quarta-feira, janeiro 27, 2010

Trusses Modernos!

Escrito por pulanito @ janeiro 27, 2010   3 comentários

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Licença de Isqueiro. Um Destes Dias Vai Voltar.

Cá está o famoso documento que permitia acender isqueiros - hoje quase arqueologia!


Portugal teve entre 1937 e 1970 uma das mais caricatas e ridículas leis de que há memória; falo-vos dessa nefasta regulação que dava pelo nome de - Licença Anual Para Uso de Acendedores e Isqueiros e que custava a módica quantia de 50$00 (cinquenta escudos) já no final desta aberrante prerrogativa.
Consta que a tal licença existia para proteger a industria fosforeira portuguesa, sendo esta a destinatária de 70% do lucro das multas, já que os restantes 30% revertiam a favor do autuante – vulgo inspector de isqueiro – e no caso de haver delator que conduzisse á autuação também este seria agraciado com metade da comissão do tal inspector.
As multas ascendiam a 250 escudos e caso o prevaricador fosse, funcionário do estado ou militar a coima seria aplicada a dobrar, ou seja: 500 escudos, coisa que nos anos sessenta dava para comprar muita coisa, como por exemplo: cem maços de tabaco!
Esta licença só tinha validade se o fiscal apanhasse o utilizador num espaço público e este não possuísse licença, caso o utilizador estivesse “debaixo de telha” (conforme penso que lavrava o teor da anedótica lei que hoje aqui vos trago) o proprietário do isqueiro já o podia utilizar à vontade e sem receios.
Consta que certos estudantes ou adversários do regime não possuíam a tal licença, mas carregavam num bolso o isqueiro ilicenciado e no outro uma telha, objecto que utilizavam para debaixo da mesma acenderem os seus cigarritos, coisa que irritava os tais PIDES de segunda – conforme também eram apelidados – que não tinham argumentos autuantes para tão ilustres prevaricadores, muitos deles estudantes de direito.
Em 1970, em plena Primavera Marcelista foi concedida a liberdade de se utilizar o isqueiro onde muito bem quiséssemos e nos apetecesse. Parecia que era o início de um novo ciclo de esperança libertadora, mas a coisa ficou-se mesmo por ali. Pela anulação da licença de acendedores e isqueiros!

Escrito por pulanito @ janeiro 25, 2010   4 comentários

sábado, janeiro 23, 2010

No "Natal" do Zé Manel.


Todos os anos é assim! Quando já pensamos que as comemorações natalícias terminaram, quando começamos a pensar em ser mais comedidos com aquilo que comemos, quando começamos a pensar em fazer exercício físico de modo a gastar todo o combustível calórico acumulado nos últimos tempos, recebemos a já costumeira chamada telefónica do Zé Manel Santiago que nos convida quase em tom ameaçador: - «vê lá não te esqueças de vir á minha festa de“natal”».

Zé Manel recebe em Albernôa no casão familiar (que a cada ano que passa fica mais aprimorado!), no fim-de-semana a seguir aos Reis os seus amigos mais chegados num ritual que este proclama ser o seu “natal”, visto ser este o dia a que dá mais importância emotiva, como faz questão de expressar.

O motivo, é a matança dos porcos da sua criação que este transforma posteriormente em enchidos e presuntos, que depois de tratados, temperados e curados resultam em iguarias sem rival, tal a fama que granjeou.

Com a matinal chegada dos convivas, o seu rosto escancara-se num enorme sorriso que se assoma às janelas que são os seus olhos verde azeitona por onde lhe podemos espreitar um pedaço da sua alma, essa alma dos Santiago, de que se diz ser o fiel depositário.

Logo pelos alvores os animais são sacrificados, coisa que o nosso anfitrião faz com destreza profissional, desferindo-lhe o golpe de faca certeiro ao coração que os levará a sangrar até à morte; uma morte que o mestre sabe e quer que seja rápida e com o mínimo de sofrimento possível para os animais.

