quinta-feira, junho 30, 2011

Catarina Mira e João Paulo Sousa




João Paulo Sousa e Catarina Mira

Minha filhota Catarina e o seu colega João Paulo Sousa fazem este pedagógico anúncio sobre reciclagem de materiais.

Lá em casa há muitos anos que separamos lixos, colocamos nos locais certos velhas mobílias ou equipamentos, especialmente informáticos que perdem validade e funções em menos de um fósforo.

Reciclar é mais que importante, é fundamental. E, para que deixemos um planeta respirável aos que depois de nós vierem, é apenas um pequeno gesto para ti, mas, um grande favor que fazes aos que te seguirão.

Escrito por pulanito @ junho 30, 2011   0 comentários

segunda-feira, junho 27, 2011

O Senhor da Boa Viagem

Contigo no pensamento.


Levantou-se de manhãzinha ainda o sol era uma criança de berço. Tratou da higiene matinal em quase absoluto silêncio de modo a não despertar a sua Maria Antónia que, como quase todas as mulheres, tinha maus fígados matinais; da parte da tarde era uma joia de pessoa, mas pela manhã não se podia aturar!

Olhou-se ao espelho, passou as mãos pelas rugas que mais pareciam regos e reviu em cada uma delas um episódio marcante da sua vida.
As primeiras, simbolizavam o nascimento dos filhos que lhe tinham calhado na lotaria da vida o que para o caso presente significava prémio dos grandes. Nove foram os filhos que Maria Antónia lhe dera e todos vivos graças a Deus.

Os outros sulcos que lhe marcavam a face representavam outros tantos episódios da sua vida. A ida à guerra logo em sessenta e um quando esta rebentou em Angola; a passagem a salto da fronteira à procura de vida melhor que a miséria por cá vivida; a epopeia dum campaniço por terras francesas, onde tudo era novo e estranho a começar pela língua.

Anos mais tarde nasceram-lhe ao canto de cada olho duas rugas de alegria: a primeira pela notícia do seu país finalmente libertado, a outra, por poder regressar e com as suas mãos contribuir para a construção desse Portugal Novo que acabara de nascer por vontade do povo a que pertence.

De ruga em ruga, de vinco em vinco, de sulco em sulco foi-lhe o tempo esculpindo o rosto. Hoje, Chico da Horta, como sempre foi conhecido, conta setenta e dois anos e outras tantas estórias vividas numa vida cheia de perigos e de aventuras.

Na Rotunda das Ovelhas em Castro Verde onde passa muitas das suas manhãs, já o não chamam assim; apelidaram-no de Primeiro de Abril, por não vislumbrarem muita verosimilhança nos relatos da sua vida. O narrador sabe que são todos verdadeiros, até porque foi ele que os criou, mas como não pode interagir com os companheiros de rotunda sob pena de manipular os personagens, só pode estar solidário com Chico da Horta que ultimamente se ensimesmou desde que desconfiou que os seus correligionários assassinos do tempo, não davam crédito às suas façanhas.

Estamos em Junho, os dias são os maiores do ano, logo, de manhãs claras e entardeceres serôdios, coisa que faz com que Chico da Horta considere ser esta a altura do ano que mais aprecia, daí não querer perder pitada dela, levantando-se logo o astro-rei dê de vaia lá para as bandas do montado.

Já se aperaltou para o passeio matinal. Não dispensa a bota alentejana que de dois em dois anos compra na feira de Castro ao mesmo sapateiro de sempre, um homem de Almodôvar que tem a reputação no nível BBB: Bom, Bonito e Barato!

Dantes não dispensava o colete tradicional que adornava com a corrente e o respectivo relógio de bolso, herança única de seu pai, coisa que o envaidecia de sobremaneira. Mas, desde que um tal Marroquino de seu nome Mohamed passou lá pela rotunda e lhe vendeu um colete de repórter de cor caqui pela módica quantia de seis euros muito regateados, que Chico não quer outra indumentária.

Antes de sair para a rua faz um check list a todos os bolsos verificando se nada lhe falta.
No bolso de cima não podem faltar: um pequeno bloco de notas e três esferográficas bic de cores diferentes: verde, vermelho e preto. No bolso do lado contrário ao coração o inevitável telemóvel, para que Maria Antónia o possa avisar que as sopas estão na mesa para o caso de se atrasar, o que seria coisa rara, já que pontualidade britânica, não é só uma das suas qualidades, também é um dos seus grandes defeitos.

No pequeno bolso que lhe fica à altura de descansar o dedo polegar, o inevitável relógio de corrente que lhe confere uma espécie de ar aristocrático-popularucho.

Noutro dos múltiplos bolsos do colete multifunções, os inevitáveis sacos plásticos dobrados em trinta voltas que cabem às dezenas no mais ínfimo espaço, não vá o diabo tecê-las e ter de fazer umas mercas e não ter onde transportar os haveres.

Num dos bolsos com fecho de correr é o lugar para o pente e para o espelho, um hábito desde criança enraizado e que Chico da Horta faz questão em cultivar. Se o pente é um banal pente de plástico, já o espelho é uma relíquia que guarda há muitos anos; trata-se de um espelhinho circular que tem na face não espelhada um jogo com duas balizas e uma pequena esfera metálica, jogo esse, com que engana a solidão a que cada vez mais está votado.

