quarta-feira, janeiro 22, 2014

Ko Si Chang - ùltimo dia - 21 de Dezembro de 2013

 Os nossos companheiros dos últimos dias. Lou e Ali, que voltaremos a ver em Junho quando por aqui passarem.

Voltámos a acordar antes do galo. Isto tem a sua razão de ser. Na ilha não há rigorosamente nada para fazer à noite. Daí a diversão seja a cama, com tudo o que isso implicar, incluindo dormir cedo.

 Os canais de televisão são-no às dezenas. Paletes mesmo. Mas curiosamente todos em línguas que não sei descodificar. Vai daí que dormir cedo é um dos planos a ter em conta.


 Ko si Chang - vendedores de rua

Após a minha obrigatória visita ao café da senhora simpática que me parece conhecer desde sempre, dei uma volta em modo suave pelas ruas das imediações. Durante esse périplo exploratório, diria mesmo, cusco da vida dos nativos que vivem portas afora, como de resto já foi referido, dei com o responsável da poluição sonora matinal. Parei a motoreta e por ali fiquei fingindo interesse numa qualquer flor que fingia fotografar. O artista tinha na rua, montada uma espécie de estação de rádio, cujo som propagava, via altifalante por aquela, e ao que julgo, por outras ruas vizinhas. Estava portanto na presença de um amante da radiotelefonia, que levava a seu bel-prazer e até aos seus ouvintes o som do seu gosto musical, bem como as certeiras palavras que ali debitava para quem o quisesse ouvir e mesmo para quem o não quisesse.

 cemitério budista

 Resolvido o mistério voltei para casa e contei à Natália que não quis perder a oportunidade de por ali passar quando fomos para a praia. Atenção. Eu avisei que vos ia trazer notícias que o não eram. Portanto nada de me interpretarem mal. Creio que até final desta epopeia escrita, ainda aqui trarei mais uns quantos não episódios, só porque me quero entreter a escrever e, como tal, quem aqui tiver chegado é capaz de começar a pôr em causa a minha sanidade mental.

Amanhã será o nosso último dia. Como não sei se vou ter tempo para escrever, resolvi-me a fazer futurologia e em jeito de comentário final deixar-vos a minha impressão acerca desta incursão asiática. Até agora tem sido extasiante, surpreendente, cansativa e aventureira, mesmo a pedir mealheiro para próxima viagem.

Foram dias excitantes de descoberta. Vivemos 21 dias ao sabor do calendário e da nossa vontade. Adorei não termos programa definido. Gostei do estilo free style das nossas férias. Surpreendi-me e julgo ter surpreendido a Natália. Mais que colaborante companheiro de viagem, julgo ter sido um cúmplice de corpo inteiro. Deliciei-me com as gentes, a gastronomia, a paisagem e a cultura dos povos que visitei.

Retenho três grandes momentos. Os dias de treckking na selva, a descida do rio Mekong e o místico encontro com o monge no alto daquele monte. Surpreendeu-me a minha diabetes que sem fazer nenhum regime especial, baixou para leituras aceitáveis, comparadas com as dos últimos tempos. Apesar dos sete fusos horários de diferença; de estarmos em países diametral e culturalmente opostos, senti-me muito mais seguro por aqui, do que no meu próprio país.


 Ainda vos podia contar a história desta mota de água, mas creio que já era abusar da vossa paciência.

Não vos vou maçar com mais um dia de praia com águas obscenas de quentes. Não vos quero aborrecer com mais um dia igual ao de ontem, com temperaturas a roçar o absurdo. Não! Não vos quero enfadar com mais um dia de puro e dolce fare niente. Longe de mim ficar aqui de novo a descrever-vos mais um pôr-do-sol daqueles de cortar a respiração. Não! A única coisa que vos quero dizer é que estou prestes a acordar deste sonho. Que estou quase, quase a voltar à minha pobre realidadezinha, aos meus problemas existenciais, ao términus do meu novo livro e ao início de escrita do romance que tenho retido na cabeça à espera que o transponha para o papel.

 Uma das últimas fotos de férias

E pronto, aqui fica este exercício escrito na forma de um olhar.
Como se apenas captasse o que o que estava no meu horizonte visual e, de uma foram crua, sem grandes preocupações estéticas no que à escrita diz respeito, fui tomando nota desses olhares que agora convosco reparto.

 desculpem lá. Tinha de colocar esta...só lhe falta a palavra fim entre o barco e o pôr-do-sol

Espero que consigam viajar nas minhas palavras e que retirem delas, parte do prazer que senti neste périplo por estes dois países da Ásia: a Tailândia e o Laos.

Escrito por pulanito @ janeiro 22, 2014   3 comentários

3 Comments:

At 11:34 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Bela viagem, ouso citar Alberto Caeiro: "Porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura". Obrigado pela partilha. Teresa Caldas

 
At 2:27 da tarde, Blogger Olinda Gil said...

Li todas as crónicas e senti-me tão inspirada, nem que seja a fazer uma versão menor disso. E parabéns pela esposa muito bonita!

 
At 2:53 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Caro Napoleão

Correu tudo bem, isso é que importa. Vejo que vens com vontade de partilhar esses conhecimentos. Já entendi que vamos ter livros para breve. Força amigo e obrigado pela tua partilha.
Um abraço
jmatos

 

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