Depois os restantes convivas, queimam, raspam e lavam o animal até que o mestre o dê como pronto para a abertura do corpo de onde lhe serão retiradas as tripas, banhas e restantes miudezas.

A operação é repetida em todos os animais a abate, que serão depois pendurados de modo a enxugarem por vinte e quatro horas, altura em que se fará o desmanche dos ditos.

Quando esta tarefa termina, é a hora do convívio esperado, onde à mesa se degustam os pratos próprios do ritual da matança. Nela não podem faltar a moleja, a cachola frita, as alândias e restantes carnes que Zé Manel retirou do último porco que preparou, manejando facas e cutelos numa precisão relojoeira de quem já repetiu esta tarefa milhares de vezes.

À mesa, esse altar onde a alma alentejana se derrama, come-se, bebe-se e em alegre algazarra e celebra-se essa coisa tão velha como o mundo e que dá pelo nome de: amizade.

Dora, sua mulher e Rita e Paula suas filhas, são os alicerces deste tradicionalista convicto que com a ajuda destas vai aos poucos construindo o seu pequeno mundo; um mundo de independência, conquistado à força de braço de quem não conhece horários nem horas de sono justo, mas que persegue um ideal que passa por um único objectivo: ser feliz!

Pela tarde e quando o vinho naufraga nas gargantas dos comensais, alguém solta as primeiras notas duma velha “moda” local. O momento torna-se quase solene e em uníssono, como se as vozes fossem braços que se enlaçam, acontece a magia da alma alentejana em que e emoção emerge à flor da pele, e lá de dentro, do que temos de mais profundo, solta-se o grito lancinante da terra, imagem de marca de uma gente que se abraça para cantar e que canta em forma de abraço.

Quando a noite se faz verdadeiramente noite, quando o frio de Janeiro já não é bom parceiro, quando o vento zune através das frestas sabemos que está na hora de abalar, coisa que se volta a fazer cantando:


Vamos nós saindo
Por esses campos fora
Que a manhã vem vindo
Nos lábios d’aurora.


Publicado na revista 30 Dias de Janeiro 2010

Escrito por pulanito @ janeiro 23, 2010   3 comentários

domingo, janeiro 17, 2010

Alentejanices

Zé Manel (el matador!), Nap, Graham e Nuno


Tenho andado com tantos afazeres, que um pedaço deste mundo que convosco reparto amiúde não tem sido actualizado, o que tem gerado algumas fundadas reclamações, coisa de que agora me penitencio trazendo-vos mais um naco deste meu pequeno universo.
Já aqui vos relatei várias matanças de porcos, coisa que para alguns dos meus leitores mais sensíveis é um ritual bastante cruel, para outros no limiar da barbaridade e para outros ainda mais fundamentalistas é coisa de trogloditas que não têm dó nem piedade dos pobres animais.
Pessoalmente, penso que estes ancestrais rituais devem ser valorizados e divulgados na forma de património cultural que vai muito para além do sacrifício do pobre animal, que foi criado para este fim e que é apenas mais um elo da cadeia alimentar. Quem quiser ler aqui alguns desses relatos poderá fazê-lo nos seguintes links: http://pulanito.blogspot.com/2006/11/matana-do-porco-tradio-secular.html ou em: http://pulanito.blogspot.com/2008/01/o-natal-do-z-manel-alberna.html Por mim, hoje, e porque me apetece, vou antes debruçar-me sobre outro género: o género humano que nos veio visitar por via deste ritual.
Havia combinado com a minha irmã – Catarina Mira – e depois de consultado o matador (meu primo Zé Manel, aqui várias vezes referido em posts anteriores!) que seria no passado fim-de-semana que teria lugar este ritual que a cada ano se repete.
Para tal convidei os meus amigos Leila Gharnith e o seu companheiro Graham Burgess que por via deste acontecimento calcorrearam as estradas espanholas e desceram à aldeia para me presentearem com a sua companhia.
Minha irmã convidou o Nuno e a Maria (que são seus patrões, mas que me pareceram mais amigos que outra coisa!), e juntos passámos este cacimbado dia de Sábado de um Janeiro tão chuvoso como não há memória.
A morte do animal, seria o fio condutor desta experiência invernil, até porque tanto o Graham como o Nuno eram novatos nestas andanças, coisa que se revelou assim um bocado para o radical em termos de experiência para os caloiros da matança.
Depois de executada a árdua tarefa que mestre Zé Manel, transforma em “coisa de moço pequeno”, tal a agilidade e destreza com que maneja as facas assustadoramente afiadas enquanto debita a sua habitual lição de anatomia rematando com a sua costumeira frase: - Em mortos já sei operar, mas vivos ainda não experimentei. Se houver algum voluntário que levante o braço!
Pela tarde comemos pedaços do bicho que estava apenas: delicioso. Experimentámos alguns dos néctares vínicos da região que foram da aprovação geral. Mais à tardinha passeámos os olhos pelo verde que veste o ondulado da planície e no regresso voltámos ao lugar onde se podem encontrar os bons alentejanos: à mesa!
Os meus velhos e novos amigos gostaram da experiência, agora é só esperar mais uns meses para que voltem a ser de novo protagonistas de mais uma sessão de: Alentejanices.