Num outro compartimento mesmo por baixo daquele dedicado ao relógio de seu pai, assim numa espécie de vizinhança de longa data, tem lugar assegurado a sua inseparável navalhinha, ferramenta que o tem acompanhado uma vida, tendo ido e vindo a Angola, passado por terras de França e nalguns apertos o ter safado de alguma tuna de porradas. A sua estima por tão apreciado objecto exige que a mesma, também esteja presa por uma corrente que lhe parte do cinto e termina na ditosa amiga de gume gasto pelo passar do esmeril e dos anos.

Para terminar em matéria de correntes só falta referir que também o porta-chaves é contemplado com uma, e assim, Chico da Horta, jamais sai de casa sem as sua três correias ao tiracolo.

Nos bolsos de dentro, portanto locais para as coisas íntimas, coisas do foro pessoal, é onde guarda duas carteiras. Ao lado direito a dos documentos e fotos dos que mais quer, mesmo que amarelecidas pelo tempo. Do outro lado, a do dinheiro que, vá-se lá saber porquê gosta de ostentar, daí andar sempre com quantias significativas, mas sempre em notas de vinte, dez e cinco euros para com o seu volume poder impressionar os poucos que com ele privam. Este bolso para além do fecho de correr é ainda reforçado com uma pregadeira não vá o raio do demo estar atrás da porta.

E para poder sair à rua só falta conferir uma coisa! Se no seu porta moedas de cabedal do género gaveta em forma de ferradura existem os trocos suficientes para o seu vício diário: o café e o jornal com as notícias frescas.

De tanto vestir o colete de fotógrafo, começaram a chamar-lhe de: Repórter X, não só pela vestimenta mas também pela gatafunhagem que faz com as diversas canetas no seu pequeno bloco.

Conta-se até, que foi a este antroponómino camaleão que dois cidadãos viajando de automóvel de norte para sul, para passar o tempo vinham-se mutuamente questionando sobre o nome dos naturais das terras que atravessavam. Os de Lisboa era Lisbonenses, os de Setúbal Setubalenses e por aí fora. Quando estavam perto de Castro Verde não atinavam com o nome dos naturais desta vila. Um dizia que eram Campaniços, o outro teimava que eram Castroverdenses, foi já em plena Rotunda das Ovelhas que abeirando-se do permanente grupo de reformados aí presente que escolheram o Reporter X para serem esclarecidos.

Depois dos cumprimentos da praxe um deles disparou – " Amigo do colete com ar de quem sabe estas coisas. Diga-me lá como se chamam aqui os de Castro?
Chico da Horta, jogou com dois dedos a boina para trás, revelando a alva tez em comparação com o tom amorenado do resto da pele visível. Com os restantes dedos da mão coçava a dita testa em busca de resposta para tão invulgar demanda.
Depois de pensar e repensar deu-se por vencido e resolveu finalizar a questão replicando.
- Eu sou conhecido por conhecer muita coisa e mesmo muita gente, MAS TODOS OS DE CASTRO, confesso que não sei!
A gargalhada foi geral. A resposta dada passou então a fazer parte do anedotário alentejano para regalo das hordas de urbanos semianalfabetos que gostam de pavonear a sua ignorância pelos mais inusitados lugares.

Os dias foram passando; as semanas sendo devoradas pelo calendário; os meses sucumbindo ao ciclo das estações e os anos: ainda mal desaparecia o cu dum já aparecia a cabeça do outro, fazendo do tempo um cavalo selvagem de crina ao vento que galopa sem cessar, marcando cada um deles um novo sulco na sua enrugada figura.

Com o tempo foi ficando cada vez mais retraído; mais taciturno; mais ensimesmado; até que, houve um dia em que deixou mesmo de falar tendo decidido passar a viver para dentro, para um mundo unicamente habitado por si e pelos fantasmas dos seus setenta e dois anos de vida.

Certo dia leu no jornal que um tal João Manuel Serra lá da capital, homem das suas idades que saía à noite de casa para saudar com um aceno e um sorriso os automobilistas que passavam, havia morrido subitamente.

Leu a bizarra história de vida deste homem e alguma coisa mexeu com ele. Como se fosse comandado por essa estranha força chamada destino, sentiu um apelo vindo lá do fundo das entranhas; uma espécie de encarnação; uma metamorfose; um tipo de passagem de testemunho e passou a vestir a pele, a assumir o papel de senhor do adeus.

A partir desse dia abandonou o ar de desiludido da vida e passou a sorrir, a dar de vaia e desejar boa viagem a cada carro que passa na Rotunda das Ovelhas, alegrando assim a praça com o despropósito do seu repetido gesto.

Agora, já não é Chico da Horta; nem Primeiro de Janeiro; nem Repórter X. Hoje em dia, todos os que por ali passam, lhe devolvem o aceno e o chamam carinhosamente de: Senhor da Boa Viagem.

Escrito por pulanito @ junho 27, 2011   7 comentários

sábado, junho 25, 2011

Dia 5 - Lar Doce Lar



À partida de Sagres, bem dispostos e moralizados.

