Pulanito - Uma História Com Final Feliz!
A vida continua reservar-me surpresas que são o carburante necessário para que possa continuar a trilhar o caminho que escolhi.
A história conta-se em três penadas. Em Agosto de 2006, aquando da celebração do meu cinquentenário resolvi oferecer a mim mesmo uma aventura que fosse marcante. Vai daí, artilhei uma bicicleta e fui-me embora sem destino. Para relatar o dia a dia dessa epopeia decidi criar o blogue POR AÍ, coisa que arrastou um inusitado número de visitantes.
No regresso dessa alucinante viagem vinha decidido a colocar um ponto final no blogue. Por essa altura reparei que a minha memória já não era a mesma que era dantes e, instigado por amigos e leitores, fui aqui continuando a depositar muitas dessas memórias e reflexões, coisa que com os seus altos e baixos tem vindo a acontecer ao longo destes quatro anos e tal.
Depois vieram outras viagens ciclisticas, outras aventuras, outras experiências que religiosamente por aqui partilhei .
No ano passado resolvi rever muitas dessas histórias e pensando que dificilmente estas sairiam das catacumbas do blogue, decidi-me a publicá-las em livro e, assim, do PULANITO, nasceu o livro AO SUL, obra onde publiquei 63 crónicas escolhidas, deixando de propósito fora do mesmo as viagens de bicicleta, que serão objecto de uma futura publicação.
Fiz questão que este livro fosse lançado em Entradas, minha terra, meu vício, minha âncora e meu abrigo, já que grande parte do mesmo havia aí sido escrito e uma substancial parte do mesmo a ela se referia.
Para o evento foram convidadas inúmeras pessoas. Minha filha Susana Mira, trouxe consigo a sua trupe para me apoiar e dizer: PRESENTE, em tão importante acto da minha vida.
Dessa amálgama de gente sobressaía uma tal de Alexandra Prieto, artista plástica de corpo inteiro que logo e ali se interessou pelos meus escritos, combinando comigo trabalhar num livro de poesia que trago na cabeça, mas que ainda não me atrevi a nele mergulhar.
Como as apresentações do AO SUL, ou mesmo de outras obras é sempre um acto a que pouca gente acorre, decidi que a coisa deveria ter uma certa dinâmica, que passava pela conversa com a assistência e ao mesmo tempo pela leitura de algumas passagens do livro acompanhadas de música escolhida a preceito e ainda a projecção de ilustrações que tivessem a ver com as crónicas.
Telefonei à Alexandra e pedi-lhe que me fizesse umas quantas ilustrações para as apresentações que se adivinhavam. Quando estas chegaram, tanto eu como quem as viu antes de serem projectadas acharam que eram verdadeiras obras de arte.
Passados alguns tempos telefonou-me a Alexandra Prieto dizendo que a feitura destas ilustrações lhe tinham despertado o desejo de voltar a criar e assim foi marcada para o dia 25 de Novembro passado a abertura da exposição de pintura e escultura desta genial artista.
As grandes peças expostas e logo vendidas eram enormes pinturas baseadas no AO SUL. A Alexandra tinha encontrado na minha escrita a química necessária para a sua inspiração e, isso, deve ser coisa lá das minhas andorinhas que no dia 24 de Abril esvoaçavam de sobremaneira sobre a cabeça desta artista. Mesmo que não seja nada disto, gostava que assim tivesse sido!
Mas o melhor estava para vir. Se a escrita se podia pintar, porque não se poderia calçar a pintura?
Vai daí a Alexandra vasculhou a Internet à procura de alguém que já tivesse tido tal ideia, mas do que pesquisou e dentro daquele registo não encontrou nada que se lhe afigurasse já ter sido inventado. Dali a registar marca e conceito foi um ápice.
A Alexandra regressou aos temas do AO SUL e baseada nas telas sobre este tema pintados criou uma colecção de sapatos verdadeiramente única, de qualidade e com um design e um conceito verdadeiramente inovador.
Duas das telas com nítida inspiração Entradense transformadas em texturas que se poderão ver nos sapatos e botins da Alexandra Prieto Collection.
Agora, os sapatos da Alexandra Prieto Collection já se internacionalizaram, está previsto o lançamento em Barcelona desta mesma colecção nos próximos dias, e eu, dou comigo a pensar que sou um sortudo do caraças, não só, pelas mulheres que agora calçam sapatos com texturas inspiradas nas minhas crónicas ( o que é algo verdadeiramente surpreendente!), mas mais ainda por saber que por cá, e quiçá, em muitas partes do mundo andarão senhoras com a torre sineira da igreja da minha terra a aconchegar-lhes os seus alvos pés.
Obrigado Alexandra.
E tudo começou numa tarde de Verão de 2006, um ano verdadeiramente mágico para mim!
8 Comments:
É Nap,
vais de vento em popa(salvo seja).
Mulheres(senhoras) calçando os teus escritos,a tua prosa poética?
Mais comum é darem com os pés nos homens que delas se aproximam.
És mesmo um "sortudo" e a malta tem a sorte de ter descoberto Por aí...
Viver é que é bom...Viver é preciso!
Que todos os teus projectos ganhem asas e voem bem alto.
Força"companhon de route".
Haja saúde!
jm
Luís Fernando deseja muitos e bons anos de criatividade e gosto pela vida
Abraço
foi nesse ano que começaste a imortalizar o teu único e marcante estilo pedaleiro...
Aurora Pinheiro,
Desfruta amigo.... estás no caminho certo!!
Caro Napoleão
Venha pois o próximo livro.
Quem sabe se não será o despoletar de um novo artista.Por isso venha ele e depressa.
Um abraço companheiro
jmatos
Francisca Mira,
Adoro estas telas , são lindíssimas!!!!!!!!!!!!
E venham mais livros, e então se derem "asas" a tanta imaginação e inspiração de outros artistas tanto melhor.
Já agora a ideia do livro de poesia agrada-me bastante. Fico à espera.
Eu é que tenho que agradecer. Todos os dias. Há acasos na vida deliciosamente curiosos!
Obrigada Napoleão! Obrigada "Olhos Catanhos", Caçula, Susana, Andorinhas, Entradas, Ao Sul e a todas aqueles ja anteriormente referidos em outras ocosiões... e claro à familia Galvão, pois Napoleão, temos a sorte de ter uma familia verdadeiramente nossa fã!
Um beijo grande a todos!
Alexandra Prieto
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