Carneiro - Um às do pedal
Fiquei na verdade frustrado por não ter chegado ao final da minha aventura, mas, acidentes acontecem e eu espero que este tenha sido o primeiro e último de que fui vítima.
Penso voltar ás lides ciclistas este fim-de-semana com a outro biclas que por lá tenho, mas não é a mesma coisa. A gente afeiçoa-se à máquina e pronto, mesmo que nos dêem outra melhor, não é a mesma coisa. Desta já eu conheço as manhas das mudanças e travões, sei com o que conto numa curva mais apertada, em suma, sei até onde posso ir, até mesmo no que se refere ao selim e ás mazelas que este provoca em certas partes íntimas depois de umas dezenas de quilómetros percorridos.
Por mim recomeçava a viagem amanhã mesmo, no mesmíssimo lugar onde a interrompi e provavelmente acrescentar-lhe-ia mais uns diazitos de liberdade, suor e silêncio.
O amigo que encontrei o ano passado em Mourão, o Helder Carneiro, voltou a fazer ao mesmo tempo que eu um percurso que requer algum heroísmo, foi de Lisboa a Bragança e regressou a Lisboa na sua belíssima máquina com o seu patusco atrelado, percorrendo qualquer coisa como 1265 Km.
Carneiro em Coimbra- Foto surripiada da sua "tasca"
Diz-me o Carneiro que poderia ter ido com ele. De facto podia, mas ele precisaria de alguma paciência pois este ano só no dia do abalroamento me começava a sentir em forma para me abalançar em distâncias para mais de 140 km diários, e francamente, detesto ser um peso para quem quer que seja, mas havemos de fazer uma viagem juntos, disso não tenho a menor dúvida.
A máquina que leva o Carneiro de terra em terra, numa foto cheia de simbolismo- foto surripiada da sua "tasca"
As aventuras deste companheiro do asfalto poderão ser lidas na sua “tasca” em http://www.xiclista.blogspot.com/ , vão até lá, comentem e apoiem este solitário das duas rodas.