já lhe agradeço.

Escrito por pulanito @ julho 27, 2009   7 comentários

quarta-feira, julho 22, 2009

Noites em Santiago - Um acontecimento Entradense




Entradas volta a estar em festa com as suas Noites em Santiago. É sempre um tempo de convívio entre Entradenses. Um tempo de celebração, de festejos e um marco no calendário das nossas vidas.
Tenho de confessar que o formato que as festas de Entradas tomaram nos últimos anos, não são do meu inteiro agrado, já que são apenas mais do mesmo, quando em tempos não muito distantes as Noites em Santiago tiveram uma notoriedade por muitos reconhecida que entretanto se perdeu, para mágoa minha e de outros que quiseram fazer desta data um momento relevante na vida Entradense, trazendo à nossa terra visitantes oriundos de outras paragens, bem como o regresso à terra mãe de muitas “ovelhas tresmalhadas do rebanho”.
De qualquer modo, lá estarei para beber os “rabanhos” de minis que se impõem, petiscar, colaborar no que for preciso, sabendo que de uma forma ou de outra é aqui que pertenço, é aqui que me sinto bem e é aqui que quero estar, por isso estou ansioso que a edição das Noites em Santiago tenham o seu inicio, coisa que convido todos os leitores a fazer.
Aqui vos deixo o programa para que possam eleger o melhor dia para lá passar…




Programa das Noites em Santiago em Entradas






A Avenida de Nossa Senhora, em Entradas, vai voltar a vestir-se de cor para receber, de 24 a 26 de Julho, mais uma edição das Noites em Santiago, uma iniciativa que vai trazer muita animação à vila.
Ao longo de três noites e dois dias, haverá espaço para várias actividades: animação de rua, bailes, música popular, exposições, procissão, bares, tasquinhas, entre muitas outras iniciativas.



O arranque dos festejos em honra de Santiago será marcado, logo no dia 24, com a abertura da Feira do Livro, pelas 18h00, que, ao longo dos três dias de festa irá decorrer no Pólo de Entradas da Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca. Esta iniciativa contará, no Sábado, dia 25, com a presença do jornalista da TVI, Pedro Pinto, que se deslocará à localidade para apresentar o seu último romance “O Último Bandeirante”, pelas 17h00.
Ainda no dia 24, será reaberta a Capela de Nossa Senhora da Esperança, que, ao longo de alguns meses foi alvo de trabalhos de restauro, e que abre novamente ao público as suas portas.
À noite, a festa brava será a rainha. A praça desmontável do Campo das Escolas vai receber mais uma Corrida de Touros da Rádio Castrense, que nesta décima edição recebe as lides dos cavaleiros Tito Semedo, António Ribeiro Telles e António Maria Brito Pães. Já as pegas ficarão a cargo dos Forcados Amadores de Cascais, de S. Mancos e de Beja.
A música popular também será presença certa nestas “Noites em Santiago”. Pelas 00:30, o grupo Adiafa subirá ao palco, para interpretar alguns dos seus já célebres temas.
Ao longo do dia de Sábado, haverá espaço para um rol de actividades direccionadas aos vários públicos: a Hora do Conto e pinturas faciais, para os mais pequenos, um Torneio da Malha, para os mais velhos e uma Garraiada à alentejana para os mais corajosos.
À noite, o baile fica a cargo dos ritmos da kizomba de Emanuel Martins, seguido da actuação do artista José Alberto Reis, pelas 00:00.No Domingo, último dia desta festa, haverá um almoço de confraternização, pelas 12h30, que pretende juntar os muitos entradenses.
Pela tarde, as festividades religiosas vão ter lugar, com uma procissão, seguidas do Encontro de Corais, que irá marcar a estreia do Grupo Coral e Etnográfico “As Ceifeiras” de Entradas, recentemente criado.À noite, haverá baile com o grupo 4ª Série, e às 23:00 sobe ao palco o Grupo Coral “Cantares Regionais de Portel”.