Escrevo já a partir de casa e uma semana fora dela, fico com aquela sensação de lar, doce lar de que já tinha verdadeiras saudades.
Não quero com isto dizer que não pudéssemos continuar por aí ao deus dará, como ciclistas errantes em busca de um nirvana qualquer de que alguém ouviu falar e que também não sabe bem onde o encontrar. Tal como os tesouros escondidos de que toda a gente ouviu falar, todos têm um palpite em relação à sua localização, mas nunca ninguém descobriu e, todos, lá no fundo sabemos que estes tesouros são frutos da imaginação do povo, atravessaram gerações e transformaram-se em mitos rurais ou urbanos consoante a localização do leitor. Isto para dizer que a vontade de prosseguir é notória, mas valores mais altos se levantam e noutro tempo, noutra oportunidade, voltaremos a percorrer o silêncio das estradas, galgando quilómetros, “comendo” alcatrão, ou mesmo terra batida à procura de uma satisfação, um gozo, uma dor boa ou mesmo um cansaço mais que merecido.

Hoje até deu para fazer fotos artísticas, assim um pouco à sorte!

Hoje saímos de Sagres ainda não eram sete horas da manhã depois de uma noite dormida numa residencial que era uma verdadeira espelunca. Percorremos os primeiros quilómetros animados com a contagem decrescente para o final da nossa viagem que tinha como destino a Praia do Carvoeiro.
À passagem do Burgau, deixámos para trás a estrada nacional 125 e dirigimo-nos para junto das praias só parando na Praia da luz para uma curta visita.

na Praia da Luz o Joaquim Piteira já lhe apetecia subir ás árvores, neste caso utilizando o banco.

O dia afigurava-se fácil e daí até Lagos foi um pulo, altura em que regressámos à 125 para uma nova tirada passando por Odiáxere e Figueira até Portimão.
Apanhámos a ciclovia a caminho de Ferragudo e num pulo estávamos em Lagoa, o que quer dizer que este dia não teve nenhuma incidência de relevo, daí ter enchido uns chouriços no inicio desta crónica para compor o ramalhete.

Os meus companheiros ficaram instalados condigna e merecidamente no Hotel Tivoli Carvoeiro, depois de termos “batido” uma sardinhada de se lhe tirar o chapéu.

Chegada à Praia do Carvoeiro - cansados mas felizes.

Esta noite jantaremos juntos para celebrar mais uma viagem e amanhã demandarão terras de Divor à procura do mesmo conforto de que eu já desfruto enquanto escrevo.

Os meus agradecimentos aos meus companheiros, pela prazenteira jornada com que me brindaram e para que conste aqui ficam os seus nomes.

Joaquim Piteira
António Piteira
Luis Piteira
António Querido Serrano
do
PS: O inevitável e sempre disponível Carrajeta, juntou-se a nós na Zambujeira do Mar e deu-nos um excelente apoio motorizado durante o resto da viagem.

Escrito por pulanito @ junho 25, 2011   2 comentários

Dia 4 - A Glória de Viajar Sobre Duas Rodas

Partida da Zambujeira já com o inevitável Carrajeta.

São 23.30 horas...estou mais morto que vivo, depois das emoções a que o trajeto de hoje me sujeitou. Foi um percurso com algum grau de dificuldade mas provavelmente o melhor desta viagem. Exigente, mas não chato, difícil mas atingível, esforçado mas não estoirado, em suma: um dia glorioso para os gloriosos malucos das máquinas pedalantes.

Zambujeira do Mar ao amanhecer

Saímos da Zambujeira do Mar já passavam das oito e trinta. Logo ali junto à praia tínhamos o primeiro desafio; uma parede feita rampa que tivemos de galgar nas velocidades mais acessíveis mas mesmo assim com um grau de dificuldade a lembrar a rampa de Benagil para quem conhece.

Maldita rampa logo ao amanhecer e com os músculos frios

Elas não matam...mas moem!

Pedalámos depois por terra batida até à Praia do Carvalhal. Como a descida era assustadora suspeitámos logo que a subida deveria ser respeitável e não é que estávamos mais do que certos, outra parede para galgar e ainda não tínhamos dez quilómetros nas pernas.
Lá subimos como deus quis e as pernas deixaram este desafio que visto cá debaixo arrepia, quanto mais ter de o fazer montado nas nossas maquinetas de pedalar.

Dali entrámos em estrada alcatroada e abeirávamo-nos a pedaladas rápidas do Brejão, essa ínfima localidade onde Amália registou em forma de casa o seu fascínio pela terra dos silêncios e lonjuras. Pela minha parte dedico-lhe o meu pensamento e recordo o quanto ela me deu, dá e dará em forma de prazer através da imortalidade da sua voz.

Do Brejão voltamos a reentrar na estrada que nos levará até ao Algarve, o que acontece sempre que se atravessa em Baiona a ponte sobre o rio Vascão que divide estas duas regiões. Adeus Alentejo, olá Algarve!
Logo ao sair desta ponte os ciclistas amadores que nós somos, fomos confrontados com outra subida de se lhe tirar o chapéu. O calvário que nos é dado a suportar durará uns bons quilómetros, mas eu, o Joaquim Piteira e o Serrano, vamos animados de um espírito invencível e as dificuldades são apenas provações que temos de ultrapassar com um sorriso.

