Dia 6 Da Barra à Póvoa de Varzim - 119 Km
Foto da partida da Barra
Ao sexto dia de viagem, regressou de novo a chuva intensa e permanente que fez questão de nos acompanhar grande parte do percurso que nos trouxe da Barra / Aveiro até Póvoa de Varzim, nossa última pernoita em Portugal até porque amanhã já dormiremos em Baiona antes da nossa tirada final até Santiago de Compostela.
O amigo Luis Filipe visitou-nos. Também ele andava em deambulação pelo país, mas desta feita na sua Suzuki...o que é bastante mais confortável...convenhamos!
A verificação das condições atmosféricas não augurava uma etapa muito fácil no que à meteorologia diz respeito.
Saímos da Barra pelas 8.00 horas em direcção ao Forte com o mesmo nome,
A bordo da lancha que nos transportou até S. Jacinto
Não sabia que o J. C. agora trabalhava na Remax...como mediador de qualquer coisa...
uma curta viagem de 20 minutos onde apanhámos a lancha que nos transportou até S. Jacinto, localidade ribeirinha onde retomámos a estrada e onde a chuva fez a sua aparição para não mais nos largar.
Este percurso até à Afurada é para além de bonito, bastante aprazível no que ao piso diz respeito e se lhe juntarmos um ventinho pelas costas, temos as condições ideais para pedalar contra o relógio e fazer uma média de se lhe tirar o chapéu: 28 Km por hora à chegada a esta localidade, o que mesmo com as condições reunidas continua a ser uma proeza.
Regressados à estrada depois da primeira paragem do dia, seguimos pela estrada que nos há-de conduzir ao Porto, nosso destino intermédio. Ao quilómetro 40, tocou-me a a mim furar, no caso presente e para ser mais exacto na roda dianteira, coisa que reparámos rapidamente e lá seguimos viagem.
Este percurso até à Afurada é para além de bonito, bastante aprazível no que ao piso diz respeito e se lhe juntarmos um ventinho pelas costas, temos as condições ideais para pedalar contra o relógio e fazer uma média de se lhe tirar o chapéu: 28 Km por hora à chegada a esta localidade, o que mesmo com as condições reunidas continua a ser uma proeza.
Regressados à estrada depois da primeira paragem do dia, seguimos pela estrada que nos há-de conduzir ao Porto, nosso destino intermédio. Ao quilómetro 40, tocou-me a a mim furar, no caso presente e para ser mais exacto na roda dianteira, coisa que reparámos rapidamente e lá seguimos viagem.
Ao km 40 desta tirada tive o primeiro e único furo de toda a viagem. Do mal o menos!
Nesta zona do país existem muitos ciclistas, e a cada ano que passa, mais e mais amantes do pedal se vêm por estas estradas, o que registo com prazer.
Em Esmoriz fizemos uma espécie de ciclo-cross por cima da malha-ferro para encurtar caminho...chovia que se fartava!
Chegados a Esmoriz, somos confrontados com o corte da rua por onde circulávamos. Pegámos nas bicicletas ás costas e vá de atravessar a estrutura em construção, mais à frente a passagem de nível está também encerrada o que nos obriga a escolher um outro itinerário e a chuva desabava dos céus sem dó nem piedade.
Valha-nos o facto de no dia de hoje ser feriado e não haver circulação de camiões, já que as estradas desta região são em grande parte do nosso percurso de má qualidade e sem qualquer escapatória para o pequeno pelotão que à passagem de cada quilómetro se vai encharcando mais e mais até lhe inundar os ossos, altura em que a chuva deixa de ser um problema passando a ser parte integrante destes sete indomáveis do pedal.
Valha-nos o facto de no dia de hoje ser feriado e não haver circulação de camiões, já que as estradas desta região são em grande parte do nosso percurso de má qualidade e sem qualquer escapatória para o pequeno pelotão que à passagem de cada quilómetro se vai encharcando mais e mais até lhe inundar os ossos, altura em que a chuva deixa de ser um problema passando a ser parte integrante destes sete indomáveis do pedal.
Para dar um pouco de colorido ao cinzento da jornada, fotografámo-nos com esta trupe de animadores lá para as bandas da Madalena, ali mesmo a chegar ao Porto.
Passámos a Granja e demais localidades ribeirinhas cujos nomes se me varreram da memória, mas retenho uma: Madalena, onde encontrámos uma trupe de animadores que levantaram o ânimo à rapaziada e fizeram questão de connosco se fotografarem.
Nesta zona o piso é de excelente qualidade e a paisagem ainda que nebulosa, triste, cinzenta, não deixa de ser bela, o que equivale a dizer que a natureza o que faz, fá-lo a preceito.
Receamos o empedrado de Canidelo que nos há-de conduzir ao cais de Gaia, e onde o Porto nos surgirá granítico e imponente do outro lado da margem do rio dourado, encimado por essa secular torre dos Clérigos que nos espreita de onde quer que a olhemos.
