Coladiços Vintage
Finalmente uma foto - Luís, Domingos e Nap
Há coisas na nossa vida que são um traço marcante da nossa existência. Os Coladiços –tertúlia lúdico-gastronómico-cultural a que pertenci durante anos são um desses assinalados marcos e de que agora me lembro, porque vamos amanhã fazer uma emissão vintage desses gloriosos tempos que marcaram em cada um de nós uma época que não pretendemos repetir, mas sim, continuar.
Decorria o ano de 1993, eu e o meu primo Luis Fernando (filho primogénito do casalinho do post abaixo publicado!) víamo-nos com frequência em Lisboa. A este duo foi-se juntando outro elemento, colega, amigo e sócio do meu primo de seu nome, José Araújo e por fim, e para finalizar esta quadratura circular veio parar ao nosso regaço o José Domingos Carvalhais.
Num desses regados repastos lisboetas surgiu a ideia de darmos corpo e respeito aquelas reuniões gastronómicas e vai daí decidimos criar uma tertúlia.
Logo ali decidimos nome e regras. Andámos ás voltas com o nome até que o Luis lembrando-se de determinado episódio ocorrido connosco, decidiu aventar o nome de: Os Coladiços.
O nome era giro, tinha o seu quê de humorístico, recordava-nos um delicioso episódio gastronómico e ainda por cima indicava união, e assim ficou! Ainda esteva para ser Jojo Bensovac e os Coladiços, mas soava muito a grupo de rock de mal reputado subúrbio.
Para além do patusco nome, havia regras rígidas a serem cumpridas, tais como: pesada multa para o faltoso, nomeadamente pagamento na integra do jantar seguinte e ainda uma nota de censura por tão negligente acto.
Outra regra consistia na rotatividade da organização jantaristica, que apenas consistia na divulgação do local e da hora do repasto num qualquer local do país.
É lógico que procurávamos localidades emblemáticas, onde à cultura gastronómica, acrescentássemos outros programas que não são de todo para aqui falados, nem isso agora interessa nada nem a ninguém.
E assim percorremos grande parte deste país em alegre cunbibio gastrocopofónico de que tenho genuínas saudades.
A meio deste percurso, começou a integrar as hostes Coladiçais um tal de Joaquim Lopes, enfermeiro de profissão e que tinha embucadura olímpica, condição sine qua non para ser membro de pleno direito com sessão iniciática e posterior ordenação. E assim mudámos a forma geométrica da nossa composição passando então a ser um círculo pentagonal.
Depois a malta desatou a casar (incluindo eu), arranjaram empregos, mudaram de casa, tiveram filhos, assumiram responsabilidades, e os Coladiços foram sendo relegados para segundo, terceiro ou décimo quinto plano, até que se esvaeceu de vez e nem com uma foto ficámos para nos recordarmos desses gloriosos tempos, até que, na noite de ontem (ainda que sem a formação completa!) reactivámos em Entradas as famosas reuniões de Coladiços.
Apresentaram-se para o evento eu, o Luis Coelho e o José Domingos Carvalhais.
Como sempre abrimos as hostilidades com a bebida que leva no nome o epíteto desta renascida tertúlia.
O afamado - abridor de hostilidades - O Coladiço
Um Coladiço consiste num pequeno shot de tequila bebido ao mesmo tempo e com a posterior ingestão de uma rodela de laranja salpicada de café e de açúcar.
Saímos dali e fomos para a Cavalariça, afamado restaurante de Entradas onde bebemos umas garrafas de Peceguina e deitámos abaixo uma belíssima e apetitosa açorda de perdiz seguida de umas extraordinárias sobremesas.
No programa lúdico, constava uma visita à Adega da Malhadinha onde comprámos, cada um, uma caixa do vinho que havíamos bebido na véspera. A foto é mesmo só para fazer pirraça ao Coladiço ausente (José Araújo) que terá de pagar impreterivelmente o próximo jantar.
E assim, de função em função vou arredondando a figura, mas o calendário e os exames médicos já reclamam uma prolongada dieta e um regresso em força ao exercício físico.
4 Comments:
Ora muito bem!
Belo relato...
Finalmente um registo fotográfico dos coladiços, outrora só possível recorrendo às velhas Kodak's...com flash que rodava...
Cila Campos,
E vivam os Coladiços! estas tertúlias, encontros entre amigos deveriam sempre ser como um ritual obrigatório, afinal tudo muda, os filhos crescem, e são os nossos amigos por vezes o nosso porto de abrigo. Viva a AMIZADE:)
Carlos Salgueiro,
O bom do vinho presente nos bons momentos...Abraço
Um feliz encontro cujo rasto era bem vísivel Napoleão ...
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