Aljezur

Já a caminho de Aljezur passamos por Maria Vinagre, terra esta esventrada ao meio para que os viajantes passem por ela quase sempre sem se deterem, o que não acontece com quem viaja de bicicleta, já que temos tempo de nos apercebermos das terras, pessoas e vidas que nelas vivem.
O Rogil é já ali e depois é sempre a descer até Aljezur. Também aqui não nos detemos até porque esta é uma terra pelo menos por mim visitada com alguma frequência, o nosso fito agora chama-se Carrapateira.

O percurso é sinuoso e desafiante com longas subidas e refrescantes descidas o que faz com que este dia seja para mim e meus camaradas o melhor de todos os desta viagem, coisa que aqui repito porque assim o quero registar.

Reparando os sapatos...não fora o Serrano também sapateiro!

Na Carrapateira fizemos uma paragem para reabastecimento e admirar um pouco a simpática aldeia que vive um momento pujante em virtude do Surf ter sofrido um enorme incremento e esta localidade ser famosa entre os praticantes nomeadamente os nossos vizinhos espanhóis que têm nestas praias o seu destino mais próximo para a prática do desporto que abraçaram.
Por toda esta costa se respira esta modalidade e a Costa Vicentina é hoje um dos principais destinos para a prática desta modalidade.

Da Carrapateira subimos, subimos, subimos e parecia que nunca mais acabaríamos de subir, mas passados largos minutos lá conseguimos chegar ao cume desta serra (cujo nome desconheço!) e onde as plantações de estações eólicas são uma realidade incontornável. Ao cimo dela uma nova estação lá estava a ser montada.

Vila do Bispo estava ali a parcos quilómetros, mas o nosso destino de almoço era a Praia da Casteleja e o seu parque de merendas excelentemente equipado.
Aqui entabuámos conversa com três simpáticos pescadores que depois de almoço nos fizeram companhia e nos puseram ao corrente da sua adição piscatória, modalidade que apenas praticam de noite e em praias e para o fazer, haviam vindo de Lisboa,

Quem é que quer morrer com uma vida como esta!

Puto Luis parece o Rui Águas quando era novo e o tio Piteira "carregando na ferragem"!

Tentando (sem sucesso!) actualizar o blogue.

Ainda bem que já estamos perto de Sagres, que isto de escrever e pedalar é altamente cansativo e ainda não será hoje que aqui coloco as fotos, até porque já nem vejo muito bem as teclas onde os meus dedos fazem um estranho bailado que o meu cérebro parece já não comandar...e assim sendo....boa noite que se faz tarde.

PS: esta noite durmo com o Joaquim Piteira, já que nas noites anteriores, os meus colegas de quarto fizeram-me carregar a cruz da espertina por via do trovão do seu ressonar....oportunamente aqui trarei crónica dedicadas só a este tema...que tem tanto de tortura como de tontura.

Escrito por pulanito @ junho 25, 2011   3 comentários

quinta-feira, junho 23, 2011

Dia 3 - Estrela do Mar







À partida em Porto Côvo

Esta parte da pátria alentejana é na verdade digna de visita demorada, coisa que a bicicleta possibilita, até porque montados nestas varandas sobre rodas sentimos os cheiros, mergulhamos na paisagem, apreciamos o momento como em mais nenhum outro meio de transporte.

Há pouco dizia o Serrano, meu companheiro de quarto e de bicicleta .
- O tempo bem que podia parar pelo menos por um mês. Deduzi que se queria saciar de liberdade, de aventura ou quiçá de emoção!
Mas regressemos ao dia de hoje e ao relato de tão interessante jornada que começou em Porto Côvo e terminou na Zambujeira do Mar onde nos aprontamos para jantar m belo peixe assado e revermos o filme de dia.

Tenho aqui de dizer isto antes que me esqueça. É para mim um privilégio pedalar com estas cinco almas errantes que algures lá nos confins da glória humana terão sido meus irmãos; e se o não foram, pelo menos gosto de pensar nessa remota possibilidade. Aqui fica a minha singela homenagem aqueles que desde cedo me integraram de corpo e alma no seu grupo.

Partimos de Porto Côvo aí pelas sete e trinta da manhã. O sol há muito havia rompido, uma leve brisa soprando de norte refrescava-nos as faces despertando-nos os sentidos, para que pudéssemos absorver o que nos era dado presenciar.
Pedalámos estrada fora, por vias secundarias, logo aquelas onde calculamos poder ser surpreendidos pelo imprevisto.

Ponte sobre o Rio Mira - Milfontes

Já com Vila Nova de Milfontes no horizonte, revejo a última vez que por aqui passei. A vila desperta de um sono repousado, adormecido pelo vai vem secular do marulhar das ondas. Cheira a mar, cheira a vida esta estância balnear que por ser dia feriado e já tempo de férias começa a fervilhar de uma vida que para a qual, começa agora a despertar e que certamente durará até finais de Setembro.
Visitámos o farol da terra e admirámos o quadro vivo que é o Rio Mira acasalando, fundindo-se com o oceano enquanto nos areais dourados das margens, os primeiros banhistas ganham poiso para o dia, sem sonhar que os observo como parte integrante do quadro de palavras que aqui procuro pintar.

