Laos . Luang Prabang 15 de Dezembro de 2013
Hoje Domingo será dia de chuva. Logo, talvez tenhamos de alterar o nosso plano de alugar uma scooter para melhor nos movimentarmos na cidade e arredores que nos dizem ser de não perder.
Tomámos o pequeno-almoço à beira-rio mesmo junto ao atracadouro onde repousam dezenas de barcaças iguais àquela em que viajámos. Quiçá a nossa já por aqui se encontra.
Depois de nos realojarmos numa outra guest house mais barata e com melhores condições, assentamos colocar atrás das costas as arrelias de ontem e partir à descoberta da cidade. Está decidido. Vamos ficar três dias.
Mercado de Luang Prabang - Vendedoras de rua
Natália no mercado
Nada melhor do que visitar o mercado local para ficarmos a conhecer o pulsar da vida por estas paragens. Este é um típico local de mercas, onde os nativos se passeiam com os tradicionais chapéus de palhinha que me fazem lembrar abat-jours e cestos de verga redondos transportados na extremidade de uma vara a fazer lembrar os pratos de uma balança.
Transporte de mercas
Peixe mais fresco, não conheço!
Os peixes vindos dos rios vizinhos e em especial do Mekong, são aqui, comercializados vivos o que resulta em expoente de fresquidão. Produtos desconhecidos de várias formas, sabores e feitios, obrigam-nos a cheirá-los, manuseá-los e a procurar saber para que servem.
Mulheres fazendo na rua a lida da casa
Mulheres atarefadas, fazem na rua e de cócoras parte da sua lida doméstica. Nomeadamente a lavagem da loiça, o corte dos alimentos e até mesmo alguns cozinhados.
Orgulho na bandeira vermelha, ou pelo menos assim parece!
Bandeiras vermelhas estampadas com a foice e o martelo, engalanam avenidas, ruas, beco e vielas, relembrando-nos a cada momento onde estamos. Apesar dessa lembrança permanente, não se sente a carga esmagadora que experimentei noutros países onde a ditadura é regime vigente.
Aprendizes de monge
É nestas casinhas que dormem os noviços. No caso presente uma cerimónia de iniciação, onde parece ser prática estar exposta.
Claro que fizemos mais incursões a templos budistas. Aqui, apesar de mais pobres e nalguns casos mesmo decadentes, são a meu ver mais genuínos, ou pelo menos, mais ao meu gosto. Num desses templos de indecifrável nome, dei de caras com um menino, um aprendiz de monge com quem troquei sorrisos até que a vergonha o levou a afastar-se. Fiquei a vê-lo partir na pressa da sua timidez. Esvoaçava de laranja na ânsia de se esconder.
A periclitante ponte
Num outro rio que serpenteia a cidade e desagua no Mekong, fotografámo-nos numa ponte toda ela construída em bambu.
Admirámo-nos com a periclitância da estrutura e ficámos a saber que os trezentos metros de ponte são reconstruídos a cada seis meses, já que as inevitáveis cheias levam rio abaixo a precária obra d’arte.
Cinzelador de origamis
Neste passeio matinal de exploração da cidade, numa loja de antiguidades dei de caras com um jovem, talvez de uns 14 anos, que utilizava no trabalho que levava a cabo, uns ferros que me eram familiares. Falo de cinzéis de corte, cercadores de meia-cana, cercadores de cana inteira como lhe chamamos nós, os que aprenderam a dominar esta arte. Este rapaz, cinzelador de origamis, transportou-me à minha juventude onde durante cinco anos aprendi a domesticar os dedos na arte de cinzelador.
Vendedora de catanas....e o que eu gosto de facas!!
Reganho a confiança nesta gente. Depois do triste episódio do slow boat, voltamos a sentir-nos seguros e confiantes. As pessoas de Luang Prabang, são corretas, gentis e transpiram cortesia e serenidade.
O artesanato de prata, é genuíno e de se perder a cabeça, coisa que já nos aconteceu. As peças expostas são de uma plástica impressionante, e mais uma vez, um trabalho de cinzelagem onde reconheço mestria, em que à força de maceta e cinzel, os artesãos transformam a matéria em objetos de arte.
Já mais descontraídos depois de reganharmos a confiança nesta gente
Regressámos ao centro da cidade . Aí decidimos adquirir passagens aéreas de regresso a Bangkok para daí a três dias. (130 € cada). Depois o céu ficou cor de chumbo e desatou a castigar os homens da terra com as suas bátegas de chuva, que nos aprisionaram na agência por um largo período de tempo.
Mal o céu escampou, corremos para a nossa guest house (Soutikone 1 de seu nome...isto está a melhorar!) onde passámos o resto da tarde a namorar e a ler. A ler e a namorar.
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