sexta-feira, julho 23, 2010

Diário de Viagem – Dia 7

Diário de viagem – Dia 7


Saímos de Ílhavo animados com a ideia de que iríamos ultrapassar essa fronteira chamada Porto, e a partir daí entrarmos em território mais agradável para viajar.
O vento frontal tem-se feito sentir durante toda a viagem mas nunca como ontem, o que me deixou deveras frustrado com os deuses que mandam neste departamento da mãe natureza.
Foi uma viagem muito cansativa, que física, quer mentalmente, quer mesmo ao nível da comodidade, ou da falta dela, que é pedalar cerca de dez horas em cima duma superfície mínima.

Para ilustrar este dia que nos trouxe de Ílhavo à Póvoa de Varzim num distância de cerca de 130 quilómetros de ininterrupto trânsito, do ruído ensurdecedor do zunido da ventania e do continuo buzinar de carros e camions, vou tentar retirar da viagem o melhor que puder e souber, até porque também tivemos momentos hilariantes, imprevistos, quedas e furos, logo uma jornada cheia de interesse para quem nos lê.

Para tal vou deixar de lado o relato tradicional e à medida que for colocando fotos na net, irei comentando as ditas o melhor que puder e souber.

Arlindo Pereira avaliando os estragos da primeira queda do dia

A Queda

Quando um ciclista cai, é mais do que certo que ao levantar-se algumas mazelas se levantam com ele.
No caso presente o Arlindo caiu a baixa velocidade ao tentar transpor um passeio e pumba lá foi o pobre Arlindo mais a sua bicicleta fazer uma visita íntima ao alcatrão.
A queda ou mesmo o acidente estão sempre á espreita nesta actividade que requer 110% de atenção ao terreno por onde se rola e ao ambiente que nos rodeia e depois de muitas horas em cima da bicicleta o cansaço e a desatenção são factores que contribuem para que estas fatalidades aconteçam com mais frequência.
No caso presente, era de manhã e não tínhamos percorrido mais de cinco quilómetros, já que íamos com o tempo contado para apanhar o ferry da 8.50 horas que nos haveria de conduzir a São Jacinto.
Uns arranhões e umas escoriações foram o resultado deste percalço. Nada mau para começar o dia.

Eu, Virgilía Almeida e Joaquim Miguel em animada cavaqueira durante a travessia


Surpresas da Viagem

A Virgília Almeida apareceu no ferry que atravessa a Ria de Aveiro, e como pessoa desinibida que é logo meteu conversa connosco.
Foi uma conversa animada a que assisti e participei. Uma das vantagens de viajar de bicicleta é o conhecimento que travamos com quem connosco se cruza. No caso presente a simpática Virgília, contou-nos que era relações públicas do Regimento de Infantaria e que também ara slamer de poesia pertencendo mesmo ao círculo de poesia de Aveiro, o que naturalmente me interessou.
O Joaquim Miguel conversou mais demoradamente com a senhora e pelo que se riam, entendiam-se às mil maravilhas, provavelmente encontrando pontos comuns no desenrolar da contenda verbal que demorou o tempo duma travessia de vinte minutos.
Depois, cada um vai para seu lado ficando apenas a poeira dum breve encontro que eu aqui faço questão de eternizar conforme prometi à simpática Virgilia.

Manos Piteira pedalando contra o vento




Pedalando Contra o Vento


O dia de ontem foi um dos dias mais difíceis da minha vida de ciclista. Tanto eu como os meus companheiros sabemos que o vento faz parte das condições atmosféricas que um homem tem de ultrapassar, e quando a coisa se torna complicada, dá meia volta ao cavalo e ala para casa que se apanha o vento de costas. Mas isto é quando se a está a treinar; quando temos um determinado percurso a percorrer não podemos mudar a direcção do vento, nem podemos inverter a nossa direcção, só podemos mesmo é serrar os dentes e procurar vencer esse inesperado adversário o melhor que pudermos e soubermos.
Uma das soluções é ir fazendo carrossel, isto é: vamo-nos revezando na cabeça do pelotão de modo a puxarmos à vez e assim criarmos uma espécie de parede, ma ontem o vento parecia que vinha de todos os lados incluindo de cima.
Para além disso a zoada que faz nos ouvidos provoca uma dor de cabeça tal, que no meu caso me provoca tal irritação que mal vejo a hora de desmontar.
Enfim! Provas que temos de ultrapassar para conseguirmos o nosso objectivo que terá o seu epilogo amanhã, embora esta crónica sela referente a ontem. Confusos? Não faz mal, lá mais para a frente pode ser que se perceba.

Bem, agora vou jantar e pode ser que ainda complete este post hoje mesmo e ainda falta tanto para contar....

Chegando ao Porto pelo lado da Afurada - Gaia - a vista é simplesmente deslumbrante

O rio é a grande serpente que alimenta a cidade

Os miúdos da ribeira - atracção turística em vertiginosos e perigosos mergulhos para o rio

Escrito por pulanito @ julho 23, 2010   3 comentários

3 Comments:

At 12:32 da tarde, Anonymous Manuel António Domingos said...

Boa viagem até ao fim. Muita gente na tourada. Houve uma forte probalidade de serem os cavalos a marrar nos bois. Hoje está uma brasa do ...

 
At 8:37 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Caro Napoleão
o rabo é sempre o que custa mais a esfolar,mas com calma irão certamente chegar ao destino.boa viagem companheiros e um abraço para todos na tua pessoa
jmatos

 
At 3:09 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Finalmente de Volta a casa!
Já fiz anos mas.... podes comprar-me a bicicleta, não vou a Santiago eu escolho os roteiros.
Cuidado que agora é que vão ser elas... Nunca mais me agarras

 

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