Escrito por pulanito @ julho 22, 2009   3 comentários

segunda-feira, julho 20, 2009

Tabernas de Borba




Na taberna do Larga-A-Velha com o taberneiro Fernando



Texto enviado por Joaquim Miguel Bilro, borbense de alma, genes e coração, que tenho o prazer de publicar como post e não como comentário, porque para além de histórico, é um guia memorável ou uma viagem quase visceral ás entranhas do seu autor.
Bem sei que muitas destas tabernas já cumpriram o seu ciclo natural, mas outras esperam a nossa visita numa das próximas viagens que faça para aquelas bandas.
Obrigado pelo emocionante texto que produziste, de que estou seguro, te ter dado gozo relembrar em forma de letra.
A ver se fazes de anfitrião na tua “pátria” logo que tal combinemos.

Tabernas de Borba


Rifas de facas - qualquer taberna que se preze de ter as suas



Na taberna do Fernando"LARGA A VELHA", a "modernidade"( Tv a cores, à qual é retirado o som, por momentos) a par do tradicional, o ameno cavaqueio com um pequeno copo na mão, a conversa sobre futebol, política e politiquices e os assuntos emergentes a cada dia, as pedreiras e as vinhas, o mármore e o vinho em cima da mesa da tertúlia. O cartaz de prémios (canivetes, pequenas lanternas, navalhas, corta unhas com o símbolo de Fátima, em terra de agnósticos que nunca faltam á procissão anual do padroeiro da terra--O SENHOR DOS AFLITOS---cada vez há mais.
Os homens mais novos carregando o pesado andor, depois a banda entoando o hino que nos faz arrepiar. Os restantes atrás da banda. As mulheres ladeando as ruas em fila lenta, com velas protegidas. Duas horas de procissão é quanto bastava/basta para a demonstração de "sólida fé" no Padroeiro. É em meados de Agosto. Quando acaba sente-se a vontade em cada um/a de poder voltar no próximo ano, já que mais não seja para se afirmarem no grupo dos que ainda resistem. E a paciência, nem sempre presente, do padre que entre orações ia emitindo "recados aos infiéis".As melhores colchas nas janelas e sacadas, retiradas logo após a passagem do andor, porque para o ano há mais e já arejaram bastante, libertando o cheiro das bolas de naftalina.As tabernas esvaziavam-se e à passagem da procissão, semi- fechavam-se as portas e abafava-se o som e o cheiro típico dos espaços profanos, onde as mulheres não entravam por respeito a um qualquer princípio versado no código de Hamurabi.Entre o sagrado e o profano, as tabernas foram abrindo e fechando, até quase desaparecerem, restando a memória já quase apagada.Pouco interessará aos hodiernos o que é natural. Apenas a alguns"cotas"--gosto da sonoridade do termo--cabe recordar que; tascas e tasquinhas, ciber-cafés e restaurantes, bares e "pubs", são uma e única coisa; espaços de convívio e lazer, agarrados a uma conversa por vezes de treta e o abraço a um pequeno copo de vinho, quase sempre produzido em Borba... .....



Curioso anúncio do Grémio do Comércio datado de 1956, deliberando sobre a permanência de menores neste tipo de estabelecimentos.

Caro Napoleão,Amigo, companheiro de outras andanças, Alentejano de Entradas, tradicionalista convicto, aqui te envio com o tal abraço, a lista das TABERNAS da minha memória borbense.Anos50/60 do século onde quase tudo aconteceu tão rápido que o cabelo branqueou, as rugas afloraram e etc.. A saber:

ANTÓNIO DA BRANCA

BÊCO

FICALHO

CABINHO

CAROCHO

VELHO CAVACO

GODA

JOAQUIM ANTÓNIO/António da branca...Aqui, encostado ao tampo da mesa, acordou morto o "PÉ de GRAL" (engraxador de sapatos), após ter ingerido almudes de vinho e uma pequena refeição de carapaus de gato, com espinha verde, fritos há mais de 4 dias e expostos no balcão para repasto gratuito dos clientes habituais. Tinha os meus 10 anos, comecei aí a ser médico, uma vez que fui eu que, tendo passado duas ou três vezes, tendo visto o meu" PÉ "sempre na mesma posição, o fui beliscar para me engraxar um par de sapatos de um tio meu. Ao que ele me respondeu com um longo arroto de morto recente, seguido de vómito fétido. Recordo a sua face cianótica e o cheiro do seu hálito moribundo de longa data e o cigarro ainda acesso entre os seus dedos.

