José Lima vai a Bruxelas em cadeira de rodas.
Joaquim Miguel Bilro, homem de causas, mandou-me este texto para divulgação de mais uma insensivel barbaridade do nosso sistema de protecção social.
Se vissem o que o José Lima faz para chamar a atenção pela brutal falta de consideração dos que sofrem na pele por assim terem nascido, ou que, por via de acidente (como foi o seu caso) terem de se movimentar numa cadeira de rodas, talvez lhe concedessem uma condecoração.
Ou será porque ele não se cala que é penalizado desta infame maneira?
José Lima, um paraplégico de Viana do Castelo, prometeu hoje ir de
cadeira de rodas até Bruxelas, numa viagem de cerca de 2.300
quilómetros, para protestar contra a decisão da Segurança Social de
lhe retirar o complemento por dependência.
"Vou a Bruxelas de propósito para perguntar ao senhor Durão Barroso
[presidente da Comissão Europeia] se acha justo que queiram obrigar um deficiente, com 80% de incapacidade, a sobreviver com €180 por mês", disse o deficiente em declarações à agência Lusa.
Sustentou ainda ser "irónico e revoltante que a Segurança Social diga
que lhe vai retirar o complemento por dependência por ter decidido
trabalhar, no caso escrever e vender livros".
José Lima, 54 anos, ficou paraplégico em 1997, na sequência de um
acidente de trabalho em Angola.
Em 2007, começou a receber uma pensão de €180, que uns meses mais tarde seria acrescida de um complemento por dependência, de €97.
"Como sempre fui uma pessoa activa, e como a miserável pensão não me permite pagar as minhas responsabilidades mensais, em 2006 comecei a escrever e editar os meus próprios livros numa gráfica que eu mesmo criei. Para que o pudesse fazer dentro da lei, inscrevi-me nas Finanças como escritor/editor, para poder passar recibos verdes",
revelou.
José Lima sublinhou que "o valor total das vendas anuais dos meus livros é uma cifra irrisória, como se pode constatar pela declaração de IRS de 2008, mas sempre era mais uma ajuda".
"Mas a Segurança Social, mal 'descobriu' que eu estava a trabalhar,
tirou-me €97, talvez por achar que eu estou rico", acrescentou.
A 6 de Maio deste ano, através de um ofício a que a Lusa teve acesso, a Segurança Social informou José Lima de que a partir de Junho deixará de receber o complemento por dependência, por este não ser "cumulável" com rendimentos de trabalho.
"Se isto se concretizar, ficarei sem os recursos mínimos para poder
continuar a editar os meus livros. Ou seja, vou passar a viver com
€180 por mês", referiu.
José Lima garantiu que a viagem de protesto até Bruxelas, em cadeira de rodas, arrancará em meados de Agosto e durará cerca de um mês.
Contactado pela Lusa, o director da Segurança Social de Viana do Castelo, António Correia, disse que o organismo "apenas se limitou a cumprir a lei".
Se vissem o que o José Lima faz para chamar a atenção pela brutal falta de consideração dos que sofrem na pele por assim terem nascido, ou que, por via de acidente (como foi o seu caso) terem de se movimentar numa cadeira de rodas, talvez lhe concedessem uma condecoração.
Ou será porque ele não se cala que é penalizado desta infame maneira?
José Lima, um paraplégico de Viana do Castelo, prometeu hoje ir de
cadeira de rodas até Bruxelas, numa viagem de cerca de 2.300
quilómetros, para protestar contra a decisão da Segurança Social de
lhe retirar o complemento por dependência.
"Vou a Bruxelas de propósito para perguntar ao senhor Durão Barroso
[presidente da Comissão Europeia] se acha justo que queiram obrigar um deficiente, com 80% de incapacidade, a sobreviver com €180 por mês", disse o deficiente em declarações à agência Lusa.
Sustentou ainda ser "irónico e revoltante que a Segurança Social diga
que lhe vai retirar o complemento por dependência por ter decidido
trabalhar, no caso escrever e vender livros".
José Lima, 54 anos, ficou paraplégico em 1997, na sequência de um
acidente de trabalho em Angola.
Em 2007, começou a receber uma pensão de €180, que uns meses mais tarde seria acrescida de um complemento por dependência, de €97.
"Como sempre fui uma pessoa activa, e como a miserável pensão não me permite pagar as minhas responsabilidades mensais, em 2006 comecei a escrever e editar os meus próprios livros numa gráfica que eu mesmo criei. Para que o pudesse fazer dentro da lei, inscrevi-me nas Finanças como escritor/editor, para poder passar recibos verdes",
revelou.
José Lima sublinhou que "o valor total das vendas anuais dos meus livros é uma cifra irrisória, como se pode constatar pela declaração de IRS de 2008, mas sempre era mais uma ajuda".
"Mas a Segurança Social, mal 'descobriu' que eu estava a trabalhar,
tirou-me €97, talvez por achar que eu estou rico", acrescentou.
