Zé Lima e Rosa Carvalho na pátria do Pulanito
José Lima e Rosa Carvalho passaram hoje (10/08) por terras do Pulanito, que tal como havia prometido, se fez à estrada e foi acompanhar estes dois gloriosos “cavaleiros do asfalto”.
Tenho especial apreço por corajosos desta estirpe, que em prol da causa dos nossos concidadãos que por circunstâncias várias têm de viver a vida com algumas dificuldades de mobilidade. Dificuldades essas acrescidas por uma cínica ausência de planeamento no que se refere às barreiras naturais, que estes portugueses têm de ultrapassar e ainda aquelas que lhes são criadas pelos eloquentes decisores da nossa praça, que só se lembram de as criar caso esta fatalidade lhes bata à porta.
Fica aqui o recado e fica também o relato desta curta etapa entre Beja e Castro Verde numa distância de 43 Km.
Pela minha parte saí do Algarve às 5 horas da manhã de modo a poder chegar a Entradas por volta das seis, e mal o dia raiasse, me montasse na minha bicicleta e me fizesse ao caminho de modo a fazer a etapa na totalidade com a Rosa e com o Lima.
Já os encontrei com meia dúzia de quilómetros percorridos “mãodalando” a uma velocidade de quem cerra os dentes e sabe que tem um desafio para vencer.
Rosa Carvalho mais leve que José Lima, ganha-lhe nas subidas, enquanto que nas descidas, o inventor desta prova, leva a sua "hand bike" a velocidades muito difíceis de acompanhar.
O impagável Carrajeta e o bom gigante (em todos os sentidos!) Joaquim Miguel Bilro apoiam desde Viana do Castelo esta saga iniciada a um e agora vivida a dois. É uma ajuda preciosa, já que um sendo médico e o outro motorista, dão um auxilio logístico e profissional aos nossos protagonistas que de algum modo lhes ameniza a dor que é vencer metro atrás de metro, quilómetro atrás de quilómetro, dia após dia o desafio a que se propuseram.
A (UMT) Unidade Móvel de Trânsito dá uma ajuda preciosa na gestão do tráfego, bem como na segurança dos atletas em prova e daqueles que o acompanham.
Pela minha parte tenho acompanhado desde o primeiro ano a epopeia destes audazes tri-ciclistas e à medida que os anos passam aumenta por eles a minha admiração.
Os heróicos Zé e Rosa com a rapaziada de Castro, também eles protagonistas e anfitriões por estradas do Campo Branco.
A rapaziada de Castro Verde, saiu-lhes ao caminho por volta do Km 25 e à imagem do pretérito ano, deram uma preciosa ajuda física e psicológica, o que faz com que o Zé não pare de afirmar que ama a planura e a alma das gentes desta terra.
Amanhã estes ciclistas de Castro Verde darão na Serra do Caldeirão uma preciosa ajuda no que diz respeito a vencer as “paredes” que uma atrás de outra se sucedem até aparecer a placa que anuncia o fim da serra e que diz Cortelha.
No momento em que escrevo estarão a descansar em Castro Verde, onde desde a primeira hora a edilidade local apoia incondicionalmente a louca aventura a que o Zé Lima bem soube dar corpo e alma.
Sei que existem excelentes condições de patrocínio com uma empresa da especialidade que no próximo ano dará uma ajuda significativa, podendo assim duma maneira quase independente poder assegurar a presença de outros atletas nesta prova que já é um marco no calendário das nossas vidas.
Procurarei acompanhar a chegada do Lima e da Rosa a Quarteira, local onde desde sempre termina esta epopeia que liga o Alto Minho ao Sotavento Algarvio, num trajecto quase grito que afinal só tem uma mensagem: TODOS DIFERENTES, TODOS IGUAIS!
1 Comments:
Nap,
falta aí um dos teus parentes de Castro,ex-emigrante na Alemanha.O senhor Mário.
Tem 70 anos: apareceu à saída de Castro Verde,na sua "pedalera" de mudanças no quadro,tendo acompanhado e ajudado até Cortelha,em pleno coração da serra do Caldeirão.Quando chegou estava disposto a regressar com a outra rapaziada,pronto para mais 50 quilómetros,ao tórrido sol do meio dia.Aceitou almoçar com o grupo e o Carrageta tratou do seu regressso.
Prometeu não faltar no próximo ano.
Como eu gosto de gente humilde,solidária e boa!
....Que lição!
Haja saúde!
jm
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