Somos inesperadamente surpreendidos pela inexistência desse terror dos ciclistas que são as pedras polidas pelo tempo das ruas deste típico bairro da cidade de Gaia. De facto, as ruas que outrora eram um perigo para a circulação em duas rodas, são agora asfaltadas, com um piso suave, amplo e seguros que nos deixa particularmente agradados, o que nos leva a deixar um voto de agradecimento ao edil local.
Na ribeira gaiense fotografámo-nos nesta ponte de madeira. Na descida dei um valente bate cú- motivo de chalaça de toda a comitiva, conforme a foto demonstra.
Na ribeira gaiense fotografámo-nos nesta ponte de madeira. Na descida dei um valente bate cú- motivo de chalaça de toda a comitiva, conforme a foto demonstra.
Chegados ao cais de Gaia resolvemos fazer uma foto de grupo numa ponte de madeira que parecia estar ali a jeito para isso mesmo. Ao subirmos o piso escorregadio da ponte com sapatos de ciclismo, constatámos de imediato ser aquela uma situação deveras periclitante; tão periclitante que enquanto avisava os outros para o perigo do piso já eu batia com o traseiro no chão arrastando comigo a bicicleta. Situação que o Joaquim Miguel de máquina em punho fez questão de registar e que convosco compartilho.
Depois de tirarmos uma bucha numa pizzaria ribeirinha, lá nos propusemos a esse calvário que é atravessar a cidade invicta.
Os portuenses não são nenhum exemplo de respeito para quem se faz transportar em duas rodas, mas a coisa devagarinho lá foi ultrapassada.
Chegados à Foz, lá estavam à nossa espera os reforços para os últimos dias de viagem. Maurício e Carrajeta, dois elementos mais que necessários para esta tirada final que serão as próximas duas etapas.
Voltámos a comprar cerejas e a comê-las ali mesmo junto à vendedora ambulante que nos reconheceu de anos anteriores.
Dali até à Póvoa seriam ainda uns bons 25 quilómetros, que se fossem consumidos em estrada alcatroada do mal o menos, mas lá tivemos de passar por essa “sessão de fisioterapia” que é manejar uma máquina de difícil articulação, com os pés presos aos pedais, em terreno de paralelepípedos irregulares e durante cinco eternos quilómetros de pura trepidação.
Mas lá chegámos á Póvoa de Varzim de onde debito esta rápida crónica ante do nosso jantar, que há-de ser um tempo de relaxe e de confraternização com os meus camaradas de aventura.
Bonus Post . Mais tarde……
Hoje ainda vou falar um pouco desses momento de lazer, que é a refeição vespertina. Em dia de chuva, ainda por cima feriado e sem conhecer bem a cidade, estava mesmo na cara que iríamos desembocar na pior das tabancas, embora procurássemos outro local repastante que mais tivesse a ver com os pergaminhos gastronómicos da região.
Lá encontrámos a Churrasqueira Galo Dourado (ou coisa que o valha!)- Aí chegados e pela pinta do proprietário ( ver foto), vimos logo ter caído num daqueles inenarráveis locais que mesmo descrito ao pormenor, fica sempre tanto por dizer.
O simpático proprietário - Sr. Luis, um transmontano com aspecto troglodita não nos pareceu estar á espera de muitos clientes quando lhe entraram porta dentro dez arruaceiros alentejanos, que pelo ar com que nos recebeu, lhe vieram estragar os planos que tinha para uma noite que ele pensara ser calma.
O restaurante em causa é do género “enfarta-brutos “, o que quer dizer que dentro do menu o que nos pareceu mais seguro e aconselhável era comer uma franganada à angolana, local de proveniência do Sr. Luis e que a atestar pela decoração mural, lhe houvera deixado mais que saudades, talvez até um pouco da sua alma!
O vinho que recomendou como sendo da sua lavra, era assim uma espécie de mixórdia que bem podia passar por decapante ou coisa que o valha, mas que alguns dos meus camaradas de armas, insistiam em aceitar como “boa pinga”. Pois é. É sempre de ladeira abaixo e não tem espinhas, e tudo o que não nos mata, torna-nos mais fortes, não é rapaziada?
Não sei se pela nossa presença, se por não haver restaurantes abertos, o que é certo é que a casa foi enchendo e as coisas foram faltando, até foram mesmo necessários chamar reforços familiares para dar uma mãozinha no serviço que estava a enlodar a olhos vistos.
Lá veio o frango, pejado de batatas fritas, pickles e arroz, que estas almas famintas devoraram enquanto o Sr. Luis fazia passagens rasantes, dando ordens para a cozinha onde pontificava a sua mulher.
O Joaquim Miguel comeu de sobremesa uma coisa assim parecida com pudim flan, que segundo as suas palavras estava assim para o macerado há pelo menos quinze dias.
Depois começámos na cantoria alentejana, que trouxe logo do andar superior uma série de admiradores locais e porventura amantes do cante chão das terras da planura.
É uma pena que os nossos companheiros não sejam grandes cantadores, porque o Serrano dá-lhe a preceito, e só por si enche uma casa.
