quarta-feira, março 31, 2010

Orelha Negra O Video


A CURA

Orelha Negra | Vídeos de Música do MySpace


Considero este vídeo um dos melhores trabalhos feitos a nível nacional no que a clips diz respeito.
Está de parabéns o Carlos Afonso (Bondage) pelo excelente trabalho desenvolvido e estão de parabéns os Orelha Negra, projecto que paulatinamente aqui tenho vindo a referenciar, e que agora entra directamente para os tops nacionais estando ontem em segundo lugar no top do Itunes, o que é um feito, considerando que este trabalho rompe com o conceito de banda tradicional.
De resto, a eles se têm referido os grandes órgãos de comunicação nacionais com grandes parangonas e elogios em catadupa. Nada que estes cinco génios não mereçam.

Estão de parabéns: Sam The Kid, Fred Ferreira, Dj Cruz, João Gomes e Francisco Rebelo e dia 15 de Abril lá estarei no Lux para esse grande concerto.

Escrito por pulanito @ março 31, 2010   2 comentários

quinta-feira, março 25, 2010

A Minha Primeira Namorada!


Era no tempo das cerejas, que para além de saborosas serviam para fazer brincos ou concursos de arremesso do caroço soprado, de entre outras parvidades que se fazem quando se tem doze anos. Uma delas, consistia em subir ao pilar da entrada do pátio onde morava e, desse plano elevado como se fosse um palco, cantar (ou fazer que!), acompanhando-me com uma velha guitarra de plástico (ou fingindo que!), o “Fado da Despedida”, enorme êxito de Frei Hermano da Câmara nos finais dos anos sessenta.

Tinha amigos, jogava à bola, brincava aos cowboys, colecciona cromos da bola e tinha o meu saco de berlindes. A vida sorria-me! Sorria-me, mas estava manchada por um lapso de vital importância: não tinha namorada!

O Chupa, meu amigo de toda a vida, catrapiscava em refegos namorativos uma jovem de seu nome Isalina que, apesar de ser do género roda vinte e quatro, era bonita e já denotava saliências peitorais de se lhe tirar o chapéu, o que me deixava verdadeiramente desolado por nesta matéria não o poder acompanhar.

No mesmo pátio onde morávamos, vivia um cauteleiro que, para além de paraplégico, era também informador da PIDE, o que fazia com que aquele ser aparentemente inofensivo fosse detentor de um poder que amedrontava qualquer um.

Este sujeito tinha uma filha das nossas idades, que vivendo em casa de uma madrinha, o visitava aos fins-de-semana, sendo numa dessas visitas que o meu amigo me perguntou porque não namorava a filha do PIDE. Respondi-lhe que não sabia como a devia de abordar, já que a minha natural timidez me impedia de tal veleidade.

Como quem não tem cão caça com gato, ficou o Chupa de por mim pedir namoro à promitente moçoila. A coisa ficou combinada para o final da tarde. Lá vi o Chupa dirigir-se à pequena e ter com ela uma conversa detrás da orelha, entregando-lhe o bilhetinho com o inédito pedido que, a medo, eu havia rabiscado, coisa que resultou em aceitação desse meu primeiro enlace com o sexo contrário.

O meu amigo trouxe-me de volta o desejado bilhetinho dobrado em quatro voltas, onde a filha do cauteleiro havia escrito nas costas a palavra mágica: “Amo-te”. Forma única de dizer: “sou tua e quero namorar contigo!”

O nosso primeiro encontro aconteceu debaixo das escadas que davam acesso à cave daquele pátio. Chupa e Isalina, a um canto, entregavam-se a um esfreganço próprio de quem sofregamente se quer um ao outro descobrir. As mãos, bocas e línguas em frenética actividade denunciavam uma prática a que eu nem iniciado era.

Fiquei ali embasbacado sem saber o que fazer enquanto a minha nova namorada esperava o meu avanço para aquele que seria o meu primeiro beijo molhado.

Fechei os olhos e aventurei-me na boca dela, sentido pela primeira vez aquele vulcão hormonal apoderar-se de mim, coisa que me sabia pela vida, mas não sabia como com ele lidar.

