Dia 1- Diário de viagem
Sábado 5 de Agosto de 2006
São 18.30 horas. Estou em Serpa. A absurda temperatura que se faz sentir no exterior remete a nação alentejana para dentro das suas residencias.
Numa “ paragem estratégica “ na Cervejaria Lebrinha, para recarregar liquídos, os poucos corajosos que se aventuram pelas ruas da Vila Branca, têm como tema de conversa, a canícula que todos os anos assola a região, mas que segundo um idoso presente, desta vez era por demais!!
Um dos comentários acessórios, era de que, amanhã é que iam ser elas -( sic)
Bem, vamos ao que interessa. Dormi muito mal a noite passada - como podeis constatar no post anterior- mas pelas 5.30 já estava acordado e a escrever a mensagem anterior.
Parti de Entradas, pelas 7.20 da manhã. As primeiras e receosas pedaladas foram para experimentar a máquina, já que aderi aos pedais de encaixe e a coisa inicialmente não é assim tão simples, até porque temos a tendência de esquecer que temos os pés fixos e quando necessitamos de parar esquecemo-nos que estamos prisioneiros dos pedais e vai daí, chão com o artista, coisa que estive quase a experimentar na hesitação que tive em seguir determinado traçado.
Aí pelo Km 10 dou comigo a trautear uma canção de Sérgio Godinho, cujo refrão é sobejamente conhecido “ hoje é o primeiro dia do resto da tua vida”, reparo também que muitos automobilistas com que me cruzo, buzinam e dão sinais de luzes em registo de solidariedade para com o viajante solitário, o que agradeço e me dá força para continuar.
Este Alentejo é um autêntico deserto. De Entradas até à Cabeça Gorda, não encontrei um único peão , um pastor, alguém à beira da estrada, um vestigio humano digno desse nome. Nada. Pura solidão!
“Se fosse em Marrocos, lá estariam eles plantados de cócoras de 50 em 50 metros, vendo os carros passar, uma espécie de passatempo nacional da pátria bérbere” - Dou comigo a pensar!
Na Cabeça Gorda abasteço de àgua e vejo o género humano a pé pela primeira vez em algumas horas. Um grupo de ciclistas está parado no largo principal e metem-se comigo. Respondo com um sorriso cordial e sigo o meu caminho.
Só vejo as primeiras pessoas à chegada a Baleizão, seriam umas 10.00 ou coisa que o valha. Entro em terras de Catarina e os Baleizoeiros, miram-me com ar de extra-terrestre. Leio-lhes o pensamento à Pardal “ que andará este baboso a fazer por aqui” e sorrio. Entro numa mercearia em busca de àgua fresca, mas não havia, em troca ganhei uma esferográfica que o solicito merceeiro me ofereceu, e eu em troca, comprei-lhe duas bananas.
Vou agora em direção a Serpa com destino a Pias, mas o calor não me deixa proseguir. Encontro uma simpática Residencial, peço para guardar a bicicleta, almoço no Lebrinha favas com chouriço e vou dormir a folga.
Vejo ainda num espaço pré dormente os profissionais do pedal passarem por Entradas em direção a Beja.
Confiro o euro milhões...fiz 2/3 nada mau!!!
Até amanhã
São 18.30 horas. Estou em Serpa. A absurda temperatura que se faz sentir no exterior remete a nação alentejana para dentro das suas residencias.
Numa “ paragem estratégica “ na Cervejaria Lebrinha, para recarregar liquídos, os poucos corajosos que se aventuram pelas ruas da Vila Branca, têm como tema de conversa, a canícula que todos os anos assola a região, mas que segundo um idoso presente, desta vez era por demais!!
Um dos comentários acessórios, era de que, amanhã é que iam ser elas -( sic)
Bem, vamos ao que interessa. Dormi muito mal a noite passada - como podeis constatar no post anterior- mas pelas 5.30 já estava acordado e a escrever a mensagem anterior.
Parti de Entradas, pelas 7.20 da manhã. As primeiras e receosas pedaladas foram para experimentar a máquina, já que aderi aos pedais de encaixe e a coisa inicialmente não é assim tão simples, até porque temos a tendência de esquecer que temos os pés fixos e quando necessitamos de parar esquecemo-nos que estamos prisioneiros dos pedais e vai daí, chão com o artista, coisa que estive quase a experimentar na hesitação que tive em seguir determinado traçado.
Aí pelo Km 10 dou comigo a trautear uma canção de Sérgio Godinho, cujo refrão é sobejamente conhecido “ hoje é o primeiro dia do resto da tua vida”, reparo também que muitos automobilistas com que me cruzo, buzinam e dão sinais de luzes em registo de solidariedade para com o viajante solitário, o que agradeço e me dá força para continuar.
Este Alentejo é um autêntico deserto. De Entradas até à Cabeça Gorda, não encontrei um único peão , um pastor, alguém à beira da estrada, um vestigio humano digno desse nome. Nada. Pura solidão!
“Se fosse em Marrocos, lá estariam eles plantados de cócoras de 50 em 50 metros, vendo os carros passar, uma espécie de passatempo nacional da pátria bérbere” - Dou comigo a pensar!
Na Cabeça Gorda abasteço de àgua e vejo o género humano a pé pela primeira vez em algumas horas. Um grupo de ciclistas está parado no largo principal e metem-se comigo. Respondo com um sorriso cordial e sigo o meu caminho.
Só vejo as primeiras pessoas à chegada a Baleizão, seriam umas 10.00 ou coisa que o valha. Entro em terras de Catarina e os Baleizoeiros, miram-me com ar de extra-terrestre. Leio-lhes o pensamento à Pardal “ que andará este baboso a fazer por aqui” e sorrio. Entro numa mercearia em busca de àgua fresca, mas não havia, em troca ganhei uma esferográfica que o solicito merceeiro me ofereceu, e eu em troca, comprei-lhe duas bananas.
Vou agora em direção a Serpa com destino a Pias, mas o calor não me deixa proseguir. Encontro uma simpática Residencial, peço para guardar a bicicleta, almoço no Lebrinha favas com chouriço e vou dormir a folga.
Vejo ainda num espaço pré dormente os profissionais do pedal passarem por Entradas em direção a Beja.
Confiro o euro milhões...fiz 2/3 nada mau!!!
Até amanhã
2 Comments:
Já lá foi a primeira etapa! Já não falta tudo ;) Essa canção do Sérgio Godinho também tem um verso que diz "Nasce um novo dia e no braço outra asa": tenho a certeza que a cada dia se vai sentir melhor e com mais força para continuar nesta aventura. Até amanhã!
Estimado Pulanito,
Avisado por outro aventureiro da estrada que se cruzou consigo, venho aqui dar-lhe o meu apoio e incentivo para a heróica travessia do Alentejo em pleno Verão.
Abraço
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