Segurança e mobilidade sobre rodas
Todos os ciclistas estão de um, ou de outro modo, preparados para ocasionalmente beijarem o asfalto e rogarem uns quantos impropérios, circunstância esta, inerente a conduzirmos um veículo de duas rodas, logo, a necessitar de equilíbrio e alguma destreza de manobra.
Napoleão e Zé Leonês
No dia seguinte ao meu abalroamento encontro ocasionalmente em castro verde o José Leonês de Lima (na foto) o paraplégico que em ano de “ Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades” percorre o país de lés a lés em tricicleta alertando autoridades, entidades governamentais locais, centrais e outras, para as barreiras físicas de que são vítimas estes nossos concidadãos.
Entabulámos conversa acerca dessa sua aventura, e eu dei-lhe conta da minha. Encontrámos de imediato um fio condutor para a nossa agradável conversa. Falámos de questões técnicas da máquina, como a adaptou e acima de tudo da verdadeira motivação deste herói do asfalto; porque “mãodalar” 50 ou mais Km é obra, como sei da poda mas usando os membros inferiores, sei e sinto que o esforço do Zé Leonês é de facto de louvar, por isso aqui fica a homenagem pelo arrojo e a minha inteira solidariedade para com a causa que o Zé Leonês abraçou.
Para aceder ao seu site basta digitar “ deficientes activos” no Google que aparece logo o site respectivo.
Pelo meio da conversa com outro ciclista presente (Joaquim Miguel de seu nome) soube que fazem percursos em grupo a vários destinos, sendo um deles Évora- Santiago de Compostela – fui de imediato convidado a integrar esse grupo, que desde logo aceitei, até porque é um dos destinos que há muito venho mentalmente planeando.
Ainda no Sábado leio no Jornal “O Sol” um artigo que tem a ver com aquilo que me aconteceu, lançando alguns dados e alertas preocupantes acerca da sinistralidade com velocípedes causada por terceiros, nomeadamente automóveis.
Segundo este semanário, só no ano de 2006 registaram-se 87 acidentes envolvendo ciclistas que circulavam nas estradas; destes, 18 ficaram em estado grave. De ressalvar que estes acidentes aconteceram com associados da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicletas (FPCUB), de modo que o número deve ser substancialmente mais elevado, até porque a maioria dos utilizadores de bicicletas não será federada.
Por outro lado o (MAI) Ministério da Administração Interna dá conta da morte de 35 condutores de velocípedes não especificando se estes são ou não com motor.
Diz ainda este artigo, que numa estrada próxima daquela onde o meu acidente aconteceu, o ciclista profissional da LA- Alumínios, Edgar Anão de 25 anos, durante um treino foi abalroado por um automobilista, tendo ficado estatelado no chão com uma fractura na perna, um golpe profundo na cabeça e ainda outros ferimentos vários. A sobrevivência deste ciclista deveu-se à paragem de um turista francês, já que os restantes automobilistas para não se maçarem não se deram ao trabalho de abrandar, quanto mais parar.
É normal, demasiado normal, um ciclista ser atropelado e o condutor causador não parar. São múltiplos os relatos deste acto vergonhoso e cobarde o que faz com que cada vez mais me questione acerca do meu semelhante.
Penso que a coisa terá de evoluir num sentido em que automobilistas e demais condutores de veículos motorizados tenham um maior respeito por quem circula nestes veículos cujo pára choques são os ossos; para tal, seria importante os automobilistas também se tornarem utilizadores de bicicleta, que para além de ser uma actividade saudável também serve para nos apercebermos como nos devemos comportar quando nos recolocarmos ao volante.
Em Portugal menos de 1% da população circula ou utiliza a bicicleta o que mais uma vez nos coloca na cauda do pelotão dos 25 da Europa no que a esta actividade diz respeito.
Nalguns países é obrigatório que ao avistarem um peão ou ciclista na estrada, o automobilista abrande de imediato a sua marcha, em Portugal até parece que nos fazem pontaria, passando por nós a velocidades inimagináveis….Enfim, estamos num país, onde para a civilidade, cidadania e urbanidade ainda nos falta percorrer um caminho de gerações conforme explicava o Zé Leonês acerca das barreiras de que é vitima todos os dias.
No dia seguinte ao meu abalroamento encontro ocasionalmente em castro verde o José Leonês de Lima (na foto) o paraplégico que em ano de “ Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades” percorre o país de lés a lés em tricicleta alertando autoridades, entidades governamentais locais, centrais e outras, para as barreiras físicas de que são vítimas estes nossos concidadãos.
Entabulámos conversa acerca dessa sua aventura, e eu dei-lhe conta da minha. Encontrámos de imediato um fio condutor para a nossa agradável conversa. Falámos de questões técnicas da máquina, como a adaptou e acima de tudo da verdadeira motivação deste herói do asfalto; porque “mãodalar” 50 ou mais Km é obra, como sei da poda mas usando os membros inferiores, sei e sinto que o esforço do Zé Leonês é de facto de louvar, por isso aqui fica a homenagem pelo arrojo e a minha inteira solidariedade para com a causa que o Zé Leonês abraçou.