Lá provámos a aguardente que o mestre Luis fez questão de mencionar que era “ caseirinha” e de sua lavra particular. Lá empurrámos umas copanadas daquele veneno regressando ao hotel onde escrevo que depois de dormir duas horas não consigo mais dormir, vai daí aqui fica um post representativo do aprés- bike destes dias de aventura.
Lá encontrámos a Churrasqueira Galo Dourado (ou coisa que o valha!)- Aí chegados e pela pinta do proprietário ( ver foto), vimos logo ter caído num daqueles inenarráveis locais que mesmo descrito ao pormenor, fica sempre tanto por dizer.
O simpático proprietário - Sr. Luis, um transmontano com aspecto troglodita não nos pareceu estar á espera de muitos clientes quando lhe entraram porta dentro dez arruaceiros alentejanos, que pelo ar com que nos recebeu, lhe vieram estragar os planos que tinha para uma noite que ele pensara ser calma.
O restaurante em causa é do género “enfarta-brutos “, o que quer dizer que dentro do menu o que nos pareceu mais seguro e aconselhável era comer uma franganada à angolana, local de proveniência do Sr. Luis e que a atestar pela decoração mural, lhe houvera deixado mais que saudades, talvez até um pouco da sua alma!
O vinho que recomendou como sendo da sua lavra, era assim uma espécie de mixórdia que bem podia passar por decapante ou coisa que o valha, mas que alguns dos meus camaradas de armas, insistiam em aceitar como “boa pinga”. Pois é. É sempre de ladeira abaixo e não tem espinhas, e tudo o que não nos mata, torna-nos mais fortes, não é rapaziada?
Não sei se pela nossa presença, se por não haver restaurantes abertos, o que é certo é que a casa foi enchendo e as coisas foram faltando, até foram mesmo necessários chamar reforços familiares para dar uma mãozinha no serviço que estava a enlodar a olhos vistos.
O Sr. Luis, nosso anfitrião numa noite à la Kusturika. Reparem no porte do simpático Luis e no olhar "sacaninha" do J. Piteira.
Lá veio o frango, pejado de batatas fritas, pickles e arroz, que estas almas famintas devoraram enquanto o Sr. Luis fazia passagens rasantes, dando ordens para a cozinha onde pontificava a sua mulher.
O Joaquim Miguel comeu de sobremesa uma coisa assim parecida com pudim flan, que segundo as suas palavras estava assim para o macerado há pelo menos quinze dias.
Depois começámos na cantoria alentejana, que trouxe logo do andar superior uma série de admiradores locais e porventura amantes do cante chão das terras da planura.
É uma pena que os nossos companheiros não sejam grandes cantadores, porque o Serrano dá-lhe a preceito, e só por si enche uma casa.
Lá provámos a aguardente que o mestre Luis fez questão de mencionar que era “ caseirinha” e de sua lavra particular. Lá empurrámos umas copanadas daquele veneno regressando ao hotel onde escrevo que depois de dormir duas horas não consigo mais dormir, vai daí aqui fica um post representativo do aprés- bike destes dias de aventura.
Como sabem fiquei sem internet e estou a tentar desenrascar-me...mas estou muito cansado para acabar de meter as fotos e comentários...talvez esta tarde em espanha consiga...sorry..
5 Comments:
"Os portuenses não são nenhum exemplo de respeito para quem se faz transportar em duas rodas"
Eu telefonei a avisar que vocês eram da agremiação maior do mundoi...eheheheh
Queremos manifestar o nosso descontentamento pela falta de referência ao grupo de eborenses que se encontrava na rotunda da anémona, em Matosinhos, com o objectivo de prestar apoio moral a todos os ciclistas, com especial destaque para o Tuninho Piteira. A todos desejamos continuação de boa viagem.
O grupo apoiante.
Grande texto.Então a parte do repasto é digno de um filme do António Silva e ompanhia.
oontinuação de boas pedaladas.
jmatos
É verdade, aquela estrada da mata do Furadouro é local de faunos e de muito furo.
o Maurício e o Carrageta ficam sempre por lá a pôr uns remendos.Levam sempre um "Kit" para o que der e vier.
Pena foi que o BERNARDO(homem de muitos quilómetros de estrada e muita experiência),não tivesse aparecido por lá.
Quanto ao Carneiro seria bom que tivésse aparecido na ponte de madeira...era aí!era aí!
ups!
Em jeito de confissão secreta.
Coube-me a sorte de degustar o resto da única sobremesa que havia:um naco de "pudim flan",meio seco por baixo e fermentado por cima;confesso que nunca havia comido tal,mas sempre era um doce.
A outra metade,igualmente exígua,foi rapidamente recolhida e ingerida pela cozinheira,D.Virgulina,esposa do Sr.Luís.
Perguntei porquê.A resposta da anafada senhora foi de que é obstipada crónica e que "aquilo" é o melhor laxante que alguma vez se inventou.
Que ganda caganeira às 4 da madrugada.
Valeu-me um resto de ginja do Carneiro.Se assim não fosse ainda hoje lá estava...
ups!
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