Escrito por pulanito @ janeiro 17, 2010   4 comentários

terça-feira, janeiro 05, 2010

Admirável Mundo Novo



Há muito tempo, mas não assim tanto como isso, Portugal era um país parado no tempo, coisa que assim de repente parece impensável, mas que tinha as suas vantagens. Por exemplo, a palavra inflação não era uma palavra, era um palavrão de que só os mais instruídos haviam ouvido falar.
Era no tempo em que os produtos levavam o preço no fim do nome de tanto se manterem inalteráveis. Havia o pão de 17, o copo de 2 e de 3, no eléctrico havia o bilhete de 4 e de 7 (tudo em tostões!), e por aí fora.
A vidinha ( porque apesar da garantia do preço do panito, aquilo não era vida!), corria direitinha, educadinha e cinzentinha com a sua cunhazita aqui, a sua prisãozita acolá, a sua deportaçãozeca mais além. Tudo muito “ito”, muito “zeca”, muito” inho” como convém a uma sociedade governada por um déspota já em senilidade avançada que caiu de podre como cai tudo o que não tem renovação ou mesmo manutenção.
Deste mundo saltámos quase sem dar por isso (apenas com uma revoluçãozeca pelo caminho!) para um admirável mundo novo, onde tudo acontece na vertigem do momento, o que a meu ver terá as suas contra-indicações.
Estava-me aqui a lembrar dum episódio que me aconteceu na minha terra natal há poucos anos. Talvez uns dez!
Tive necessidade de confirmar uns documentos que não tinha em minha posse e disse à pessoa que os queria ver que os faria chegar em minutos via fax para que visse com os seus próprios olhos. Alguém me chamou de lado e perguntou-me com ar preocupado como se eu tivesse enlouquecido de vez; como é que era possível fazer chegar a documentação em poucos minutos e o que era isso de fax!
Ora quando este episódio aconteceu já a invenção fax estava a dar as últimas, concluindo eu que aquela gente que habita o mesmo país que eu, que supostamente teriam acesso a este tipo de conhecimento, desconheciam a existência deste aparelho, que por acaso estava em fim de vida começando rapidamente a ser substituído pelo e-mail, coisa que nem tive coragem de mencionar.
Existem invenções que perduram no tempo e outras que têm um período de vida, tornando-se obsoletas aquando da invenção da sua substituta. Isto transporta-me de novo à minha terra, e neste registo de “admirável mundo novo” para ser de novo confrontado com uma situação que me deixou algo perplexo, confuso até!
Passeando pelas aforas da vila, dirigi-me para as bandas do cemitério que estando de porta aberta é sempre um convite irresistível para nele entrar.

