Arturo Posada - Uma Visita Inesperada.
Na passada semana fui contemplado com a visita do meu amigo Arturo Posada e da sua mulher Sagrário.
Já não via o Arturo desde 1998 e havia pensado que lhe perdera o rasto até que aconteceu esse milagre chamado facebook, que de novo nos juntou.
Conheci o Arturo Posada aí pelo ano de de 1992 em Madrid num recrutamento que estava a levar a cabo para abrir uma delegação em Espanha.
De imediato houve entre nós uma química especial que fez com que o tivesse convidado a trabalhar comigo em Portugal, coisa que aconteceu e que se repetiu mais que uma vez ao longo dos anos, mas com cujos episódios não vos irei maçar.
Há coisas que um homem não sabe explicar. Passaram-me pelas mãos centenas de colaboradores; da esmagadora maioria nem sinal de memória, parece mesmo que uma esponja gigante terá limpado na totalidade a minha sala de lembranças, não deixando rasto de gente com quem partilhei muito de mim, mas que por razões que a própria razão desconhece se me foram da memória. Não foi o caso do Arturo e de mais dois ou três nomes emblemáticos que terão deixado marcas tão profundas que a tal esponja não conseguiu apagar.
Tive especial prazer em rever este amigo e de conhecer a sua nova companheira (Arturo divorciou-se da mãe da sua filha no espaço temporal em que nos não encontrámos), e suguei avidamente todos os detalhes da sua nova vida.
O tempo serenou-nos a gémea alma rebelde que compartimos e agora apesar da distância física e temporal sinto que tivemos um percurso em muitos episódios verdadeiramente similar.
O Arturo é um homem do marketing e das ideias dos melhores que alguma vez conheci. Reconheço-lhe vários predicados, mas o que mais impressiona com quem ele trabalha é a sua capacidade oratória e a sua habilidade natural para transformar em ouro o pó das estrelas.
É um vendedor e peras!
Sagrário, sua mulher, acha que ele está sempre a vender, coisa que por vezes a incomoda de verdade, mas os melhores profissionais têm a coisa tão entranhada em si, que por muitas peles que vistam sobressai sempre a do mercador de sonhos que vive dentro de cada um destes sobredotados. Que o diga o Mourinho, homem que no seu intimo terá certamente comportamento semelhante mas na vertente futebolística.
O meu amigo João António Domingues é outro caso parecido, está-lhe sempre a fugir o discurso para o seu, e tanto faz ser às nove da manhã como às quatro da madrugada, que é como se sabe, a hora dos passarinhos cantarem lindas cantigas à porta das suas amadas, e não de se venderem automóveis ao mesmo tempo que se fumam garrafas de tinto…coisa que o João faz com a destreza dos iluminados.
Voltando ao Arturo, ficámos combinados para uma visita à sua minúscula aldeia (S. Mamez a 80 km de Madrid) onde apenas vivem cerca de 50 eleitos. Também eu e, à imagem deste meu amigo, sou cada vez mais aldeão, mais cidadão de mim, mais guardador de pedras e labirintos, mais ensimesmado em sonhos de sonhar acordado, em suma…mais tinto, que esta está no fim!
Ficou já a convocatória para em Janeiro virem à nossa matança do porco e nos frios desse Inverno que há-de vir, rebuscarmos à volta do lume episódios onde ambos coincidimos.
Bem sei que este é um post sem qualquer significado para quem por aqui passa, mas como estamos em plena “Estação do Parvejo”, prevejo que me cheguem a desculpar, até porque não faço estas coisas por mal. São coisas que me dão…e hoje deu-me para aqui.
3 Comments:
Eu gosto, do que você escreve.
maria.
Arturo e Sagrária...sim senhor!!!
Em português deve ser Tiburcio e Genoveva...bj
Cat
Obrigado pelo que considero um rasgado elogio e pela honra de mais uma vez ser contemplado nestas fantasticas crónicas, que o meu querido amigo tão bem escreve, e que eu e muitos outros, tanto gostamos de ler.
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