QUINHAS

LARGA A VELHA

RATO/agora Tasca Real

TÉNIS

TI INÁCIO...onde eu pisava uvas no tempo das vindimas e a produção artesanal da vinhaça: recordo o cheiro intenso a enxofre das mexas para desinfectar o interior das talhas de terra-cota que ainda lá moram.


Ti CAGA NA RODA....o ex-libris das tabernas de então. Recordo as ginjas feitas em frascos de boca larga e vendidas à dúzia por cinco tostões, embaladas em papel de jornal, misturadas com moscas embriagadas pelo néctar....Foi aí que fiz as minhas primeiras vacinas, contra quase tudo. Felizmente que a ASAE andava nos testículos e ovários dos meus avós.

Escrito por pulanito @ julho 20, 2009   3 comentários

Aniversários especiais dos meus filhos Samuel e Catarina

Familia Mira in action


Estive em Lisboa este fim-de-semana de modo a celebrar dois aniversários numa só festa.
O meu filho Samuel atingiu a redonda idade dos 30 anos e a minha filhota Catarina atingiu a maioridade dos 18 anos, o que faz que, tanto eu como as mães dos meus rebentos estivéssemos de sobremaneira orgulhosos deste particular momento.
A festa teve lugar no Sweet , uma esplanada em Lisboa junto ao Tejo, numa noite absolutamente deslumbrante, carregadinha de amigos de ambos que fizeram questão de dizer presente em tão marcante data para qualquer um deles.
A coisa para mim e para a Natália terminou lá para as 5, 30 da manhã (coisa a que já não estava habituado), mas para a rapaziada mais nova aquilo durou, durou e durou.
O chato da questão, foi terem mesmo no final da noite terem roubado a mala da minha filha Catarina, que não tendo dinheiro de jeito lá dentro, tinha telemóvel, chaves e cartão Multibanco, o que lhe causou um tremendo inconveniente, como é de calcular.
Se porventura o senhor ladrão ou a dona ladra lerem estas palavras, por favor devolvam pelo menos o bilhete de identidade e fiquem lá com o resto que vos faça bom proveito e pode ser que um dia o feitiço se volte contra o feiticeiro, que é o mais provável que aconteça, mas vocês (ainda) não sabem…..

Escrito por pulanito @ julho 20, 2009   4 comentários

sábado, julho 18, 2009

Um tradicionalista Convicto

Francamente não sei se sou um inoportuno revivalista, um tradicionalista convicto ou apenas um saudosista desesperado.
Não sei porquê (ou se calhar sei!), dou comigo a pensar que um certo Alentejo que amo e onde me revejo, vai a cada ano que passa perdendo muita da identidade que com orgulho ostento, mas que, com preocupação reparo; ou será que sou apenas fruto da inquietação adejectivista com que comecei esta narrativa?
Todos os meados de Julho, por imperativo de obrigações sociais que há muito assumi, tanto eu como alguns dos meus correligionários de copo e de cruz, temos de nos deslocar ao Alto Alentejo mais propriamente a Vila Viçosa.
Ao longo dos anos fomos enraizando hábitos que vão ganhando entre nós o epíteto de “clássicos “ e que não passam de visitas a sítios e pessoas que revisitamos a cada ano que passa marcando num imaginário calendário mais uma página das nossas vidas.
De entre as múltiplas visitas dessa estafante jornada, é obrigatório passar por Borba, onde devemos emborcar umas minis na Taberna 1, visitando depois a retrosaria do Quim Zé (ou do Diogo da Branca como é conhecida em Borba) e terminando o périplo Borbense na taberna A Talha, localizada numa das labirínticas ruas da marmórea vila alentejana.
Chegados a Borba ao final de tarde dum escaldante dia de brasa alentejana, encaminhamo-nos para o primeiro poiso, a Taberna 1! Aí chegados damos com o nariz na porta. O taberneiro Zé Manel tinha-se mudado temporariamente de armas e bagagens para uma das múltiplas feiras onde leva a sua simpatia e a gastronomia alentejana a quem a quiser provar.