Ti Manel Russo abrindo a procissão em Entradas - Julho 1999
Ao fundo e meio imerso na cova que abria Ti Manel Russo (o coveiro!) saúda-me efusivamente e em ar de brincadeira diz-me: enquanto for abrindo a dos outros, a coisa não está mal – referindo-se ao seu trabalho solitário.
Este meu conterrâneo (entretanto falecido há uns quatro anos!) era um exímio contador de estórias, lengalengas, intermináveis contos de cariz medieval com castelos, princesas e tudo; portanto, portador, fiel depositário de todo um espólio de tradição oral que com ele partiu no dia em que desceu à terra.
Estava ele já nas últimas sacholadas, quando lá do fundo da cova se solta uma zoada estridente, irritante até, misturado com o som surdo e sincopado da enxada penetrando na terra, retirando a cada cavadela uma fatia da mesma que mais tarde serviria para cobrir a última morada dum Entradense por essa hora chorado pelos seus entes.
O tal som era o toque de entrada de chamada do telemóvel do Ti Manel Russo que fazendo uma pausa na cavação atendeu lá do fundo da cova com um “TôXim” muito em voga naqueles tempos.
Dou então comigo a pensar no simbolismo daquele quadro em que um vivo cava a cova para um seu “irmão” morto com uma das primeiras ferramentas inventadas pelo homem, e na outra mão uma das últimas, a que foi dado o nome de: telemóvel!
Estas duas ferramentas, cada uma a seu tempo, vieram revolucionar a vida do ser humano. O telemóvel, todos sabemos porquê, mas a enxada, a determinado momento, também terá sido a ferramenta que desbravou o caminho para este “admirável mundo novo”.

Estava eu a pensar na velocidade a que as mudanças acontecem, que sem querer me começo a dar conta de que para mim podem parar por aqui.
Já presenciei, já vivi mutações tão significativas, tão marcantes, ricas e influentes que já não tenho “cabedal” nem paciência para acompanhar as revoluções diárias a que vamos assistindo.
As novas gerações que agora tomam conta do aparelho são gente doutra estirpe, que respeito, algumas até admiro, mas que me são cada vez mais difíceis de compreender.
Sou cada vez mais um bicho solitário que vai perdendo amigos por via da morte, por via da distância, por via da falta de paciência ou porque sou cada vez mais um animal que se abriga na sua concha e ali fica a observar as transformações que o mundo sofre a cada dia que passa.

Bem sei que este post é coisa longa, coisa só para maratonistas da leitura, não para gente que vive na vertigem do momento, que prefere viver à velocidade “stroblight” em vez de parar para admirar as coisas…as coisas, simplesmente!



Estava eu no outro dia num bar em Lisboa quando um amigo me perguntou se já tinha twitter. Disse que não, coisa que o fez agigantar-se e de imediato olhar-me de cima para baixo como se eu fosse um ser insignificante sem o mínimo interesse.
Ainda me falou das enormes vantagens de estar ligado naquele sistema instantâneo onde o mundo inteiro sabe de imediato o que estás a fazer e a pensar. Rebati os argumentos só mesmo para alimentar as bebidas que ingeríamos, ao mesmo tempo que interiormente ruminava pensamentos outros, daqueles que sei serem decisórios para a minha vida.
Hoje leio num jornal (um jornal tradicional!) que uma mãe anunciou ao mundo a morte do filho (no momento em que este perecia!) através do twitter. Fiquei estarrecido e lembrei-me da conversa tida há cerca de um ano naquele bar em Lisboa com aquele meu amigo (se é que ainda o é!) em que ele me dava conta das vantagens desta ferramenta. Rio-me para dentro, dobro o jornal e sigo o meu caminho e penso para onde nos leva este ”admirável mundo novo”.

Pelo caminho ainda penso naquele meu conterrâneo do fax, que vivendo lá na sua santa ignorância será seguramente muito mais feliz que a maioria de nós!

* Só me resta dizer que estás a ler isto num blogue, uma ferramenta fruto do mundo que confronto.

Mas quem é que disse que não sou um ser cheio (mesmo a abarrotar!) de contradições.

Escrito por pulanito @ janeiro 05, 2010   4 comentários

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