Diário de Viagem dia 5
Olho-me ao espelho que está mesmo por cima do computador onde debito estas efémeras ideias.
O reflexo por este emitido remete-me para um indivíduo cansado, exausto, extenuado pela dureza e atenção que o percurso de hoje nos mereceu.
Depois da “papa” de ontem, o dia de hoje prometia mais quilometragem, mas nada de montanha e a paisagem circundante era condizente com o que este magnífico dia prometia: uma jornada a todos os títulos surpreendente.
Saímos de Ílhavo pelas 8.00 horas em direcção ao Forte da Barra. Nos céus, helicópteros, aviocars, caças e demais artefactos voadores sobrevoam as nossas cabeças anunciando-nos que estamos em data especial: hoje é 10 de Junho, dia da raça, como antigamente se dizia e que alguém parece querer fazer renascer. Por mim não vejo mal nenhum em pertencer a uma raça, a um DNA, a um país, a uma cultura, a uma postura na vida que se confunde com o nome: PORTUGAL.
A nossa vida hoje não nos permite pensar em grandes celebrações senão aquela que é a principal de todas e que dá pelo nome de: alegria de estar vivo.
O reflexo por este emitido remete-me para um indivíduo cansado, exausto, extenuado pela dureza e atenção que o percurso de hoje nos mereceu.
Depois da “papa” de ontem, o dia de hoje prometia mais quilometragem, mas nada de montanha e a paisagem circundante era condizente com o que este magnífico dia prometia: uma jornada a todos os títulos surpreendente.
Saímos de Ílhavo pelas 8.00 horas em direcção ao Forte da Barra. Nos céus, helicópteros, aviocars, caças e demais artefactos voadores sobrevoam as nossas cabeças anunciando-nos que estamos em data especial: hoje é 10 de Junho, dia da raça, como antigamente se dizia e que alguém parece querer fazer renascer. Por mim não vejo mal nenhum em pertencer a uma raça, a um DNA, a um país, a uma cultura, a uma postura na vida que se confunde com o nome: PORTUGAL.
A nossa vida hoje não nos permite pensar em grandes celebrações senão aquela que é a principal de todas e que dá pelo nome de: alegria de estar vivo.
Os ciclistas saõ a sombra colorida da própria sombra
Rolemos então (senão não calo o teclado), em direcção ao nosso primeiro destino, que como acima refiro se chama Forte da Barra (mais uma estreia. Uma vergonha não ter estado aqui!).
Neste espaço amplo, onde a Ria de Aveiro é o denominador envolvente aguardamos (para minha surpresa…e o que eu gosto de me surpreender, ui!!) pelo Ferry que nos levará a S. Jacinto, do outro lado da margem ali à mão de semear. Mas o ferry está a reparar e temos que utilizar a lancha que o substitui.
Assim fizemos depois de aguardar uma hora pela partida que nos haveria de conduzir à outra margem.
Aí chegados, recomeçamos a pedalar até à Torreira. Por ser feriado, as margens estavam pejadas de pescadores amadores que emprestavam aos contornos da ria um décor absolutamente surreal, parecendo mais uma “instalação” em forma de mole humana de hastes erguidas, como se de uma floresta de canas de pesca se tratasse.
Neste espaço amplo, onde a Ria de Aveiro é o denominador envolvente aguardamos (para minha surpresa…e o que eu gosto de me surpreender, ui!!) pelo Ferry que nos levará a S. Jacinto, do outro lado da margem ali à mão de semear. Mas o ferry está a reparar e temos que utilizar a lancha que o substitui.
Assim fizemos depois de aguardar uma hora pela partida que nos haveria de conduzir à outra margem.
Aí chegados, recomeçamos a pedalar até à Torreira. Por ser feriado, as margens estavam pejadas de pescadores amadores que emprestavam aos contornos da ria um décor absolutamente surreal, parecendo mais uma “instalação” em forma de mole humana de hastes erguidas, como se de uma floresta de canas de pesca se tratasse.
Festejando o 10 de Junho a bordo dum moliceiro - da estrada era audivel o acordeonista que alegrava a pandilha.
Passada a Torreira chegámos ao Furadouro para uma das “ paragens estratégicas”. Seguimos depois caminho pela Estrada da Mata em direcção a Espinho que deixámos à esquerda, para logo apanharmos a N109 que nos haveria de conduzir até à Foz do Douro, não que sem antes, tivéssemos a primeira dose do Calvário do dia: O EMPEDRADO.
Atravessar centros urbanos em bicicleta de corrida é obra; fazê-lo numa cidade desordenada, cheia de armadilhas e ainda por cima em paralelepípedos irregulares foi obra, só faltou mesmo chover para que que o perigo se transformasse em verdadeiro suicídio pedalar sob tais condições.
Chegados á Afurada, tivemos que meter pelo empedrado do Canidelo, por ruas “sujas e gastas” conforme Carlos Tê tão bem retrata em Porto Sentido.
