Por Aí
Do que mais gosto nesta coisa das bicicletas ( onde ainda sou um mero iniciado), é de partir sem destino, um pouco dentro do registo que me levou à escolha do nome do blogue; gosto mesmo de ir POR AÍ, à descoberta de novos percursos, cheiros, paisagens ou pessoas, o que faz com que também me descubra e surpreenda na cadência de cada pedalada. Mas, o que mais gosto é mesmo de partir sem ter de regressar naquele dia ao ponto de partida dessa jornada; como diz o amigo Carneiro é “ montar os alforges no suporte da bicicleta, abandonar mulher e filhos e partir em direcção ao poente com um palito no ao canto da boca” ( www.xiclista.blogspot.com).
Desta vez, fui alentejanar de bicicleta com o primo Luís Coelho que entretanto também aderiu às biclas que o ajudam a manter a forma e a garantir o peso que perdeu ( 20 Kg).
Como ele chegou de véspera fomos logo celebrar para a Cavalariça; renomado restaurante em Entradas que serve iguarias de fazer crescer água na boca, e que recomendo vivamente aos meus leitores ( tel. 286 915 491 falar com a Maria João).
Estragámo-nos logo com as entradas de torresmos do rissol, paio, azeitonas e queijo fresco de cabra que acompanhámos com uma Monte da Pesseguina Tinto de se lhe tirar o chapéu. Para prato principal escolhemos açorda de perdiz, uma dos pitéus que esta minha conterrânea confecciona de forma irrepreensível e que acompanhámos com uma segunda Monte da Pesseguina, o que fez com que soltássemos o paleio e puséssemos em dia uma conversa sempre atrasada.
Hoje, oito da manhã alvorada, a culpa dos excessos que praticámos na noite anterior fez com que combinássemos derreter as malditas calorias em excesso consumidas.
Abalámos de Entradas ( gosto muito, mas mesmo muito, de conjugar este verbo) e lá fomos direitos ao Carregueiro, depois Aljustrel e a caminho de Ervidel tirámos a foto que ilustra o Post junto à tabuleta que vai para a peculiar localidade que dá pelo nome de Vale de Narizes – ainda hei-de indagar a origem deste topónimo – lá continuámos até Ervidel, localidade onde fizemos agulha para Beja. Já tenho feito este percurso a solo, devo confessar que a dois é uma papa, até porque o meu primo é uma autêntica matraca faladora, e a coisa lá foi fluindo até à cidade a que os romanos chamaram Pax Júlia.
Reabastecemos sólidos e líquidos numa bomba de gasolina e pedalámos de seguida até Entradas. Tínhamos feito perto de 100 Km à média de 22,2 Km por hora, chegámos cansados mas felizes.
Quando cheguei, telefonou-me o amigo Pardal que me havia avistado, desafiando-me para uma caminhada ambiental de 10 Km que iria ocorrer dali a pouco. Respondi-lhe que não podia ir porque acabara de fazer 100 km de bicicleta. Como o Pardal ( meu amigo de infância) tem das melhores tiradas que conheço, despeço-me compartilhando convosco a resposta que me deu.
“ 100 Km mas a cavalo, isso custa alguma coisa, eu queria era ver-te fazer 10 Km a pé!!!!
Digam lá que não tenho amigos deliciosos?
6 Comments:
Òla amigo Napoleão.
Gostei muito desse registo… Fez-me lembrar o meu amigo Manuel de Brito, Dono do monte que està referenciado na placa, meu companheiro nessa coisa do tiro aos pratos,“agora jà um pouco em baixo derivado à idade“ que é o meu desporto quando vou de férias no verão.
Bom mudando de asunto, a cavalariça, e essa açorda de perdiz, feita pela Maria João, e servida pela minha irmã, que ali trabalha, é um pitéu que até me fez crescer àgua na boca.
Jà agora esse trajeto também eu ja fiz, à dois anos no verão mas sozinho, cheguei com a lingua de fora com o calor que estava, mas nessa altura eu estava em boa forma fisica, depois parti uma perna e a partir dai foi sò ganhar peso. Mas a quem lhe interessa estas coisas!...
Peço desculpa pelo alongamento da conversa mas sabe como é, quando se escreve a pensar na nossa terra, as frases aparecem e com muito mais facilidade se consegue exprimir o que sentimos.Abraço
A. Carvalho
Ola A. Carvalho,
Pois acabei de vir da Cavalariça e lá estava a tua irmâ, atarefaíssíma com a clientela.
Amanhã vou fazer outro percurso...a ver se acontece alguma peripécia para depois aqui contar.
Faz frio na nossa terra, mas aí pelo " país do chocolate" deve fazer mais, com a diferença que as vossas casas são climatizadas.
Noticias tristes: faleceram hoje 2 entradenses...fico sempre triste quando tal acontece...
AbraÇO
E eu cheguei hoje de Entradas... Pois a familia só se reúne em funerais.
Corri tudo, vi as casas à venda, sonhei com um futuro...
Vi primos... Banzas, Revés, Belchior, Verissimo, Mira, Martins, Agora Napoleão não vi nenhum...
Quanto ao Pardal, não fez 10 km... Acabou por fazer 14... E disse, com aquele tom dele:
" Ai aquele Napoleão é cá um magano"
(Não me lembro se foi esta a entoação... Mas a intenção da frase era esta).
Quanto aos nossos falecidos, espero que todos lhes tenhamos dado a atenção devida em vida... Porque ir a funerais não faz sentido de outra forma.
E, vamos tentar fazer um encontro de Entradenses... Que não seja por este tipo de motivo!
Porque acabaram aqueles convivios que chegaram a haver na Amora?
Bejinhos
Cada um tem o que merece...
Folgo saber que andas a "treinar"...
Fui ao Cabo da Roca. Aquilo é complicado sair de lá com bagagem...
è só uma curiosidade para acrescentar à característica sui generis do "nosso" amigo pardal. Num destes funerais recentes (o último), chegados à porta do cemitério, travando o pardal de conversa com um amigo....olha o teu cão tamem veio, se eu sôbesse tinha trazido o mê Diki pra ele salpicar esta gente toda ali no barranco...(sic), o local não era de sorriso, mas eu confesso que tive que me afastar comprometida que estava...e ele nada.
Bom deixo-te cumprimentos da nossa Entradas, que hoje de manhã quando abalei estava linda de morrer...aquela neblina, naquela avenida, naquele jardim....
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