No regresso atravessamos a turística localidade à hora do estrugido. Adoro o silêncio da manhã misturado com o cheiro da cebola a alourar no azeite que no caso presente perfumou um pouco do nosso trajeto.

De regresso à estrada que nos conduzirá mais a sul, atravessamos a ponte que nos conduz á outra margem do rio que carrego no apelido.
Lembro-me e partilho com um dos camaradas um episódio há muitos anos aqui passado. Teria talvez vinte anos, uma mulher e uma motorizada. Um dia decidimos aventurar-nos até ao Algarve na dita. Nesse tempo não havia autoestradas e as vias existentes muito sinuosas, demoradas e porque não: perigosas.
De alguma maneira estávamos a fazer então o que hoje estamos a viver; uma aventura imprevisível mas o mesmo tempo tentadora e portanto inesquecível.
Ao tempo a ponte não existia e para atravessar o rio, tivemos de convencer um ébrio pescador que no seu minúsculo barco lá atravessou quatro pessoas e duas motorizadas num bote onde quase só ele cabia. Creio que se estivesse sóbrio nunca teria arriscado essa travessia de que agora me lembro.
Quando chegámos ao outro lado e sem eu saber até hoje porque razão, o casal que connosco viajava, decidiu ir à sua vida deixando-nos a mim e à Isabel com uma cara de espanto.

Bem, se me ponho a contar episódios da minha vida nunca mais chegamos a Almograve, outra belíssima praia alentejana (minha Catarina ia adorar!) onde paramos no centro da vila para comprar tomates.

Os pitorescos objetos da Estrela do Mar

O estabelecimento chama-se Estrela do Mar, um nome bonito para mercearia ou mesmo para uma canção do Jorge Palma, dou comigo a pensar. Gosto desta coisa chamada mercearia, tem um não sei quê de antigamente que me atrai e dona Julieta é mulher do seu oficio, só lhe faltando o lápis atrás da orelha.
Percorro com o olhar o espaço e logo encontro uma série de objetos meio kitch, meio brejeiros que não me importaria de trazer comigo.
Dona Julieta ao ver o meu interesse na sua mercadoria, saca detrás do balcão uns exemplares dos “das Caldas” que foram o momento marcante desta visita à mercearia Estrela do Mar em Almograve, para que conste e para que visitem!

Pedalando pelas dunas desta praia fomos dar a um pequeno cais de que já não me recordo o nome porque confiei na memória e não o escrevi em nenhum lado. De qualquer modo basta seguir a estrada de terra batida à esquerda e vai-se lá dar.

Dali rodámos já com a Zambujeira do Mar no sentido, não sem antes fazermos uma visita ao Cabo Sardão, uma imponente edificação de onde se destaca o seu famoso farol e acutilantes arribas com os seus ninhos de cegonha quase suspensos.

Parámos para almoçar numa mata por ali perto. O Serrano voltou a fazer milagre com três tomates e dois pepinos e nós felizes por o termos como cozinheiro destacado para esta e outras missões.

Já na Zambujeira, depois de instalados demos pela vila uma volta de reconhecimento, acabando por deitarmos abaixo uns pratos de caracóis e uma bejecas.

Agora vamos jantar que esta coisa de escrever dá cá uma fome!

PS: Já consigo carregar fotos, mas como é coisa demorada, só mais logo ou mesmo amanhã....

Escrito por pulanito @ junho 23, 2011   3 comentários

quarta-feira, junho 22, 2011

Dia 2- Ó Mar Salgado.....



À saída da Carrasqueira sacámos esta foto em que parece estarmos dentro de água..pura ilusão é apenas a máquina em disparo automático em cima do tejadilho de um carro.

Estou na Ilha do Pessegueiro. Tenho a famosa ilhota imortalizada por Carlos T e Rui Veloso à minha frente, o restante, é só e apenas o azul do mar; um mar imenso e um azul intenso que hoje não nos largou ao longo desta jornada pedalante.
Apetece-me dizer: Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal, e nestes mais que conhecidos versos de Fernando Pessoa, homenagear o dia de hoje.
Foi um dia absolutamente retumbante, diria mesmo quase perfeito embora fatigante como se pretende.

Manos Piteira para que conste

Saímos da Carrasqueira pelas 7 da manhã em direção à Comporta, localidade em crescendo turístico e não só. Nesta simpática localidade (pareço um speaker de circo!), no entroncamento que nos obriga a escolher novo destino, virámos para Melides que distará daqui perto de uma vintena de quilómetros.
Dou comigo a pensar neste pedaço de terra praticamente selvagem, nesta parte dum Alentejo marítimo, nesta fatia do paraíso por onde eu e os meus companheiros agora circulamos.

Na Praia Dourada tentámos pedalar á beira-mar, mas sem sucesso. Fica o registo.

