Dia 5. da Guia A Barra / Aveiro 98 Km
Foi uma etapa quase dia de descanso, até porque o traçado era praticamente plano se exceptuarmos uma íngreme subida de cerca de 4 km à saída da Figueira da Foz.
As estradas por onde hoje circulámos eram demasiado estreitas, sem escapatórias seguras, logo, com uma preocupação acrescida para estas sete pobre almas pedalantes, já que o oitavo elemento era substituído a cada 20 Km, visto não termos motorista de apoio o que se revela com o passar do tempo uma adversidade algo incomodativa, mas que amanhã terminará. Chegarão amanhã à Póvoa de Varzim os reforços Maurício e Carrajeta para nos acompanhar nestes dois dias finais.
Rolámos em velocidade moderada até á Figueira da Foz, evitando sempre os milhentos camiões que cruzam aquelas artérias e que ao passarem por nós, deixam um rasto de fumo e de algum pavor quando ultrapassam a linha imaginária de segurança por cada um de nós delimitada.
Volto a falar da falta de civismo do cidadãos auto-mobilizados, que possuindo veículos com maior “poder de fogo” não hesitam em usá-los como forma de intimidação aos pobres ciclistas que fazem dos músculos o seu motor e da sua tenacidade o combustível necessário para chegar ao destino estabelecido.
Já passámos a Figueira, mas nela não entrámos. Seguimos em direcção da Tocha, Praia de Mira e por aí fora.
O vento hoje foi nosso amigo e soprou-nos de sul para norte, o que foi um precioso auxiliar para este dia mais de passeio do que de prova.
Rodando pelos "caminhos de Portugal" . O serrano vai com cara de bulldog (sic!)
Gosto desta sensação de ver Portugal a mudar à medida que no mapa vamos cavalgando os quilómetros necessários para chegar onde nos propomos e que será dentro de três etapas a Santiago de Compostela.
Não se nota nada a doença de que padece o proprietário desta casa!
Da chuva nem sinais, o que nos deixou particularmente satisfeitos o que fez com que o Serrano debitasse ali, em cima do selim da sua bicicleta grande parte do cancioneiro alentejano, qual embaixador itinerante duma cultura que somos todos os oito particularmente orgulhosos.
Pedalar, sacar, apontar, fotografar e voltar a guardar a máquina, quase sempre em andamento, é tarefa a que já me fui habituando, mas que por força deste ritual me faz perder excelentes postais que só guardarei na retina, já que á velocidade a que viajamos a maior parte das vezes não me permite fazer bonecos que considere interessantes, mas dos que gosto, pois aqui ficam, e hoje temos uma bela amostra que poderão aqui ver entremeados com este texto assim um bocado para o encher chouriços.
fiz umas fotos que convosco partilho.
Albúm de família em dia de bonança
António Piteira chegou sem a roda da frente. reparem no cromo atrás dele!
O nosso mecânico Vitor, sempre low profile, mas com um humor certeiro e corrosivo
O Grande Ricardo Casaca ensaiando um passe de dança - Chegámo á conclusão que afinal é sempre o mesmo.
O grande Joaquim Piteira em pose de colocar em cima do psiché.
Arlindo em compenetrada pose do nosso director operacional..ainda não percebi se aquilo no nariz é um penso, ou é uma pintura de guerra!
O grande chefe Joaquim Miguel com ar sério e compenetrado...será que está pensando em futuros patrocinadores?
A espectacular Costa Nova com as suas casas tradicionais pintadas ás riscas..um postal ilustrado!
Esta região deste Portugal litoral é muito bonita. As casas de madeira pintadas às riscas de várias cores mas com redobrado bom gosto, dão a esta zona da Costa Nova um ar de arquitectura colonial. Cada uma delas com o seu feitio como se de um concurso tratasse faz com que o grande vencedor seja a paisagem integrante onde se inserem estas casas de veraneio que povoam a avenida marginal ao longo de vários quilómetros.
Decidimos por aqui almoçar em frente à ria num jardim verdadeiramente aprazível e lá montámos o estojo para mais um merecido repasto.
Carneiro - Olha os gajos a benzerem a tua ginja...chamaram-lhe um figo, coisa que não se chama a uma ginja desta qualidade. Eu chamar-lhe-ia Daniel's- uma ginja sem rival.
O Serrano já destituiu o Ricardo do seu posto de cozinheiro mor (coisa que o parece não incomodar e que todos ficamos a ganhar), o que faz com que provemos novas receita feitas de coisas simples.
Por ali ficámos durante algum tempo até porque estávamos a cerca de 4 km do nosso local de pernoita.
Quando nos montámos nas bicicletas verifico que o Joaquim Miguel pedala na sua KTM de puro carbono com os sapatinhos de ir à madrinha o que foi motivo de chalaça no pelotão e razão para a foto que agora vos trago.
O Luis Filipe veio de moto do Algarve e passou connosco a tarde, jantou connosco e amanhã parte para Chaves onde irá participar no Portugal de Lés-a-Lés em moto e que terminará dia 11 em Olhão.
A meteorologia não augura para amanhã um dia como o de hoje. A chuva será uma constante, mas como já estamos habituados, pois que venha que nós já cá estamos.
3 Comments:
"Napoleão Mira provando a ginja do Carneiro"
Se chamas "provar" a uma garrafa inteira....
Os sapatos são à maneira!! :D
E O Licor Beirão está mesmo por toda a parte... sob a forma de ginja ou não! Qualquer dia deviam pedir patrocínios!
O uso destes sapatos tem uma explicação:quando acabámos de derrubar a segunda garrafa de "Beirão",que nem ginjas do Carneiro, estávamos a 4 Km do hotel da Barra,em terreno plano.Apenas eu sabia isso.E ao almoço tentaram roubar-me ,mais uma vez,os únicos que eu tinha para andar a pé.
O amigo não imagina o que se "sofre" com esta "cambada"com ou sem ginjas,com ou sem elas.....Uns dias antes tive que caminhar,pelas ruas, de chinelos.Ostentando um belo par de joanetes.
Haja Saúde .
jm
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