Montra da finita Retrosaria Elegante, ainda com algumas das suas peças de arrojado desenho




Dirigimo-nos então à retrosaria do Quim Zé, mítico local desta nossa peregrinação, onde nos costumamos perder no tempo em que viajamos mal atravessamos a soleira da porta deste empoeirado estabelecimento.
A retrosaria finara-se, havia em definitivo encerrado as portas. Na montra ainda constam muitos dos artigos que fariam furor em qualquer boutique avant gard de um qualquer Bairro Alto.
Camisas novas de padrões pós-modernos, com estampagens que nem lembram ao diabo ao preço exorbitante de 150 escudos – e sapatos do mais fino cabedal e de desenho arrojado ainda preenchem a montra que podemos admirar e que não deve ter sido redecorada nas últimas décadas.
No ano passado comprei aqui uns sapatos de senhora pela barbaridade de 4 euros, sapatos esses, que estavam na casa deste 1967, gabando-se o retroseiro Quim Zé de ter feito um excelente negócio já que mos tinha vendido por mais do triplo que lhe haviam custado.
Não sei se já repararam porque é que me dói a alma de cada vez que uma destas casas encerra em definitivo as suas portas!
Nem chegámos a ir à adega A Talha, fomos logo ali informados de que também este mítico estabelecimento havia encerrado as suas portas por motivos contabilísticos referentes ao “dever” ser cronicamente superior ao “haver”.
Com o fecho destas casas, caiu por terra, morreu, ali numa das frondosas ruas de Borba, muita da ilusão que anualmente ali nos trazia.

Taberna do Larga a Velha em Borba - que terá direito a post personalizado em breve

Para afogar as mágoas, o mesmo Borbense que nos deu a trágica notícia do encerramento da Talha, também nos recomendou duas tabernas tradicionais desta terra de bom vinho: a Tasca Real e a taberna do “Larga A Velha “ que ficam em frente uma da outra e ambos os taberneiros se chamam Fernando e a que voltarei com mais detalhe em crónica futura.
Só vos deixo duas pistas. Na Tasca Real os petiscos são divinais, no “Larga a Velha” o vinho de produção própria é de se lhe tirar o chapéu.

Escrito por pulanito @ julho 18, 2009   3 comentários

terça-feira, julho 14, 2009

Morreu o Último Herói Romântico de Portugal!