Não damos pelas horas passarem e de quando em vez alteramos o percurso e metemos por uma desconhecida estrada que nos ade levar à beira-mar. Nessa primeira incursão por território totalmente desconhecido, fomos dar a uma praia deserta, onde o cenário que me é dado presenciar me faz lembrar os famosos versos de Pessoa. Chama-se Praia Dourada e para lá chegar tivemos de percorrer uns bons cinco quilómetro entre alcatrão e terra batida.
Alguém alvitra seguirmos de bicicleta à beira-mar, coisa com que concordo entusiasticamente até para dar a esta aventura ciclística alguma dose de incerteza e quem sabe de adrenalina.
Carregamos as bicicletas escadas abaixo e chegamos junto à rebentação. Ensaiamos o método de pedalar neste novo piso e verificamos ser de todo impossível, já que as máquinas se enterram no areal.

Perdidos lá no meio do Alentejo...A vida é dura...mas é boa!

Como o que tem de ser tem muita força, fomos obrigados a desistir e voltar pelo mesmo caminho, o que significou ter de carregar as máquinas ás costas, desta vez escadaria acima.
De novo na estrada, atravessamos Melides, vamos agora com Sines como destino, não sem antes passar pelo jurisdição prisional de Pinheiro da Cruz que é na verdade imensa. Aqui para além de penas para cumprir, há um excelente vinho para provar, coisa que não aconteceu mas que pessoalmente recomendo aos meus leitores.

Pinheiro da Cruz, localidade prisional onde só queremos mesmo parar para a foto..

Devo dizer que como não temos motorista, nos revezamos a cada vinte quilómetros para arrastar a carrinha onde transportamos os nossos haveres.
Com Sines no horizonte e um estômago a dar horas, decidimos refeiçoar lá para as bandas de São Torpes. Não me perguntem porquê, mas numa alucinante viagem que eu e a minha família fizemos ao Algarve nos idos anos sessenta, fiz uma birra, chorei, esperneei, implorei aos meus pais por uma paragem de meia hora neste inóspito mas atraente local. Levei a minha adiante, e sempre que por aqui passo lembro-me desse episódio de que não tenho justificação para a minha ida a banhos.
Almoçámos debaixo de um pinheiro algures por aí, por esse lugar que tem para mim uma memória que não descortino justificação.



No trilho dos contrabandistas

Regressámos à estrada, comigo desta vez ao volante até Porto Côvo, seguindo os meus companheiros e especialmente as explicações e estórias do Querido Serrano, que passou aqui um glorioso ano da sua vida, quando teve de patrulhar todas estas arribas, como guarda fiscal, sua profissão de toda a vida.
Estamos instalados no parque de campismo em frente à Ilha do Pessegueiro em dois magníficos bungalows gentilmente cedidos pelo amigo Fernando que conheci esta tarde.

Continuo sem conseguir colocar fotos, o que pode ser interessante para quem gosta de ler, mas frustrante para mim e para quem apenas gosta de saber de nós assim na diagonal.

Meus companheiros estão a banhos e este pobre escriba por aqui está a cumprir o seu dever.

PS: Não sei se já disse isto publicamente ou escrevi nalgum lugar, mas se pudesse faria desta coisa de pedalar e escrever o meu modo de vida. Claro que o faria num outro registo menos imediatista, menos obrigacionista, mas como tal é impossível, por agora vou continuar a sonhar...depois logo se vê....afinal o mundo dá tanta volta...

Até amanhã...

Escrito por pulanito @ junho 22, 2011   4 comentários

terça-feira, junho 21, 2011

Diário de Viagem..Dia 1







J.Piteira - Napoleão Mira - Querido Serrano - A. Piteira - L. Piteira


“Ensaboar cabeça de burro, é gastadoiro de sabão” este foi o provérbio que hoje aprendi e que também foi o denominador comum desta jornada pedalante por terras de Portugal.

Ainda não havíamos saído da Graça do Divor e já tínhamos mais uma baixa. O nosso Arlindo não se recompôs da crise renal que o começou a afectar ontem e hoje de madrugada regressou ao hospital para tentar ultrapassar o problema que o aflige. Esta jornada foi-lhe inteiramente dedicada pedalando com o nosso companheiro no pensamento.

As primeiras pedaladas

Escrevo desde uma pequena aldeia chamada Carrasqueira perto da Comporta (4km) onde iremos pernoitar. Tenho no pensamento esta primeira jornada e revejo mentalmente as incidências da mesma.
Decidimos este ano fazer uma volta mais económica e ao mesmo tempo mais aprazível, com outra filosofia um pouco mais anárquica, mas ainda não suficientemente caótica para o meu gosto, mas já começamos a desfrutar do imprevisto, e isso, é bom sinal!

Pedalando afincadamente

Partimos esta manhã pelas 7.30 horas da Graça do Divor (a 15 km de Évora) e cedo demandámos Montemor, com a lotaria do olhar, tento que me saia prémio e descortine ali num passeio a minha amiga Lola que sei haver-se mudado para cá recentemente. O prémio saiu furado e em menos de um fósforo deixamos Montemor para trás. Viajamos agora em direção a Alcácer do Sal que dista de Montemor uns bons 50 km se não estou em erro.

