Dia 6- Diário de Viagem
Aqui estou para mais um relato desta atribulada epopeia. Em primeiro lugar, gostaria de dizer que estou no meu perfeito juízo, não ensandeci, a minha vida corre muito bem ( neste caso sobre rodas), a minha relação familiar e profissional estão bem e recomendam-se, portanto o cenário não podia ser melhor. Isto só para esclarecer alguns comentários que me chegaram alegando que o meu estado de alma estaria próximo da demência, ou coisa que o valha!
Dia 6 - Santarém - Lisboa 82 km
Do hotel onde fiquei até à zona que dá para a estrada que me há-de conduzir ao Cartaxo, vai uma subida daquelas de deixar as miudezas espalhadas pelo alcatrão, tal é a inclinação da maldita subida, ainda por cima, a primeira tarefa logo que me sento no duro selim do meu veículo.
O que tem que ser tem muita força, e assim sendo lá consegui chegar à zona que me permitia prosseguir viagem.
Este percurso, para além de sinuoso, é perigoso e com um elevado indíce de tráfego, especialmente de veículos pesados. As bermas são praticamente inexistentes, o que faz com que não me tenha divertido muito com o trajecto, especialmente até determinado momento de que vos darei conta um pouco mais abaixo.
Depois de deixar Santarém surgem-nos várias localidades atravessadas por esta estrada. Vale de Santarém com a sua inusitada subida para o Cartaxo que fica logo a seguir, Cruz do Campo e Vila Nova da Rainha vão sendo galgadas pelo meu conta quilómetros. Há anos fiz este trajecto dezenas, senão centenas de vezes, mas de facto não é de todo agradável à vista. A generalidade das casas, são do tipo caixote, e muitas delas revestidas com os aberrantes azulejos de refugo.
Algures à saída de Crusz do Campo, reparo noutro ciclista que parado se abastece de àgua.
Após um grito de incentivo continuo a minha viagem, que por acaso era uma subida longa. De repente ouço atrás de mim o rodar sincopado duma corrente de bicicleta, era o companheiro que minutos antes havia incentivado.
Entabulámos conversa. De onde venho, para onde vou e coisas assim, até que chegámos ao confronto das idades, coisa que este companheiro não fazia alarde em esconder, tem 77 anos...isso mesmo 77 anos, e garanto-vos que pernas para acompanhar o João Atouguia -assim se chama este " jovem" ciclista - nem muitos rapazes de 30 anos quanto mais eu que sou ciclista de proveta.
O João praticou desporto toda uma vida, jogou futebol na sua Vila Franca de Xira, até tarde, depois praticou outrs modalidades em Inglaterra onde esteve emigrado durante 20 anos, e agora reformado, dedicou-se ao ciclismo. Confideniou-me fazer 200 Km por semana, o que é um excelente exemplo de perseverança e optimismo que retenho e que muito me apraz.
O seu trajecto terminava em Vila Franca de Xira - um inferno para ciclocircular - mas fez questão de me acompanhar até Alverca, onde nos despedimos, combinando expectáveis encontros por essas estradas fora.
Com este empurrão a viagem tornou-se menos monótona, e quando nos despecimos Lisboa já estava ali a menos de uma hora de caminho.
Esta parte do percurso foi feito com algum cuidado, porque ao atravessar as povoações, os automobilistas desrespeitam em absoluto o viajante pedalante que jura não voltar a efectuar tal trajecto. Porque é que me estou a referir a mim na terceira pessoa. Será que são influências do Jardel?
Pela tardinha fui com a Susana, Samuel e Isabel comer caracóis ao " Menino Júlio dos Caracóis" por minha imposição, até porque são simplesmente os melhores caracóis do mundo.
Amanhã demando de novo terras alentejanas. Conto chegar a Évora de onde vos darei outras novas. caso não consiga lá chegar...pois ficarei algures pelo caminho, o que pode até ser mais interessante.
tenho duas fotos do João Atouguia, esse exermplo de tenacidade que não me posso cansar de realçar, mas infelizmente não as consigo pôr no ar.
Até amanhã.
Dia 6 - Santarém - Lisboa 82 km
Do hotel onde fiquei até à zona que dá para a estrada que me há-de conduzir ao Cartaxo, vai uma subida daquelas de deixar as miudezas espalhadas pelo alcatrão, tal é a inclinação da maldita subida, ainda por cima, a primeira tarefa logo que me sento no duro selim do meu veículo.
O que tem que ser tem muita força, e assim sendo lá consegui chegar à zona que me permitia prosseguir viagem.
Este percurso, para além de sinuoso, é perigoso e com um elevado indíce de tráfego, especialmente de veículos pesados. As bermas são praticamente inexistentes, o que faz com que não me tenha divertido muito com o trajecto, especialmente até determinado momento de que vos darei conta um pouco mais abaixo.
Depois de deixar Santarém surgem-nos várias localidades atravessadas por esta estrada. Vale de Santarém com a sua inusitada subida para o Cartaxo que fica logo a seguir, Cruz do Campo e Vila Nova da Rainha vão sendo galgadas pelo meu conta quilómetros. Há anos fiz este trajecto dezenas, senão centenas de vezes, mas de facto não é de todo agradável à vista. A generalidade das casas, são do tipo caixote, e muitas delas revestidas com os aberrantes azulejos de refugo.
Algures à saída de Crusz do Campo, reparo noutro ciclista que parado se abastece de àgua.
Após um grito de incentivo continuo a minha viagem, que por acaso era uma subida longa. De repente ouço atrás de mim o rodar sincopado duma corrente de bicicleta, era o companheiro que minutos antes havia incentivado.
Entabulámos conversa. De onde venho, para onde vou e coisas assim, até que chegámos ao confronto das idades, coisa que este companheiro não fazia alarde em esconder, tem 77 anos...isso mesmo 77 anos, e garanto-vos que pernas para acompanhar o João Atouguia -assim se chama este " jovem" ciclista - nem muitos rapazes de 30 anos quanto mais eu que sou ciclista de proveta.
O João praticou desporto toda uma vida, jogou futebol na sua Vila Franca de Xira, até tarde, depois praticou outrs modalidades em Inglaterra onde esteve emigrado durante 20 anos, e agora reformado, dedicou-se ao ciclismo. Confideniou-me fazer 200 Km por semana, o que é um excelente exemplo de perseverança e optimismo que retenho e que muito me apraz.
O seu trajecto terminava em Vila Franca de Xira - um inferno para ciclocircular - mas fez questão de me acompanhar até Alverca, onde nos despedimos, combinando expectáveis encontros por essas estradas fora.
Com este empurrão a viagem tornou-se menos monótona, e quando nos despecimos Lisboa já estava ali a menos de uma hora de caminho.
Esta parte do percurso foi feito com algum cuidado, porque ao atravessar as povoações, os automobilistas desrespeitam em absoluto o viajante pedalante que jura não voltar a efectuar tal trajecto. Porque é que me estou a referir a mim na terceira pessoa. Será que são influências do Jardel?
Pela tardinha fui com a Susana, Samuel e Isabel comer caracóis ao " Menino Júlio dos Caracóis" por minha imposição, até porque são simplesmente os melhores caracóis do mundo.
Amanhã demando de novo terras alentejanas. Conto chegar a Évora de onde vos darei outras novas. caso não consiga lá chegar...pois ficarei algures pelo caminho, o que pode até ser mais interessante.
tenho duas fotos do João Atouguia, esse exermplo de tenacidade que não me posso cansar de realçar, mas infelizmente não as consigo pôr no ar.
Até amanhã.
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