A vida de Hermínio da Palma Inácio, o "Velho" para os que o tratavam pelo seu nome de guerra, merecia certamente um filme, como sugeriu um seu companheiro de luta, Amândio Silva, na homenagem ao "último Herói Romântico de Portugal", numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Lisboa e do Museu República e Resistência.
"Figura lendária da luta pela liberdade", nas palavras de Manuel Alegre, Palma Inácio desafiou a PIDE durante três décadas, levando-a mesmo a cair nas suas próprias armadilhas, para desespero dos inspectores da ex-polícia política.
Militante socialista e deputado à Assembleia Municipal de Lisboa, Palma Inácio iniciou a luta antifascista com a sua adesão ao "Golpe dos Militares", em 10 de Abril de 1947, um movimento desencadeado pelo general Godinho e pelo almirante Cabeçadas e que contou com a participação de alguns civis, entre os quais João Soares, pai de Mário Soares.
Ao jovem revolucionário, então com 25 anos, coube a tarefa de sabotar os aviões da base aérea da Granja, Sintra, onde havia prestado serviço militar e cruzado os céus de Portugal, - ironia do destinos – muitas vezes na companhia do oficial da Força Aérea Humberto Delgado.
Esta acção acabou por lhe valer sete meses de clandestinidade, numa quinta em Odivelas, seguindo-se a sua detenção pela PIDE, conhecendo assim, pela primeira vez, as celas do Aljube. À espera do julgamento, Palma Inácio foi preparando a fuga. Na manhã de 16 de Maio de 1948, com quatro lençóis enrolados nas pernas, debaixo das calças, juntou-se aos outros reclusos, na fila para a casa de banho. Um breve momento de ausência do guarda permitiu-lhe lançar-se pela janela, numa altura de cerca de 15 metros do chão, caindo junto à sentinela da prisão, no exterior do edifício, que não teve tempo de reagir. Palma Inácio pôs-se em fuga, desaparecendo no meio da multidão. Com a PIDE de novo à sua procura, seguiu para Marrocos, de onde, após várias peripécias pelos mares, consegue chegar aos Estados Unidos .O "brevet" de piloto garantiu-lhe a sobrevivência, mas as autoridades acabam por o localizar, obrigando-o a abandonar o país. O destino foi o Rio de Janeiro, juntando-se assim a outros antifascistas que do exterior procuravam meios para acabar com o regime de Salazar em Portugal. Estava-se em 1956 e Palma Inácio contava 34 anos. Dois anos depois, a luta antifascista agitou-se com a candidatura do General Sem Medo às eleições presidenciais e o exílio deste no Brasil, a que pouco depois se junta também o capitão Henrique Galvão.
Palma Inácio, acompanhado de Camilo Mortágua, Amândio Silva, Maria Helena Vidal, João Martins e Francisco Vasconcelos, preparou então uma operação que haveria de acordar Lisboa de espanto - na manhã de 10 de Novembro, um avião da TAP, que partira de Casablanca, é desviado para sobrevoar Lisboa, onde são lançados cerca de 100 mil panfletos antifascistas. Os caças da Força Aérea não conseguem interceptar o avião, que regressa a Casablanca, para desespero do Regime.
De regresso ao Brasil, o grupo confrontou-se com a necessidade de procurar financiamento para as suas operações. Começou assim a preparação do mais espectacular golpe contra a Ditadura, o assalto à dependência do Banco de Portugal na Figueira da Foz, concretizada em Maio de 1967 com Camilo Mortágua, António Barracosa, e Luís Benvindo. Foi a operação que mais feriu o regime de Salazar, não apenas pela operação em si, mas porque todos os pedidos de extradição solicitados pelas autoridades portuguesas às suas congéneres estrangeiras foram recusados, uma vez que os respectivos órgãos judiciais compreenderam que se tratara de uma operação de carácter político - uma realidade com que ainda hoje alguns (poucos) portugueses não se conformam.
Nesta altura, o movimento antifascista estava localizado em Paris, onde acaba por nascer a LUAR - Liga de Unidade e Acção Revolucionária, que reivindicou o assalto para como operação manifestamente política.
Na capital francesa, Palma Inácio planeou outro golpe, talvez mais arrojado que o anterior, mas que acabaria por fracassar: tomar a cidade da Covilhã. Deste vez, é detido pela PIDE, que acabará por sofrer uma das suas maiores humilhações. Palma Inácio concebeu a célebre fuga da prisão do Porto, serrando as grades da cela com lâminas que a sua irmã lhe fizera chegar, com a ajuda do informador da PIDE, de alcunha o "Canário", e o conhecimento dos inspectores Barbieri Cardoso e Sachetti, que se havia introduzido na LUAR.Ambos os inspectores sabiam da existência das lâminas mas nunca as conseguiram localizar, apesar das inúmeras revistas à cela.
Em Novembro de 1973, é de novo detido pela PIDE, depois de ter entrado clandestinamente em Portugal para mais uma operação**. Toda a raiva da polícia política contra Palma Inácio desabou sobre ele na primeira noite, em que foi barbaramente espancado.
Cinco meses depois, na sua cela, recebeu, em código morse feito pela buzina de um carro, nas imediações de Caxias, a primeira notícia de que um golpe militar está em curso. A Revolução estava na rua. No dia seguinte, a 26 de Abril, chegou a ordem de libertação dos presos políticos. Contudo, Palma Inácio foi o último a sair, pois alguns militares, que recusavam ver o assalto à Figueira da Foz como uma operação política, resistiram à sua libertação.
Quem conheceu este antifascista, de cachimbo sempre no canto da boca e casaco de xadrez, saberá o quanto estas linhas são poucas para espelhar a sua vida, em que à coragem juntou a lealdade e o seu humanismo, que lhe valem o título de "o último herói romântico de Portugal".
In jornal Republica -2000
**
Em Novembro de 1973 assisti “in loco” à captura do velho guerreiro e dos seus camaradas.
Eram cerca das 11.30 da manhã quando três homens entraram na Tasca do João na Av. Duque D’Ávila em Lisboa onde eu e outro amigo comíamos uma sandes por não haver gostado do almoço no hotel onde trabalhávamos. Gracejaram com o tempo ou coisa que o valha e à vez foram à casa de banho.
Nisto entra no minúsculo estabelecimento um indeterminado número de homens vestidos de fato escuro e empunhando metralhadoras. Era a PIDE!
Puseram de imediato os poucos clientes na rua e neutralizaram o outro grupo que há pouco havia entrado.
Do relato do que se passou no interior nada sei, mas segundo o taberneiro João nos contou, os Pides rejubilavam de alegria ao descobrirem quem haviam capturado.
Hermínio da Palma Inácio, o mais alto do grupo ao sair algemado da tasca para entrar no carro da policía politíca olhou o seu algoz nos olhos e disse-lhe :– saiba vencer, que eu também sei perder!
Soube mais tarde que pretendiam assaltar o Banco de Angola na esquina imediata à Tasca do João.
Nunca mais me esqueci da frase que ouvi da boca deste algarvio, exemplo de coragem e heroísmo que hoje nos deixou.

