Facilitismos!
Este meu Pulanito, ultimamente parece um sem-abrigo sem eira nem beira, mal nutrido e mal cheiroso.
Já ninguém se lembra dele, quase ninguém o visita, eu próprio que sou o seu progenitor quase que o abandonei, os amigos deixaram de nele comentar, acham que esta coisa neste formato com muitas letras deixou de ter interesse. O que está a dar é facebookear e, escarrapachar a vida ilustrando-a com frases mais ou menos feitas, mais ou menos copiadas que é para dar cenário.
Eu também por lá ando, mas cada vez menos. Para dizer a verdade estou um bocado farto deste novo modo de vida “Stevejobiano” com tudo à distância dum clique; duma porcaria dum clique!
Tenho cá uma teoria de que o mundo está como está e este país é o que é, por causa dum pequeno pormenor chamado “facilitismo”. Tudo é fácil! Tudo é “easy”, esse conceito preguiçoso que nos vai aos poucos entorpecendo membros e cérebro.
Ainda ontem vi na televisão uma rapariga num desses programas “fáceis” onde basta aparecer para ter depois um país aos pés, a dizer que África era um país da América do Sul e depois ria-se, como os tolos, sem saber porquê!
E são estes exércitos de trogloditas que nos entram casa dentro em horário nobre. É claro que podemos sempre não ver. Podemos sempre ler um livro; montar um spitfire da Planeta Agostini; fazer sopa de feijão para toda a semana; reparar o autoclismo ou amolar a faca de cortar os pulsos.
Estou seguro que esta pequena que pensa que África é um país da América do Sul não sonha com o terramoto que aí vem. Na sua infinita ignorância, só se dará conta que o mundo está a mudar quando o centro comercial favorito deixar de abrir as portas.
Não tenho grandes dúvidas que este e os próximos anos, serão tempos que iremos no futuro recordar pelas piores razões e o facilitismo será uma delas.
A facilidade com que se passa a perna à justiça, dilatando prazos e levantando recursos virgulares e outras pequenas incongruências que aos olhos da invisual justiça são para se cumprir demore ele o tempo que demorar, não importando que esta se cumpra ou não.
A facilidade com que se justificam enriquecimentos repentinos depois de efémera passagem por esse centro de estágio chamado governo.
A ligeireza com que determinados indivíduos vivem ano atrás ano, na subsidiodependência obscena sugando os recursos agora verdadeiramente necessários e quase inexistentes.
Um país que está prestes a perder a classe motora da sociedade, relegando-a para a notação P+, ou seja, para a categoria: cada vez mais pobre!
Que encara isto com leviandade sem se verdadeiramente indignar, é uma sociedade doente, enfermada pelo facilitismo em que está enredada e que dele não quer abdicar.
Vivemos num país onde a culpa ficou para tia. Um país que se rege pela lei do mais forte, assim uma coisa terceiro-mundista vestida de Armani e com um lauto charuto a enfeitar os beiços.
6 Comments:
Amigo Nap,
O mundo já não está a mudar. O mundo já mudou. Nós é que recebemos como de costume a noticia atrasada.
Em breve as solidariedades voltarão ao estado em que se revelavam há 50 anos: dando um prato de sopa ao vizinho que dela necessita.
Nós que tivemos colegas na escola descalços, dispondo de uns únicos sapatos para os não imitar, sabemos o que aí vem. A malta mais nova, nem sonha... É tempo de reafirmar o que nos liga. Muito em breve precisarenmos desesperadamente uns dos outros.
Bom amigo Napoleão,tens toda a razão no que afirmas por aqui...Por mim ,por agora,estou ocupado com os preparativos para o festival da "Danças da Chuva",já que estou farto de calor e de corruptos....No próximo fim de semana vamos mobilizar as "tropas" para ver se conseguimos trazer as almejadas gotas vitais,até nós....estou a trabalhar isso com o meu amigo Beato Salú....se formos bem sucedidos,vamos mais tarde nos preocupar com a resolução da crise da dívida soberana que os gajos fizeram em teu e meu nome.Filhos de p***!!!!!
Haja Saúde!
Aqui está um retrato de um país com uma sociedade em que a lei do menor esforço reina; desde uns políticos preocupados mais com guerras partidárias do que com a resolução dos verdadeiros problemas do país até aos inúmeros subsidiários que dão uso à dita lei (a lei dos nossos tempos).
Enfim, problemas que teremos de enfrentar com a impotência típica daqueles que não podem mudar o mundo...
Abraço.
No que me diz respeito, acho que não tens assim muita razão de queixa. Visito muitas vezes o teu blog só que há posts que "não dá" para eu comentar.E tu estiveste muito tempo sem postar!
Um abraço
Pois é! Caro amigo !
Mas agora já é tarde ! E todos achavam pouco agora pagamos a fatura !
Nascimento
Caro Napoleão
Nas nossas poucas voltas conjuntas de bicicleta, já por diversas ocasiões abordámos este tema.
Eu sou dos que me recuso a admitir que isto não tem solução.Tem.Auri não que não tem.
Já vai sendo altura de a sociedade civil exigir que a justiça sirva para todos.Para condenar e para ilibar, MAS PARA TODOS e com prazos aceitáveis. deixemo-nos de prescrião de prazos, de escutas que não servem, de impunidades inerentes ao cargo,de compadrio corrupto etc etc etc.
Nos dia em que isto for exigido e cobrado a essa matilha que assaltou o País verás como isto entra nos eixos e mais depressa do que alguma vez pensámos ser possível.
Um abraço
jmatos
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