Feliz Natal!
Nas terras mais ao sul ainda se vêem turistas de calção e chinelo a caminho da praia de toalha ao ombro, sinal de que o Verão terminou no calendário, mas não nos termómetros cujas temperaturas sugerem mergulhos e passeios à beira-mar.
Ao mesmo tempo que “pinto” este sugestivo e estival quadro, reparo que as iluminações de Natal inundaram as ruas de Portimão sugerindo uma festa, que para a sua celebração máxima faltam precisamente dois meses, já que escrevo no dia 24 de Outubro.
Compartilho em absoluto da grande máxima criada por Ary dos Santos que diz: “Natal é quando um homem quiser” e em Outubro e mesmo em Novembro pode ser, mas dois meses, ou mesmo mais, a relembrar-nos todos os dias que a quadra natalícia está aí à porta parece-me um exagero consumista que desvirtua o espírito da coisa.
Dou uma volta por dois centros comerciais da região e já lá estão emprateleiradas todas as bugigangas decorativas da quadra que servem para “acarnavalar” a casa, só que em versão natalícia.
Lá estão as árvores de plástico, mais as luzes que piscam e catrapiscam assim à moda de stand de vendas de automóveis em segunda mão à beira-estrada plantado; mais as bolas, penduricalhos, bonecos alusivos e restantes decorações que por ali perdurarão até que o ano dê por findo o seu irrepetível ciclo.
A satisfação natalícia dos tempos que correm, chega-nos agora em contentores vindos da china, onde a populaça dos olhos rasgados trata da nossa “ plástica felicidade” trabalhando dia e noite a troco de uma malga de arroz, ou pouco mais.
Do que verdadeiramente gosto, é do Natal do aconchego; do Natal fraterno e humano, de mesa sempre posta e do contentamento da pequenada, que um dia se há-de lembrar destes natais como os melhores das suas vidas.
Num tempo em que cerca de dez por cento dos portugueses perdeu o emprego e pelo menos para esta significativa franja da população, são de dificuldade acrescida os tempos que se avizinham, parece-me até de mau gosto inundar as cidades desta desmedida sede despesista em que a festa da família se transformou.
A pressão gastadora é de tal ordem que dentro em breve, rádios, jornais, placards, internet, estações de televisão e sei lá que mais suportes serão invadidos de anúncios alusivos à época, onde o pobre cidadão faz das tripas coração para resistir ao ímpeto que tais mensagens produzem.
Contam-se os tostões, fazem-se e refazem-se contas à vida, e mesmo contando com um salário extra muitas das vezes não se consegue esticar para fazer face a todas as solicitações natalícias.
As agências financeiras, quais agiotas legalizados, já estão a afiar as garras e voltaram à carga com a promoção dos seus préstimos financeiros, cujos juros de encargo (cerca de 30%), são a meu ver um insulto, para não lhe chamar assalto ao incauto cidadão, que quase sem querer se vê envolvido numa teia de compromissos, que lhe hão-de causar amargos de boca, passada a euforia despesista dum tempo que se transformou na época alta do consumo desenfreado.
Gasta-se o que se tem e o que se não tem, incluindo esgotar o plafond atribuído ao cartão de crédito. Inundam-se as crianças de inutilidades cujo único prazer consta em rasgar uns atrás dos outros os embrulhos coloridos em que as bugigangas vêm embaladas.
Pela minha parte voltarei no Natal a fazer da minha aldeia ponto de encontro da minha consanguinidade, onde ano após ano vamos construindo e cimentado um legado familiar que tudo farei para que perdure no tempo.
Ao mesmo tempo que “pinto” este sugestivo e estival quadro, reparo que as iluminações de Natal inundaram as ruas de Portimão sugerindo uma festa, que para a sua celebração máxima faltam precisamente dois meses, já que escrevo no dia 24 de Outubro.
Compartilho em absoluto da grande máxima criada por Ary dos Santos que diz: “Natal é quando um homem quiser” e em Outubro e mesmo em Novembro pode ser, mas dois meses, ou mesmo mais, a relembrar-nos todos os dias que a quadra natalícia está aí à porta parece-me um exagero consumista que desvirtua o espírito da coisa.
Dou uma volta por dois centros comerciais da região e já lá estão emprateleiradas todas as bugigangas decorativas da quadra que servem para “acarnavalar” a casa, só que em versão natalícia.
Lá estão as árvores de plástico, mais as luzes que piscam e catrapiscam assim à moda de stand de vendas de automóveis em segunda mão à beira-estrada plantado; mais as bolas, penduricalhos, bonecos alusivos e restantes decorações que por ali perdurarão até que o ano dê por findo o seu irrepetível ciclo.
A satisfação natalícia dos tempos que correm, chega-nos agora em contentores vindos da china, onde a populaça dos olhos rasgados trata da nossa “ plástica felicidade” trabalhando dia e noite a troco de uma malga de arroz, ou pouco mais.
Do que verdadeiramente gosto, é do Natal do aconchego; do Natal fraterno e humano, de mesa sempre posta e do contentamento da pequenada, que um dia se há-de lembrar destes natais como os melhores das suas vidas.
Num tempo em que cerca de dez por cento dos portugueses perdeu o emprego e pelo menos para esta significativa franja da população, são de dificuldade acrescida os tempos que se avizinham, parece-me até de mau gosto inundar as cidades desta desmedida sede despesista em que a festa da família se transformou.
A pressão gastadora é de tal ordem que dentro em breve, rádios, jornais, placards, internet, estações de televisão e sei lá que mais suportes serão invadidos de anúncios alusivos à época, onde o pobre cidadão faz das tripas coração para resistir ao ímpeto que tais mensagens produzem.
Contam-se os tostões, fazem-se e refazem-se contas à vida, e mesmo contando com um salário extra muitas das vezes não se consegue esticar para fazer face a todas as solicitações natalícias.
As agências financeiras, quais agiotas legalizados, já estão a afiar as garras e voltaram à carga com a promoção dos seus préstimos financeiros, cujos juros de encargo (cerca de 30%), são a meu ver um insulto, para não lhe chamar assalto ao incauto cidadão, que quase sem querer se vê envolvido numa teia de compromissos, que lhe hão-de causar amargos de boca, passada a euforia despesista dum tempo que se transformou na época alta do consumo desenfreado.
Gasta-se o que se tem e o que se não tem, incluindo esgotar o plafond atribuído ao cartão de crédito. Inundam-se as crianças de inutilidades cujo único prazer consta em rasgar uns atrás dos outros os embrulhos coloridos em que as bugigangas vêm embaladas.
Pela minha parte voltarei no Natal a fazer da minha aldeia ponto de encontro da minha consanguinidade, onde ano após ano vamos construindo e cimentado um legado familiar que tudo farei para que perdure no tempo.
Publicado na Revista 30 Dias - Edição de Novembro 2009
1 Comments:
Estou plenamente de acordo, amigo Napoleão, com este post e assino por baixo-
Um abraço
José Mestre
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