Escrito por pulanito @ julho 14, 2009   7 comentários

quinta-feira, julho 09, 2009

Um Vulcão Chamado Susie

Susie Keene



Hoje apetece-me contar uma história de generosidade, de garra, de paixão e sobretudo de muita alma.
Susie Keene e sua mãe Gerda Alma Ida (uma judia alemã refugiada da II grande guerra em Inglaterra, mulher de fina sensibilidade artística, amante do simples e do belo), viajam até Silves num dia de Abril de 1980.
Ao chegarem à zona do castelo a jovem Susie de 21 anos, apercebe-se duma casa apalaçada, paredes-meias com a altaneira fortaleza que domina a cidade.
Numa das janelas o letreiro “vende-se”, capta a atenção da jovem, que herdou da mãe o espírito observador pelas muitas visitas a museus, monumentos e exposições onde a progenitora faz questão de a levar.
Susie tem especial e intuitiva apetência pelo belo e convence a mãe e regressar a Silves e visitar a casa.
Apaixonam-se pela casa e decidem-se a adquiri-la. Gerda, decide transformar a casa num café a que dá o nome de Café Inglês.
Ao tempo, para um estrangeiro abrir um negócio tinha de ter um sócio português, coisa que Gerda propõe ao pedreiro que lhe efectuou as obras necessárias.
Susie regressa a Inglaterra, mas visita a mãe várias vezes ao ano e apercebe-se de que algo corre mal na sociedade, tendo-lhe segredado uma colaboradora que o sócio estaria a tentar envenenar a mãe, facto nunca provado, mas altamente suspeitado, visto Gerda ver o seu estado de saúde debilitar-se a passos largos, especialmente de cada vez que ingeria alimentos ali confeccionados.
Susie aconselha a mãe a desfazer-se da sociedade, coisa que lhes terá custado uma boa maquia e demorado seis longos anos a pagar.
Agora Susie (1986) é quem comanda as operações e rapidamente o estabelecimento ganha vida e alma nova, impulsionado por este vulcão chamado Susie Keene!
Na praça todas as vendedeiras a conhecem, respeitam e admiram. Susie era o sol de Silves, conforme lhe chamavam carinhosamente as peixeiras do mercado.
Certo dia, estava uma turista a escrevinhar num bloco de notas, e Susie com o seu espírito generoso ofereceu-lhe uma fatia de tarte de amêndoa acabada de fazer. A cliente era uma escritora que estava a efectuar um Guia Turístico do Algarve, achou a nobreza do gesto digna de registo e destaca o Café Inglês no seu livro.
A coisa ganhou ainda mais proporção quando no início dos anos 90 se popularizam os seus almoços domingueiros com música ao vivo, coisa que ainda hoje acontece.
De resto o Café Inglês é hoje um local onde a doçaria e gastronomia são largamente aplaudidas, e onde a cultura tem o seu espaço privilegiado. Música, exposições, têm calendário marcado nesta secular casa senhorial, a que Susie chama “o palco da minha vida”, - porque lá no fundo sinto que nasci para ser actriz!