Com a repetição das investidas fui-lhe ganhando o jeito e, com o traquejo que fui alcançando, também me aventurei a abrir os olhos e imitar os trejeitos do meu amigo no canto oposto e assim, em arremessos de “copianço”, lá fui adquirindo a prática necessária àquela parte do namoro em que dois imberbes corpos se desejam fundir em apenas um.

Hoje, não me lembro do nome nem do rosto dessa minha primeira namorada. Lembro-me que era assim para o anafado e que tinha um cheiro (sempre os cheiros!) assim a dar para o amanteigado o que para mim foi sempre sinónimo de “enjoanço”.

O namoro continuou nas semanas e meses seguintes através de cartas e bilhetinhos entregues às escondidas. Porque ela se queixava da tal madrinha, desanquei por escrito na dita, chamando-lhe tudo menos santa, mas com a recomendação de que deveria rasgar a respectiva missiva depois de lida, não fosse a malvada da madrinha apanhar as nossas mensagens afectivas; ainda por cima, contendo injúrias e ameaças à inoportuna leitora da nossa correspondência amorosa.



Um dia, ao chegar a casa, vejo sentado à mesa da cozinha o meu promitente sogro, ou por outras palavras, o terrível PIDE de que toda a vizinhança tinha medo.

Gelei quando dei de caras com ele. Com tal visão, passou-me pela frente numa fracção de segundos toda a minha curta vida: sabia que vinha aí pancadaria… e da grossa!

Confrontado com as cartas depois do cauteleiro paraplégico ter saído, minha mãe anuncia-me o cardápio da sova, que seria de cinto e dada por meu pai. No entretanto e, para ir fazendo cama, levo uns quantos tabefes acompanhados de umas vassouradas no lombo, enquanto espero que o mundo sobre mim se desmorone.

Ao sentir a chave a entrar na fechadura, sei que é o meu pai que chega e preparo-me para o meu linchamento.

Fechado no quarto, ouço a minha mãe a delatar-me como se de um criminoso se tratasse, dizendo-lhe que o PIDE exigia “porradaria” da grossa senão tomaria ele conta do caso e aí seria bastante pior.

Meu pai entra no quarto e já vem de cinto na mão. Fecha atrás de si a porta e desata a gritar comigo mas ao mesmo tempo piscando-me o olho, o que me deixou deveras confuso.

Nisto, desata a sovar a mesa e o sofá causando um ruído infernal, ao mesmo tempo que me sussurrava para chorar e gritar de modo a impressionar a minha mãe.

Estivemos nisto largos minutos. Meu pai batendo na mobília e rindo, e eu fingindo que chorava até que minha mãe apareceu e com voz imperial decidiu: «Já chega!»

«Da próxima levas mais!» rosnou o meu pai para dar um eloquente à coisa, ao mesmo tempo que me piscava cumplicemente o olho.

Ainda fiquei de castigo sem poder sair do quarto, mas isso já pouco me importava, pois tinha escondidos os meus livros do Kit Karson e do Major Alvega para me entreter, enquanto durasse a pena por ter dado largas às minhas hormonas e apelidado a tal senhora de meretriz de entre outros presentes vocabulares.

Da rapariga, nunca mais soube, mas no outro dia passei na rua onde morava a madrinha, e nesse mesmo primeiro andar reparo que à janela está uma senhora anafada de cabelo grisalho mais ou menos da minha idade.

Por obra do acaso cruzámos os olhares e ela sorriu, perguntando-me lá do primeiro andar de onde se debruçava: «O senhor por a(c)aso tem horas?»

Para rostos e nomes não tenho qualquer memória, mas para vozes e cheiros sou melhor que um urso e, no acaso de um raro momento, regresso à minha puberdade e a minha memória auditiva devolve-me a voz daquela menina anafada que não sabia dizer os cês e que, por obra do destino, tinha sido a minha primeira namorada.

«São dez para a uma!», respondi.