Para aceder ao seu site basta digitar “ deficientes activos” no Google que aparece logo o site respectivo.
Pelo meio da conversa com outro ciclista presente (Joaquim Miguel de seu nome) soube que fazem percursos em grupo a vários destinos, sendo um deles Évora- Santiago de Compostela – fui de imediato convidado a integrar esse grupo, que desde logo aceitei, até porque é um dos destinos que há muito venho mentalmente planeando.
Ainda no Sábado leio no Jornal “O Sol” um artigo que tem a ver com aquilo que me aconteceu, lançando alguns dados e alertas preocupantes acerca da sinistralidade com velocípedes causada por terceiros, nomeadamente automóveis.
Segundo este semanário, só no ano de 2006 registaram-se 87 acidentes envolvendo ciclistas que circulavam nas estradas; destes, 18 ficaram em estado grave. De ressalvar que estes acidentes aconteceram com associados da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicletas (FPCUB), de modo que o número deve ser substancialmente mais elevado, até porque a maioria dos utilizadores de bicicletas não será federada.
Por outro lado o (MAI) Ministério da Administração Interna dá conta da morte de 35 condutores de velocípedes não especificando se estes são ou não com motor.
Diz ainda este artigo, que numa estrada próxima daquela onde o meu acidente aconteceu, o ciclista profissional da LA- Alumínios, Edgar Anão de 25 anos, durante um treino foi abalroado por um automobilista, tendo ficado estatelado no chão com uma fractura na perna, um golpe profundo na cabeça e ainda outros ferimentos vários. A sobrevivência deste ciclista deveu-se à paragem de um turista francês, já que os restantes automobilistas para não se maçarem não se deram ao trabalho de abrandar, quanto mais parar.
É normal, demasiado normal, um ciclista ser atropelado e o condutor causador não parar. São múltiplos os relatos deste acto vergonhoso e cobarde o que faz com que cada vez mais me questione acerca do meu semelhante.
Penso que a coisa terá de evoluir num sentido em que automobilistas e demais condutores de veículos motorizados tenham um maior respeito por quem circula nestes veículos cujo pára choques são os ossos; para tal, seria importante os automobilistas também se tornarem utilizadores de bicicleta, que para além de ser uma actividade saudável também serve para nos apercebermos como nos devemos comportar quando nos recolocarmos ao volante.
Em Portugal menos de 1% da população circula ou utiliza a bicicleta o que mais uma vez nos coloca na cauda do pelotão dos 25 da Europa no que a esta actividade diz respeito.
Nalguns países é obrigatório que ao avistarem um peão ou ciclista na estrada, o automobilista abrande de imediato a sua marcha, em Portugal até parece que nos fazem pontaria, passando por nós a velocidades inimagináveis….Enfim, estamos num país, onde para a civilidade, cidadania e urbanidade ainda nos falta percorrer um caminho de gerações conforme explicava o Zé Leonês acerca das barreiras de que é vitima todos os dias.
4 Comments:
Amigo Napoleão,
Ainda bem que nada de grave te aconteceu.
(mas quem ficou a lucrar foi a seguradora do motociclista...)
Acompanhei a odisseia do Zé Leonês.
Isso de Santiago de Compostela é para quando ? Se em Agosto de 2008, conta comigo.
Passa lá pela tasca. Fiz 1265 Km. Poderias ter ido comigo...
Pois podia...mas a coisa foi assim de repente e não estava em tão boa forma como o ano passado...
verifico que seguiste o meu conselho e rumaste a Castro. e agora pronto, lá fiquei eu cheia de saudades da minha querida terrinha :)
Massa Critica - Sexta-feira, 28 de Setembro
Aveiro
18h00
Ponte Praça
Coimbra
18h00
Largo da Portagem
Lisboa
18h00
Marquês de Pombal
Em Lisboa faremos a Massa Crítica dos Executivos, para mostrar que a bicicleta não serve apenas para lazer ou para desporto (obrigando a calção de Lycra, camisola colorida e mala xpto), mas também é um meio de transporte que pode e deve ser usado por qualquer pessoa em qualquer ocasião.
Veste o teu casaco, calças e camisa, saia ou vestido.
Calça o teu sapato de escritório, sandália ou sapato alto.
Vem pedalar.
Porto
18h00
Praça dos Leões
O que é a Massa Crítica?
A Massa Crítica (Critical Mass) é um evento que ocorre tradicionalmente na última sexta-feira do mês em muitas cidades pelo mundo, onde ciclistas, skaters, patinadores e outras pessoas com veículos movidos à propulsão humana, ocupam seu espaço nas ruas. No Brasil e em Portugal, há um movimento ciclista inspirado na Massa Crítica, chamado Bicicletada. Os principais objectivos da Bicicletada são divulgar a bicicleta como um meio de transporte, criar condições favoráveis para o uso deste veículo e tornar mais ecológicos e sustentáveis os sistemas de transporte de pessoas, principalmente no meio urbano.
Mais informações:
www.massacriticapt.net
“Anda de bicicleta todos os dias, festeja uma vez por mês”
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