Agora, está empenhada noutro dos seus múltiplos sonhos. Na Cumeada (uma aldeia do interior algarvio) adquiriu outra casa antiga onde pretende materializar mais umas quantas ideias que lhe bailam nos expressivos olhos com que me fixa.
- Quero criar um espaço vocacionado para a contemplação, ioga e outras vertentes da paz de espírito. Quero que a minha casa seja um santuário para artistas!
No fundo o que ela quer, é repartir o seu coração com todos os que puder abraçar.

Publicado na revista 30 Dias - de Julho 09

Escrito por pulanito @ julho 09, 2009   0 comentários

sábado, julho 04, 2009

Slides- Retratos da Cidade Branca



A pedido de vários leitores, aqui fica um outro pequeno video contendo o poema Slides- retratos da Cidade Branca, dito no Music Box durante o festival Silêncio. Este poema já existe aqui no Pulanito mas no suporte audio. Agora poderão apreciar a intensidade do mesmo ao mesmo tempo que o lêm. Durante a apresentação cometi uma falha, não disse o verso " Ai a imperial da Munique". Espero que me possam desculpar, por tão óbvio lapso.

Slides – Retratos da Cidade Branca

Onde estão os meus amigos?
Remotas memórias
Saltitam
Pululam
Cheiros / odores / miragens
O café
O sorriso
Olá como está!
E outras encenações
A novidade
A vizinha do 3º fugiu, amanhã vem no jornal

Ai..a imperial da Munique
Os destemidos tremoços
Moços, maçons
Canalha / navalha
Pensa coração
Amigos onde estais?

A sueca com minis à mistura
O relato da bola
A malha / copo de 3
A feira do relógio
O relógio da feira
Sandes de couratos / vinhos de Torres
Jogging de Marvila

Domingo
Especialmente domingo
Barbeados / dentes lavados
E martinis no plástico labrego
Alumínio / moderno / kitch / mau gosto
12 cordas / mãozinhas
Salteadores da razão perdida
Perdidos / enjaulados
Correio da manhã
O cú da vizinha do 9ºB
Regalo para a vista
Suplemento a cores com salários em atraso

E a Lisnave / petroquímica
Cancros do meu Tejo
Apodrecendo lentamente o azul das águas
E eu impotente / cinemascope / 35 milímetros de mim
A raiva afogada entre cubaslibres e pernas de mulheres
Que não são putas nem são falsas nem são nada
São pernas de mulheres e cubaslibres simplesmente

Paga-se a saudade com cartão de crédito

Táxi
Leva-me para onde está o meu amor
Táxi
Leva-me para lá de mim
Táxi
Atropela-me os sentidos e a alma para não deixar vestígios

Escrito por pulanito @ julho 04, 2009   3 comentários

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