Dia 5 - Diário de Viagem
Como havia dito ontem, esta etapa devia ser assim mais ou menos em descanso activo, pedalando devagar e avançando no terreno. Quando saí de Nisa, pensava chegar Abrantes ou uma localidade por ali perto. Como a estrada era boa boa fiz uma média interessante de 23/24 km por hora, o que é muito bom para um fulano da minha idade, com a minha preparação e com o peso que carrego.
Daí ter decidido avançar um pouco mais para sul no mapa, talvez Chamusca, já era uma boa achega, mas quando começo o percurso desde Abrantes, a estrada ondula acompanhando em parte di seu percurso o Tejo, o que fez com que este tenha sido o trajecto que até agora me deu mais gosto fazer.
Depois de 5 horas em cima da" bicha", o calor que se fazia sentir, mais a fome de almoço fizeram com que alterasse os planos e parasse no primeiro sitio que encontrei. Paragem para almoço: Restaurante junto à ponte da Chamusca para a Golegã. Almoçei uma sopa de pedra ( que realmente o era) e comi ainda uma carne com vegetais e um café. Montei-me de novo na " bicha" à procura duma sombra e um banco onde pudesse folgar. Como fui andando fui dar à Golegã, onde descobri um sitio espectacular ( o melhor que até agora vi) para dormir uma soneca, mas como cheiro mal, as moscas não me largam e mal fecho os olhos atacam-me cobardemente sem deixarem este pobre ciclista da treta recuperar o fôlego.
Decidi de novo partir. Consulto no mapa possivel novo destino e reparo que Alcanhões, não é assim tão distante, só a hora a que me proponho viajar me parece a mais inconveniente. Bem provido de água decido ir a Alcanhões visitar o meu eterno amigo Vitor Nespera, um bate chapas ( perdão; cirurgião metálico- como gosta de se apresentar) do melhor que há, e que faz o favor de ser meu amigo do coração. Não precisamos de nos ver a cada passo. Sabemos que a nossa amizade é uma rocha inamovivél e ele sabe que quando nos encontramos paramos tudo para celebrar essa antiquissima irmandade que sei e sinto ser correspondida.
O Helder reserva-me hotel em Santarém ( Hotel Alfageme) onde finalmente me deleito com um banho de imersão de modo a relaxar os musculos e de onde vos escrevo este pequeno relado do dia.
Lembram-se de no primeiro Diário de viagem eu ter referido que inusitadamente as pessoas com quem me cruzava na estrada nesse meu inicio de viagem me buzinavam, acenavam, gesticulavam e sei lá mais o quê!
Poi é: nunca mais ninguém foi simpático comigo, antes bem pelo contrário. Razias, buzinadelas de camião, travagens propositadas, piropos do género " sai daí ó palhaço", têm sido mais frequentes, o que me levou a pensar que algo haveria de errado naqueles primeiros automobilistas. Só me apercebi da realidade quando questionamdo alguém acerca do melhor percurso a tomar, este me informou que no melhor eu não podia circular porque era IP, foi aí que se fez luz, aqueles simpáticos e solidários automobilistas só me estavam a dizer " sai dai ó palhaço. Tu não podes circular nesta estrada" Era o IP2.
Sem querer estar aqui a bater recordes, olu coisa que o valha, hoje o percurso, foi de 152 Km.
Amanhã será seguramente mais pequeno, já que vou defenitivamente ficar a Lisboa e a distância que me separa da cidade branca, são pouco mais de 70 Km.
Não coloco fotos porque não consigo, vou tentar, caso não consiga só as colocarei na prox. semana através do neu computador.
Já ultrapassei os 500 Km, o que quer dizer que a partir de agora é sempre de ladeira abaixo.
Até amanhã
Abraços
PS: parece que entrou uma foto. 6.30 da manhã Mourão.
1 Comments:
Ora aí está o 5ª dia! Já conquistou a camisola amarela por ter vivido tamanha aventura. Essa do IP2... ai ai...
Enviar um comentário
<< Home