Escrito por pulanito @ março 25, 2010   13 comentários

sexta-feira, março 19, 2010

A Balada da Terra Plana


Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P’ra outro lugar

António Variações


Esta coisa de abalar às vezes parte-me o coração. Se há coisa que me custa, é sentir o aproximar da hora de ir embora. O arrumar da mala, as despedidas – mesmo que seja por breves dias – os cheiros, os sons, a corneta do padeiro, as vozes da vizinhança, o chilreio das minhas andorinhas, a família, os amigos, o fogo, o silêncio – sobretudo o silêncio –, e sei lá mais quantas coisas que deixo quando daqui abalo, como se deixasse para trás e entregue ao seu destino um legado de que (por razões que me transcendem) me sinto portador.
Abalada, não é nenhum género musical; mas se o fosse, seria certamente fado, esse destino alentejano que passa por cada um de nós inventar os horizontes que pretende alcançar.
Abalada, não é partida. É despegue, é desmame, é morrer por um território de emoções tão nosso que pensamos que nascemos com ele no peito cravado, como que fazendo parte do nosso código genético.
Na hora da abalada, um homem não chora! Sangra por dentro no silêncio da sua condição e, na pressa de um beijo roubado, despede-se do que mais ama e, sem olhar atrás, segue o seu caminho, esse mesmo caminho que um dia o trará de volta, num regresso que deseja breve e ainda de cá não saiu.
De quando em vez sou assaltado por essa memória de petiz e que me reporta ao dia em que me roubaram à minha mátria. Se há coisas marcantes na minha existência, esse dia é uma delas. Tão marcante, que o trago pendurado nos olhos em forma de janela por onde me assomo e por ela revejo vezes sem fim o penoso caminho que nessa jornada trilhei.
No silêncio e no pó dessa estrada, deixei lágrimas como se fossem pedrinhas estrategicamente dispostas que um dia me haveriam de guiar de volta.
No meu corpo de menino, batia desalmadamente um coração de guerreiro, que de espada de pau à cintura, jurava sanguínea vingança aquando da sua volta.
Regressar um dia e para sempre, era a promessa que a mim mesmo fazia. Enquanto minha mãe me arrastava pela mão, não pressentia a dor de alma que de mim se apossava. A torre sineira da igreja de Santiago Maior foi ficando cada vez mais pequena, até que desapareceu de vez por trás do outeiro, e eu, morri pela primeira vez!
Terá sido nesse trajecto que contraí a doença de que padeço e que, de cada vez que tenho de abalar, sou revisitado por esse terramoto de comoções que comigo vive há mais de quatro décadas.
Mas se abalar é quase trágico, regressar é como reviver, como explodir, como renascer! É uma catadupa de vibrações que se exprimem numa repentina paz interior, pelo marejar dos olhos ou pelo incontrolável tremor da derme, só para mencionar alguns dos arroubos pelos quais sou invadido, mas de que afinal não sou caso isolado, nem sou o único a olhar o céu!
De conversa sobre o tema com outros conterrâneos, parece ser coisa comum à generalidade daqueles que comigo partilham este código geracional.
Se venho do Algarve, à medida que a planície ganha à serra os contornos da paisagem, começo a sentir-me em torrão familiar. Quando as placas toponímicas indicam a proximidade do útero mátrio, o mesmo coração de menino volta a bater descompassadamente sem que o ouse dominar. Só vejo mesmo a hora de pôr os olhos na torre sineira da minha terra, para de novo dizer: «Estou em casa!»
A esta casa onde volto cada vez que posso, para de novo abalar, para depois regressar e de novo morrer para mais tarde renascer.