António e Luis Piteira

Pela estrada com bom piso mas sem escapatória vamos pedalando e sentido o ar da manhã, a alegria de estar vivos, a comunhão desta amizade e a perseguição de um sonho comum.
A meio do percurso fico um pouco para trás e medito sobre a vida. Mais à frente António Piteira, pedala com seu filho Luis, um garoto de 13 anos que fará desta aventura o seu ritual de passagem da tribo da penugem para o clube dos homens de fala grossa que o acolhem como mais um dos nossos.
Luis é a primeira vez que se faz à estrada. António dá-lhe conselhos de pai e protetor e eu, cá de trás, admiro embevecido esta relação imorredoira que marca a passagem das gerações. Como eu gostaria de fazer uma destas viagens com um filho meu; dou comigo a pensar!
Com este pensamento chegamos a Santa Susana (nome de uma das minhas filhas) e como lhe vinha dedicando a cada um deles um pouco do meu pensamento calhou endereçá-los à Susana em aldeia sua homónima.


Junto à Barragem em Santa Susana

Aqui fizemos um pequeno desvio e fomos visitar a barragem local e aquele imenso espelho d´água em dia de solstício de Verão foi um bálsamo para o nosso olhar.

Cegonhas nos arrozais de Alcácer do Sal

Dali seguimos para Alcácer do Sal, localidade onde aportámos mais cedo que o previsto. Os imensos arrozais são agora uma imensa tela verde-esmeralda, pintalgados aqui e ali por pontos brancos que são as muitas cegonhas que daqui teimam em já não abalar. A paisagem é bela, a nossa vida corre-nos de feição, por essa hora Passos Coelho já deverá ser o capataz cá do burgo. Também lhe desejo sorte e que por uma vez faça a diferença que se necessita, para este pobre país à bancarrota plantado..e em termos políticos por aqui me fico, desejando apenas que Paula Teixeira da cruz seja uma mulher de cojones e me surpreenda com a colocação na ordem desse estado dentro do estado que se chama justiça.
Já estamos a caminho da Comporta, uma longa reta de mais de 20 Km ladeada de pinheirais .

Serrano e a sua inevitável bandeira.

Pelas 12.30 almoçámos debaixo de um desses milhentos pinheiros que, vá-se lá saber porquê, tinha ao lado um avião, que por sua vez de 15 em 15 minutos levantava voo para a sua monda química, o que para nós, para além do pó, foi um espetáculo inesperado.


Daí pedalámos até à Carrasqueira onde nos encontramos e onde o meu companheiro de quarto ressona que nem um bácoro.

Agora que el acordou, dou por terminada esta crónica, pedindo desculpa por não conseguir colocar fotos. Tenho um problema de firmwere entre os dois equipamentos.

Escrito por pulanito @ junho 21, 2011   2 comentários

Diário de Viagem - Dia Zero..em casa do Serrano

É sempre assim! No dia anterior à partida apodera-se de mim um nervoso miudinho, uma certa incerteza quanto ao meu desempenho em relação ao desafio que mais uma vez se aproxima. No caso presente pelo quinto ano consecutivo.
Estou em Entradas e conto os minutos para a partida. Revejo mentalmente a lista de objetos que tenho de levar confrontando-me com o que tenho de deixar para trás para não ir tão carregado. Enfim, tarefas de última hora que faço e refaço, vejo e revejo para matar o tempo.
Sinto que não estou na melhor das formas para escrever, esforçando-me por tentar ser no mínimo coerente, mas mais uma vez sou assaltado pelo fantasma da incerteza e apetece-me abandonar o teclado e procurar na inspiração que me falta, um melhor ângulo para abordar este dia zero.
Dentro de um par de horas estará aí o Joaquim Piteira, para me levar para Arraiolos onde pernoitarei em casa do Serrano, outro dos companheiros de equipa com quem partilharei as 24 horas do dia dos próximos tempos.

Este ano demandaremos terras do sul. Pedalaremos amanhã (21 de Junho de 2011) em direção à Comporta onde pernoitaremos. Será uma longa jornada. Prevê-se calor com fartura e um percurso totalmente desconhecido que procurarei fazer, retirando dele o prazer que este me vier a conceder.

Este ano seremos menos. O Joaquim Miguel que continua a caminhar em direção a Santiago; o Vítor por não haver conseguido trocar as férias e o Ricardo por razões que a própria razão desconhece. No momento em que escrevo, o Arlindo Pereira já deve ter saído do hospital onde foi parar com uma crise renal de que desconheço consequências mas que desejo profundamente que não seja nada de grave e que amanhã já esteja em condições de se fazer connosco à estrada.

Não faço ideia que percurso iremos fazer. Só sei que iremos em direção ao litoral e depois para sul até ao Algarve onde faremos parte da ciclovia que atravessa a região mais a sul.
Gosto desta coisa do desconhecido, do não saber o que está para lá da próxima curva, da facilidade ou dificuldade do trajeto, de pedalar em direção ao desconhecido como nos finais dos filmes de cowboys, apenas trocando o cavalo pela bicicleta embora nos dois se ande “a cavalo”, como se diz aqui pela minha terra.
Procurarei trazer aqui a diário o resumo do dia, como de resto tem vindo a acontecer a cada ano que passa, tendo sido também essa a razão da criação deste espaço de desbunda de escrita que já dura há cinco anos.

Este ano iremos estrear equipamento novo, que penso amanhã aqui poder trazer em fotografia, mas pela maqueta que me foi enviada é bonito e moderno.