Atravessando a ponte ( que é uma passagem para a outra margem) D. Luis I no PortoAtravessar centros urbanos em bicicleta de corrida é obra; fazê-lo numa cidade desordenada, cheia de armadilhas e ainda por cima em paralelepípedos irregulares foi obra, só faltou mesmo chover para que que o perigo se transformasse em verdadeiro suicídio pedalar sob tais condições.
Chegados á Afurada, tivemos que meter pelo empedrado do Canidelo, por ruas “sujas e gastas” conforme Carlos Tê tão bem retrata em Porto Sentido.
Lá conseguimos passar a zona de Gaia e meter pela Ponte D. Luis, depois, acompanhando o rio lá seguimos o percurso granítico deste Porto invicto até Matosinhos.
Não vos vou maçar com a infernalidade do tráfego que aqui ainda era pior que no Porto, só vos posso dizer que mal nos conseguimos safar desta situação, parámos para reunir e decidir o que fazer, mas como parámos junto a uma camioneta que vendia cerejas, comemos (entre todos) assim de rajada duas caixas de 2 quilos deste excepcional fruto.
Devorando cerejas junto ao carro funerário do Mauricio -nosso motorista e patrocinador, que terá um post especial a si dedicado. A não perder!
Seguimos em direcção a Leça seguindo as indicações do Joaquim Miguel que nos ia guiando neste difícil percurso.
De repente somos prisioneiros de mais um percurso empedrado que dura, e dura, e dura…e mesmo agora passadas algumas horas ainda sinto os tremeliques causados por tão arreliador caminho.
O céu pode esperar - outras coisas não!
Bem…de uma forma ou de outra, chegámos à Póvoa de Varzim onde mal chegámos caiu uma trovoada daquelas que até a escala de Richter acusa e da qual nos safámos mesmo, mas mesmo, muito à justa.
Saímos para jantar e era para me levantar de madrugada para postar o dia de hoje, mas como me “joguei” ao trabalho aqui fica ele de rajada, sem qualquer corte ou correcção.
Peço antecipadamente desculpa por qualquer erro, mas o cansaço já não me deixa corrigir o texto.
Fotos e coiso e tal….só mesmo amanhã….agora só quero DORMIR!!
7 Comments:
Eheheh...os amigos hoje tiveram direito a massagem de borla, hein ?..
Não te esqueças, massagens, cerejas e águas friezes fazem os ciclistas felizes!
Continuação de boa viagem.
Que maneira tão original de passar o dia de Portugal.Deu para perceber que foi a etapa mais dura até aqui, principalmente o empedrado.Que tal o sabor da cereja do norte(2 kg deve ser muito boa).Cansado mas a curtir como ninguem.Força Pulanito.....
AMIGO NAPOLEÃO ,O STAFF DA MARISQUEIRA DESEJA LHE UM GRANDE FINAL DE VIAGEM,E KE CORTE A META EM PRIMEIRO,FORÇA E UM ABRAÇO
JOAO PEDRO
O cansaço já pesa, mas a luta continua e só te resta mais este dia para que a jornada termine.
Felizmente já há combustivél por este país fora e nada nos impedirá de abraçar o nosso herói amanhã:)
lá te esperaremos quanto a hoje espero que o dia esteja a ser mais ligeiro do que ontem...para trás já ficou uma grande vitória...
um beijo enorme cheioooo de saudades
catarina mira
Estranha sensação de fazer um comentário de uma postagem com o atraso de uns dias pela simples razão de ter estado pedalando ao lado do Napoleão e não ter sido possível,por não ter portátil e não existir Net na quase totalidade dos hotéis onde pernoitámos.
Já estou em casa e ainda há pouco "entregámos",no carro do Maurício ,o Napoleão à civilização(garanto-vos que vivo,de boa sáude e disposição)para que em silêncio se metamorfoseie,se dispa do equipamento barulhento e suado de cicloturista de longo curso(saudávelmente não competitivo) e se assuma na pele poético- literária de Viriato Ventura lá para as bandas do Martinho Da Arcada,no ambiente da intelectualidade saúdavelmente revivalista de Orfeu,celebrando o 120ªaniversário do nascimento de Fernando Pessoa.
Estamos contigo na hora em que sabemos estarás mostrando uma das tuas inúmeras facetas de Homem incomum.Força poeta!Boa sorte Napoleão!
Joaquim Miguel
E quando mija um português,mijam logo dois ou três!
Só não percebo para onde olha o Ricardo--Voyeurismo?
Claro que não!É apenas um "espreita"!
Teremos que ter mais cuidado com o mancebo.É bom rapaz,mas cuidado!
O outro sou eu.Só não me lembro para onde estava a olhar!Sei que para além do despejo fisiológico me estava mijando de riso!
Napoleão aprecio a inteligência.
Quanta vezes isto nos acontece na vida:obra prima,
fruto de um rasgo de sorte ou de uma menos bem conseguida acrobacia fotográfica em cima de uma pedaleira.
Sombra da sombra colorida ou a arte de transformar o que sai torto numa espectacular imagem artística.....Inteligência e poesia amigo!
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