Publicado na revista 30 Dias de Março de 2010

Escrito por pulanito @ março 19, 2010   8 comentários

quarta-feira, março 17, 2010

Humilde Homenagem ao Rapper MC Snake

MC Snake aquando da sua passagem por Entradas em 2008


Sempre que a mim se dirigia, abraçava-me e tratava-me por “ o mais velho”, coisa que me enternecia até porque sentia que os meus cabelos brancos tinham sobre ele algum ascendente.
Falo de puto Snake a quem na noite de 15 de Março lhe foi ceifada a vida, que com todas as desculpas do mundo, nunca deixará de ser cobarde e traiçoeira.
Nuno Rodrigues de seu nome era um puto de bairro, era um puto de Chelas, era negro, era rapper, era pobre, logo com todas as condições para ser rotulado de bandido pelas mentes mais acéfalas.
É certo que não parou numa operação stop. Nunca se saberá porquê. Desobedeceu à autoridade e por isso, por esse simples facto, foi baleado pelas costas.
Tenho lido muitos comentários acerca do assunto na net. Aquele que mais vezes se lê, é: Se não parou é porque tinha algo para esconder e por isso teve o que mereceu!.
Não vou aqui tecer comentários, nem atirar achas para a fogueira da intolerância, até porque quero continuar a acreditar que a morte do Nuno foi um infeliz e fortuito acidente levado a cabo por um inexperiente policial.
Prefiro antes lembrar o miúdo alegre que foi, e que vi vezes sem conta em cima dos palcos deste país entregando-se de alma e coração aquilo que mais gostava de fazer: cantar!
Uma das últimas vezes em que saímos juntos, fomos aos fados (eu, ele e o Samuel), o que era para o Snake uma novidade. Eu tinha ‘um olho no burro outro no cigano’, ou seja: ao mesmo tempo que via o espectáculo, concentrava-me nas reacções dele como rapper aquele estilo musical.
Pelo caminho de regresso falámos de muita coisa. Do que acabáramos de ouvir e do que se sentira maravilhado pelo que lhe foi dado a escutar, mas sobretudo, falámos da vida; passada, presente e o que pretendia para o seu futuro, até porque tinha sido pai muito recentemente.
Fiquei com a sensação de que o passado que o havia conduzido a alguns anos de reclusão tinham-no feito reflectir e pensar nos caminhos que pretendia trilhar.
Doutra vez dei-lhe uma seca acerca dos valores da amizade, da família, do respeito pelo próximo, e se digo seca, é porque no dia seguinte quis-lhe ligar a pedir desculpa pelo pesado que para com ele tinha sido, ao que o Nuno ripostou, haver sido a melhor lição de vida que havia escutado.
Também passou por Entradas vindo com o Samuel de um concerto mais a sul. Confraternizámos em minha casa num dia em que o Tim também por lá passou e para registar o momento ficou a foto com que ilustro este post.
Finou-se uma vida cheia de sonhos e ilusões. Ficou uma filha sem pai. Ficou Chelas mais pobre, até porque o Nuno trazia o bairro no coração e nas veias. Tinha tanto orgulho do sítio onde nascera que havia tatuado no braço e gravada na pele, a palavra CHELAS.

Escrito por pulanito @ março 17, 2010   10 comentários

domingo, março 14, 2010

Bruno Almeida - Slides - Retrados da Cidade Branca

O cineasta Bruno Almeida

O cineasta Bruno Almeida vai realizar um filme sobre Lisboa a que resolveu dar o título de um poema meu – Slides Retratos da Cidade Branca, coisa que para além de orgulhoso me deixa algo embevecido.
O Samuel ligou-me um dia destes dando-me conta do que lera na revista Time Out, mas só lhe atribui o epíteto de saborosa coincidência e a coisa por ali ficou.
Hoje o meu filho ligou-me dizendo que tinha conhecido o Bruno Almeida que lhe confirmou ter sido a este poema (que curiosamente havia memorizado) que foi buscar o nome e inspiração para essa futura produção que será feita em parceria com o outro grande cineasta, Fernando Lopes.
Pela minha parte, para além de lisonjeado, fico contente por um poema da minha autoria servir de inspiração a tão ínclita figura.

Deixo aqui a entrevista de Bruno Almeida à Time Out onde fala desse acontecimento.

Nasceu em Paris, mas divide a carreira entre Portugal e os EUA.
Em Bobby Cassidy: Counterpuncher, Bruno de Almeida registou as memórias de um pugilista nova-iorquino. Luís Salvado falou com ele.