A 6 de Maio deste ano, através de um ofício a que a Lusa teve acesso, a Segurança Social informou José Lima de que a partir de Junho deixará de receber o complemento por dependência, por este não ser "cumulável" com rendimentos de trabalho.
"Se isto se concretizar, ficarei sem os recursos mínimos para poder
continuar a editar os meus livros. Ou seja, vou passar a viver com
€180 por mês", referiu.
José Lima garantiu que a viagem de protesto até Bruxelas, em cadeira de rodas, arrancará em meados de Agosto e durará cerca de um mês.
Contactado pela Lusa, o director da Segurança Social de Viana do Castelo, António Correia, disse que o organismo "apenas se limitou a cumprir a lei".
4 Comments:
O LIMA já fez uma "greve de fome" da qual só resultou o agravamento da sua débil condição física,de então.
Hoje está mais robusto,practica o desporto que a sua situação de paraplégico lhe permite melhor.Faz grandes tiradas em cadeira "hand-byke".
Na primeira "VOLTA A PORTUGAL EM CADEIRA DE RODAS",em 2007 vinha só,até que a RTP NORTE,apercebendo-se do que representa a forma de lutar do LIMA,disponibilizou um carro,a partir do Porto e a companhia do jornalista PEDRO PINTO e do operador de imagem PAULO GOMES.
Descobri-os entre Montemor-o-Novo e Évora.Vinham em seu apoio ,nesse dia,5 elementos da equipa da ADFA.
Teve alguma visibilidade e vai tendo,por vezes,em alguns programas televisivos,nomeadamente no Fátima Lopes.
Mas o Lima e as suas causas são um fenómeno que precisa de muito mais apoiantes e muito mais visibilidade.
Passe pelo seu site"DEFICIENTES ACTIVOS---LIVROS PERSONALIZADOS"...(Google)
Queira juntar-se a nós no apoio que pretendemos dar ao LIMA e à sua Luta....
Por incrível que possa parecer,97 euros é muito dinheiro para o ZÉ LIMA.E a sua falta desequilibra o seu parco orçamento mensal.
O Zé basta-se com pouco, mas isto não se faz.Aplique-se a lei ,mas tenha-se em conta que há situações em que é legítimo haver "DISCRIMINAÇÃO POSITIVA".
Trata-se de um deficiente que luta para sobreviver com dignidade.
Haja saúde!
jm
10:42 AM
Visite e ajude o LIMA.
Por favor passe pelo site"DEFICIENTES ACTIVOS---LIVROS PERSONALIZADOS"...Google.Divulgue.
jm
Apetece dizer: que pais é este? Mas a verdade é que o pais é composto por gente boa e de garra, como é o caso deste senhor. um homem que tenho vontade de bater palmas e de vangloriar cada vez que o vejo na cidade. O pais nem é mau se olharmos para este exemplo. Mau, ou antes péssimo e desumano é ver o trabalho da segurança social (será que se pode chamar trabalho?). "Apenas se limitam a cumprir a lei". que honestos! A mesma segurança social que permite que uma IPSS expulse miúdos com necessidades especiais apenas porque sim, a mesma segurança social que não consegue dar resposta a pais e jovens expulsos e marginalizados, a mesma segurança social que consente que pessoas com debilidades fisicas ou mentais estejam sujeitos a falta de auxílio, de carinho, de companhia, de conforto, alguns a falta de alimentos, a mesma segurança social que autoriza que instituições fechem também porque sim, mas não autoriza que se abram outras.
Pobres directores e trabalhadores da segurança social que não sabem o que fazem. Pobres daquelas pessoas e daquelas famílias porque deixaram de saber o que fazer. Pobre de mim que me continuo a revoltar sem conseguir fazer nada. Pobre José Lima que lhe tiram dinheiro por ser um lutador.
Acabei de ler o livro da autoria de José Leones Lima – esse fantástico Zé Lima que esteve parado perto da tua casa. Só não lhe "perdoo" o facto de ter omitido a sua passagem por Entradas mas pelo menos publicou uma fotografia contigo no seu preciosíssimo livro, cuja leitura me emocionou até às lágrimas. Mas isso é apenas um ínfimo pormenor. Continuo a sentir um respeito e uma admiração enormes por esse Homem e pela causa por que tão dignamente luta.
E a talho de foice fica aqui uma perguntinha: " quem seria o arquitecto responsável pela planta de um dos restaurantes de Entradas que tem uma série de lanços de escada começando logo pela entrada? Será que esse senhor nunca ouviu falar de barreiras arquitectónicas?!também não sei onde tinha a cabeça quem aprovou esse projecto! será que nem um nem outro sabiam da existência. infelizmente, de muitos "Zés Limas?!" ainda não há muitos anos que o dono do restaurante que refiro mandou fazer uma "rampa" até demasiado inclinada quando essa mesma rampa deveria constar do projecto original.
Um abraço do José Mestre
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