Carmina Burana
Ontem fui à ópera. A bem dizer, ontem, em cinquenta e três anos de vida fui pela primeira vez à ópera e fiquei com a sensação de que já o deveria ter feito, há muito mais tempo.
Fui ver a ópera ou, grande cantata cénica, Carmina Burana. Fui por várias razões: porque nunca tinha assistido a um tão grandioso espectáculo, porque era uma lacuna no meu parco saber e porque sem ser melómano ou coisa que o valha, esta obra faz parte da minha vida.
Sou um gajo de impulsos, o que muitas vezes é mau, mas outras vezes é altamente gratificante.
Ouvi a primeira vez Carmina Burana, há seguramente uns trinta anos e logo me apaixonei pela mais bela das obras do compositor alemão Carl Orf. Eu, que naqueles tempos pós revolucionários, em pleno boom do rock português e morando num bairro social ocupado, onde as preocupações ditariam muitos cenários possíveis, mas decerto não contemplariam a escuta de uma obra deste género, até parecia blasfémia ouvir tal género musical!
O facto é que Carmina Burana, ocupou ao tempo muita da minha atenção, fechando-me em casa a ouvir horas a fio tão bela composição.
Fui ver a ópera ou, grande cantata cénica, Carmina Burana. Fui por várias razões: porque nunca tinha assistido a um tão grandioso espectáculo, porque era uma lacuna no meu parco saber e porque sem ser melómano ou coisa que o valha, esta obra faz parte da minha vida.
Sou um gajo de impulsos, o que muitas vezes é mau, mas outras vezes é altamente gratificante.
Ouvi a primeira vez Carmina Burana, há seguramente uns trinta anos e logo me apaixonei pela mais bela das obras do compositor alemão Carl Orf. Eu, que naqueles tempos pós revolucionários, em pleno boom do rock português e morando num bairro social ocupado, onde as preocupações ditariam muitos cenários possíveis, mas decerto não contemplariam a escuta de uma obra deste género, até parecia blasfémia ouvir tal género musical!
O facto é que Carmina Burana, ocupou ao tempo muita da minha atenção, fechando-me em casa a ouvir horas a fio tão bela composição.
Abertura: Ó Fortuna !- pela Companhia Nacional da Bulgária
Depois veio a minha separação matrimonial e do parco espólio que me acompanhou fazia parte o inevitável vinil da obra que ontem fui ver e de que agora vos falo.
Quando cheguei às terras do sul (onde de resto vivo desde então!), passei a ouvir com mais intensidade esta obra que acabei por praticamente decorar à custa de tanta repetição auditiva.
Depois tive uma breve incursão pelo estrangeiro e o disco perdeu-se e nunca mais voltei a adquirir outro exemplar. Praticamente resume-se à sôfrega audição desta obra e mais umas quantas árias da grande Callas a minha ligação ao bel canto, o que faz de mim um perfeito ignorante na matéria no que se refere à música erudita, em especial aquela acompanhada por vozes, sendo que no que se refere à música sinfónica, já ouço com mais assiduidade.
Maestro Michel Tabachnick
Na minha juventude tive a felicidade de conhecer o maestro Michel Tabachnick , que era ao tempo o condutor de orquestra da Gulbenkian, tendo sido este irreverente músico suíço que me deu a conhecer e a perceber a beleza da grande música, emprestando-me discos e a ensinar-me o que eram os andamentos e outras matérias que o tempo esborratou do sitio onde a havia guardado: a memória.
Mas ontem revivi ao vivo, a cores e a três dimensões a empolgante prestação cénico-musical com que os mais de duzentos elementos de entre, músicos, cantores e bailarinos
ofereceram aos cerca de mil espectadores que esgotaram o Centro de Congressos do Arade em Ferragudo.
Revivi ali grande parte do filme da minha vida de então e fiquei com a nítida sensação de que devo aproveitar mais selectivamente a minha vida entregando-me sem reserva a acontecimentos onde imperem a descoberta dos sentidos.
5 Comments:
EH pá, estás a ficar muito erudito.Eu que te revejo sempre na "Ópera do Bom Malandro"....
Desculpa Nap,julguei que estava a comentar o "andidepessivo" blog "OXICLISTA".
ups!
A "Carmina" é um paradoxo da História.
Integra-se no renascimento musical do nazismo e foi dedicada por Carl Orff a Hitler, a quem admirava profundamente. Embora a história tenha sido reescrita, no sentido de que afinal, Orff "provocara" Hitler.
Por cá também aconteceu isso. Muitos artistas que andaram a beijar o anel ao Tomás, afinal eram antifascistas...
Mas a peça musical é tão boa, que se lixe se o Hitler teve ou não alguma coisa a ver com ela.
Da mesma forma, a Heroica de Bethoven foi inspirada no outro Napoleão, o sanguinolento, o que passou a europa a ferro e fogo. Aliás, esse gajo ainda é teu parente.
Ou a Muralha da China que foi construída em cima de milhões (números de alguns) de cadáveres de trabalhadores.
A História está repleta destes paradoxos: coisas tremendamente boas, ligadas umbilicalmente a coisas tremendamente más.
Ainda bem que gostaste. Havemos de ir juntos ver umas italianas ao Coliseu. A época está aí... E temos o Gambrinus á saída para meter uma mine....
Esse anónimo aí em cima que está a mandar bocas foleiras está convidado.
Eh pá ,Carneiro,eu não juro(mas quase)que o anónimo do andar de cima não sou eu.Ou pelo menos não me lembro de dizer coisas foleiras( nem nas entrelinhas consigo ler algo felacionado(digo:relacionado) com o tema:BENFICA!!!!!)
A menos que me levem ao Gambrinus comer caracóis.Aí!Aí!...Mas ,porra,para beber umas mines e ver umas "balzaquianas" fico no Besica.
ups!
..."""os textos da famosa cantata cénica, cuja estreia data de 1937, em Frankfurt, baseiam-se em poemas medievais descobertos em 1803 num velho mosteiro beneditino da Baviera, em Benediktbeuren, no sudoeste da Alemanha. Escritos, na sua maioria, por monges e menestréis desgarrados que passavam o tempo a deliciar-se com os prazeres da carne, são crónicas de obsessões que por vezes chegam à obscenidade.....""""
"""MONGES E MENESTRÉIS ---DESGARRADOS--- A DELICIAR-SE COM OS PRAZERES DA CARNE e por vezes proferindo obscenidades"""
Bem me parecia!Para o OXICLISTA se interessar pela coisa...hum!
Mas para isso não me convidam!
ups!
Que chiques!!! Ópera, Gambrinus,Baviera...estão aqui, estão a fumar!!!
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