Como é que um tipo que não gosta de boxe se vê a dirigir um documentário sobre um boxeur?
Eu nunca segui o boxe, mas quando conheci as histórias do Bobby Cassidy e depois o vi a falar, percebi que tinha ali um filme, com uma história muito humana e comovente.
E como é que chegaste a ele?
O Nick Sandow tinha sido boxeur em jovem e sabe muito da parte técnica. E em 2001, por uma razão ou outra, ficámos os dois interessados em pugilistas reformados e começámos a fazer um documentário, que nunca acabei mas que hei-de acabar, e que se chamava After the Fights. O que nos interessava era explorar o que acontecia aos boxeurs quando se reformam aos 35, 36 anos, e depois têm de arranjar outras formas de ganhar a vida e ao mesmo tempo lidar com o punch drunk, uma doença que a maioria deles acaba por ter por levar muita pancada na cabeça. Depois o Nick Cassidy tornou-se consultor e começou a contar-me histórias do pai, o Bobby Cassidy, que se revelou um tipo tão eloquente que preenchia um filme por si só, como veio acontecer.
O papel da mãe dos filhos na vida dele e o trabalho dele para a máfia não surgem muito focados no filme. Foi intencional?
Quanto à mulher, mãe dos filhos, por alguma razão que nunca me revelaram, ela não fez parte da vida deles. Ele criou os filhos sozinho, sempre os adorou, mas nenhum deles fala dela, ela não existe para eles. Não quis ir muito por aí. A outra questão é mais delicada: ele trabalhou para a máfia como o homem das colectas e contou muitas outras histórias da máfia, que eu retirei. Primeiro porque mencionava muitos nomes de pessoas vivas, e depois porque não achei que tivesse particular relevância.
O filme foi feito com orçamento reduzidíssimo...
Não teve orçamento, praticamente. Foi feito a pouco e pouco, durante oito anos, ao mesmo tempo em que eu fui trabalhando noutras coisas. A primeira entrevista foi feita em 2002 e a última cena, quando ele recebe o troféu, é de 2004. Eu trabalho muito assim, vou filmando e quando tenho tempo vou montando. E eu gosto de trabalhar sozinho, a verdade é essa. Agarro na minha câmara, sou eu a filmar, portanto não há despesas, só de tempo e de cassetes. Mas este ritmo permite-me pensar nas coisas. Por exemplo, este filme surgiu numa altura em que o meu pai morreu, e acabei por trabalhá-lo como forma de fazer o luto, o processo foi importante para eu olhar para mim próprio, senti que era a altura ideal para fazer o filme.
O projecto Operação Outono, um filme de ficção sobre Humberto Delgado, já será o oposto deste.
Sim, é um filme de grande orçamento, a maior produção da minha carreira. Mas também tenho um projecto mais modesto chamado Slides da Cidade Branca, com o Fernando Lopes a contar histórias sobre Lisboa.

In Time Out - Fev.2010

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bruno_de_Almeida

Escrito por pulanito @ março 14, 2010   2 comentários

quinta-feira, março 11, 2010

Orelha Negra - Lançam 1º Trabalho Discográfico.

Cartaz de lançamento dos Orelha Negra


Muita gente me tem perguntado para quando um novo trabalho discográfico do meu filho Samuel Mira (Sam The Kid).
Pois bem! No próximo dia 22 de Março será lançado o disco de estreia dos Orelha Negra – um projecto paralelo à sua carreira natural – onde o Samuel, conjuntamente com Francisco Rebelo nas guitarras, João Gomes nas teclas, Fred Ferreira na bateria e Cruzfader no gira-discos, apresentam o trabalho discográfico com o mesmo nome do grupo e que será lançado a nível nacional pela Valentim de Carvalho.
Este disco poderá ser adquirido na versão CD ou na versão vinil, ou ainda em pacote especial (e a preço especial) dos dois suportes em que foi gravado.
No disco estreia dos Orelha Negra cruzam-se o sampler e gira-discos com uma bateria, um baixo e teclados, programação certeira com a mais natural das orgânicas, num corpo único e de uma coesão surpreendente. Nele a herança pesada da Soul, o mais irreverente Hip Hop e a singular alma portuguesa são o ponto de partida para uma música que tem a modernidade como ponto de chegada.
Como dizia Eduardo Nascimento: “ouçam”!
Neste período em que o Samuel esteve afastado do grande público colaborou a vários níveis com outros artistas em parcerias que resultaram em edição discográfica.