E pronto para dia zero é que se me apraz aqui dizer. Vão por aqui passando, lendo, lendo, rindo, comentando que pela nossa parte, parte de vós, parte amanhã connosco. E quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo, ou não tem arte!

Para terminar este dia zero, não posso deixar de referir que já passa da meia-noite, estou em casa do meu amigo Serrano e da sua mulher Ana que me receberam como só os alentejanos sabem receber.
O Serrano é um excelente cozinheiro, à nossa chegada tinha preparado um pitéu de se lhe tirar o chapéu. Para que conste e para vos fazer crescer água na boca, aqui fica o cardápio: Uma excelente e cremosa sopa de legumes como há muito não me passava pelo estreito, um lombo de porco escalpado feito em molho de alecrim com batatas e ameixas, a acompanhar um magnifico puré de castanhas com um toque de noz moscada. Para terminar a contenda gastronómica, uma sericá feita pelo Serrano que estava simplesmente: divinal. Depois ainda provamos dos vários licores a que o meu anfitrião dedica muita da sua sabedoria.
O de café é o meu favorito!.
O Joaquim Piteira, teve o esforço e fez o favor de me ir buscar a Entradas, coisa que aqui publicamente lhe agradeço e quando passou pela Graça do Divor a caminho de Arraiolos onde me encontro, trouxe a Maria Manuel suma mulher.

A Ana, Mulher do meu anfitrião, fazia anos, como só soube quando aqui cheguei, fi-lo e mãos a abanar, o que para mim não foi de todo agradável.
A aniversariante é fã incondicional do grande Tony Carreira, por este motivo desbobinamos ali um bom pedaço de interessante conversa até porque me interesso pelo fenómeno sem precedentes que é o facto deste artistas ter atrás de si uma legião de admiradoras que se fosse exército, dava para fazer uma revolução.
A Ana gosta de falar do assunto em questão, os olhos brilham-lhe quando o tema de conversa é o Tony. Na sua ideia não tem grande explicação para esta espécie de chamamento, mas que se orgulha da sua “obsessão”, não restam dúvidas e se ela é mais feliz assim, pois que venham muitos concertos do fenómeno que tem em todas as mulheres admiradoras uma mãe que o adora como se este do filho perfeito se tratasse.

E agora com o sono quase a atropelar-me os dedos, voltem por aqui amanhã...sim.. porque amanhã há mais!

Escrito por pulanito @ junho 21, 2011   3 comentários

quinta-feira, junho 16, 2011

Bicicletando Por Aí

Recuperando a forma...há muito perdida! Dói mesmo!

Depois de um largo período sem aqui postar absolutamente nada, volto hoje ao contacto com os meus dedicados leitores.
Tenho estado um pouco de costas voltadas para o Pulanito por várias razões. A primeira prende-se com a enorme falta de vontade de escrever, resguardada aqui numa falta de tempo, que quero a mim mesmo dizer que é a desculpa mais credível e aceitável que posso invocar. Não! Tem sido mesmo preguicite aguda e uma enorme falta de assunto.
Pois bem, esse tempo já lá vai e as novidades irão começar de novo a fluir.

Os meus leitores mais assíduos sabem que por esta altura é tempo de bicicletar. É em cima do selim da minha bicicleta que arrumo as ideias e que faço cá as minhas introspecções. Por isso, devo aqui e agora confessar que sou um asno, um camafeu, um energúmeno um sei lá o quê que me ofenda e me desperte para a letargia a que tenho estado votado.
Redescobri que andar de bicicleta é provavelmente um dos maiores prazeres que me é dado a experimentar e, viajar em bicicleta, seguramente a grande satisfação que um gajo que já conta com cinquenta e cinco navios atracados no cais da idade, pode almejar, vai daí decidi-me a voltar à estrada o que acontecerá pelo quinto ano consecutivo.

A minha equipa está este ano reduzida a cinco elementos, o que faz com que, por razões várias, não possamos contar com os três valorosos elementos em falta.
De qualquer modo vamos percorrer muito do território a sul de Portugal partindo da Graça do Divor – Évora em direção à costa Alentejana.

Este ano iremos utilizar as máquinas BTT, para podermos internar-nos nas profundezas do país real e assim desfrutarmos de percursos para nós desconhecidos, mas que nos enriquecerão o espírito, e frutificarão a união entre o grupo.

Todos queremos regressar a Santiago de Compostela um destes dias, mas este ano a coisa vai ser assim mais caseira mais ao mesmo tempo mais excitante, até porque o percurso será em grande parte feito por terra batida onde as dificuldades serão sem dúvida bastante mais exigentes, mas ao mesmo tempo mais excitantes.

Serão dias de pura adrenalina de que aqui trarei condizente relato, até porque iremos efetuar um novo itinerário, logo, espero que a vontade de aqui relatar as incidências do dia não me deixe ficar mal. Já começa a ser um clássico esta aventura anual que tem os seus seguidores que não pretendo de alguma maneira defraudar.

A partir de terça-feira 21 de Junho estarão na estrada os “5 Magnificos” que terminarão esta pequena odisseia fazendo grande parte da ciclovia do Algarve.

Escrito por pulanito @ junho 16, 2011   4 comentários

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