Ouçam esta excelente interacção entre duas músicas urbanas - o fado e o rap

Destes, destaco os trabalhos com: New Max ( Expensive Soul), com Jorge Fernando no fadorap – Pois é! E ainda com Bob Da Rage de entre tantos outros.
Um novo trabalho de instrumentais da saga Beats, está programado para este ano. O Samuel está ainda a trabalhar (com a sua habitual calma alentejana!) no seu terceiro disco da série: ESPECIAL, do qual já foram editados, Entre(tanto), Sobre(tudo) e Pratica(mente).
Portanto, para os admiradores e seguidores deste meu filho, muitas novidades para este e para o próximo ano.
Estejam atentos.

PS: Ainda não vi, mas dizem-me vozes credíveis e avalizadas que o videoclip que suporta a edição dos Orelha Negra está a um nível altíssimo, podendo ser visto nos diversos suportes a partir da data do lançamento.

Escrito por pulanito @ março 11, 2010   1 comentários

terça-feira, março 09, 2010

Cavalos Selvagens



Passei pelo Facebook e mano Pedro tinha colocado para gáudio de quem ali passasse, este Wild Horses acústico dos velhinhos Rolling Stones.
Vêm-me de repente, assim em turbilhão, uma série de memórias de juventude que revejo sofregamente e que têm a ver com esses mesmos “Cavalos Selvagens”.
Era no tempo do frenesim. Era no tempo em que nos julgávamos imortais e viver o mais que se pudesse e o mais rapidamente possível, fazia parte dos cânones duma certa juventude onde militei.


Mas, o cavalo, foi sempre um excelente substantivo para nomear canções e, assim a primeira de que me lembro, é o Cavalo à Solta de Fernando Tordo e Ary dos Santos. Provavelmente uma das mais belas canções que já se fizeram em Portugal.

Num estilo mais ligeiro, mais marialva, mais popularucho, também temos o famoso Cavalo Ruço, que não sendo da mesma lavra que aquele que Ary “soltou à desfilada p’lo meu peito” é também um tema imortal e que faz parte do repertório de qualquer fadista de qualquer geração, sendo que o seu progenitor é o monárquico Nuno da Câmara Pereira.


Deixando as fadistices, outros cavalos houve que marcaram a minha existência.
Horses – de Patty Smith, por exemplo, ainda hoje roda no meu Ipod e, quando ando por aí a deambular de bicicleta, logo que este tema aparece nos meus ouvidos, a vontade de pedalar aumenta exponencialmente e, não raras vezes, dou comigo a repetir este tema vezes sem conta, fazendo com que me transporte (de bicicleta e mentalmente!) para um tempo em que vivi nas margens da felicidade.
Lembro-me agora que, “ Horse Latitudes” dos Doors era também uma das minhas canções favoritas, apesar de ser uma das menos conhecidas desta mítica banda.


Não sei porque comecei a escrevinhar estas parvoíces em forma de “ bosta cavalar”, mas quando esta manhã vim de Portimão, dois cavalos passeavam-se livremente pela V6 correndo de crina ao vento, como que a dizer-nos: ser livre é galopar a vida na forma que esta se nos oferecer.

Escrito por pulanito @ março 09, 2010   7 comentários

terça-feira, março 02, 2010

Minha Filha Catarina em Entrevista à Flash


Minha filha Catarina, dá hoje uma entrevista à revista Flash, onde revela que o sonho de ser artista a persegue desde pequena.
Para mim e para a mãe, essa é uma questão há muito resolvida. Desde muito pequena que a Catarina demonstrou esse raro talento que nós ao longo da sua vida vimos incentivando, acompanhando e orientando de modo a que esteja preparada para as múltiplas ciladas da vida.
Pela sua parte, a Catarina tem correspondido a 110%. É uma filha absolutamente exemplar, com princípios verticais e uma educação que faz dela um exemplo para os outros jovens, mas sobretudo para os seus milhares de espectadores que todos os Sábados e Domingos de manhã, não perdem as peripécias da Catarina e do João no espaço Disney Kids da SIC.
Catarina estuda jornalismo, coisa que concilia com a sua actividade televisiva e onde tem um aproveitamento mais que razoável atendendo a que está envolvida em múltiplos projectos.
Bem sei que estou a ser vaidoso ao falar assim da minha filhota, e que provavelmente alguns dos meus leitores acharão que até nem me fica bem. Pois bem. Estou-me completamente borrifando! Hoje apeteceu-me falar da minha filha e compartir convosco o orgulho que nutro por essa criatura a que um dia eu e a Natália, num acto de profundo amor concebemos como se de uma peça de raríssimo cristal se tratasse.

Escrito por pulanito @ março 02, 2010   18 comentários

segunda-feira, março 01, 2010

Carta aos Leitores do Pulanito


Às vezes fico aqui diante desta mesmíssima folha virtual e penso: - mas com que raio de palavras é que vou preencher esta folha?

Fico por aqui ás voltas com o pensamento a cem à hora e regra geral fecho o raio do computador frustradíssimo com a minha falta de imaginação. Fico aqui à procura de mim e busco e rebusco, mas não me encontro!

Penso mesmo que se me esgotou o assunto, e assim sendo, o melhor é dar por encerrado este capítulo da minha vida chamado Pulanito e pronto!



Um certo estado de alma

Quando iniciei este blogue em 2006, ainda não existiam redes sociais, logo, os blogues eram a forma mais imediata de comunicar, de expormos aquilo que nos ia na alma e caso a coisa ganhasse alguma aceitação, esta, funcionava como forma de alento à continuidade de milhares de escribas que de repente saltaram dos armários para as pantalhas dos computadores e vá de darem largas à agilidade mental necessária à alimentação dum bichinho, que com o correr do tempo, ás vezes se transforma em monstro.

Essa agilidade em forma de imaginação acompanhou-me de quando em vez, e quando tal acontecia, lá aparecia um textozito que sem ser nenhuma obra literária, era uma coisa que me dava um certo gozo “esgalhar”.

Lia, relia, corrigia, alterava, cortava até que sentisse que aquela amálgama de palavras passasse de sopa de letras a puzzle de palavras, onde os últimos retoques, a derradeira lambidela, a substituição de um adjectivo por outro me desse o gozo de quem apruma um filho, endireitando-lhe o laço ou apartando-lhe a marrafa.

Esta coisa tem durado os últimos quatro anos e mais de 77 000 visitas, o que não é nada mau, considerando que este é um espaço muito particular, muito umbilical e ainda por cima com textos chatos e longos que só mesmo os mais persistentes têm a paciência, e ás vezes coragem de ler.

Conto aqui trazer proximamente e em exclusivo para o "Clube dos Amigos do Pulanito" algumas novidades que podem ser interessantes e que de algum modo estão relacionadas com a vida deste espaço.

Por outro lado, o meu amigo Joaquim Miguel já me anda a azucrinar a cabeça com a ida a Santiago de Compostela que sendo este, ano de Xacobeu , em vez de Junho, demandaremos terras do meu homónimo nos finais de Julho, ficando desta vez dois dias em Santiago, para podermos apreciar e sentir a magia de tão místico lugar.

Como não tenho treinado, estou gordo como um porquinho alentejano. Conto libertar-me dos quilos que a mais carrego a partir do dia de amanhã, altura em que irei começar essa luta titânica que é perder cerca de dez quilos em três meses sem recurso a medicamentos nem aspirações estomacais.

Bem. Como a conversa já vai longa e não devo nem posso, abusar da paciência de quem por aqui passa, deixo apenas um pedido de desculpas pelo pouco que por aqui tenho passado.

Escrito por pulanito @ março 01, 2010   12 comentários

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