Inesperada Visita de meu Amigo Carlos Salgueiro
Meu amigo Carlos Salgueiro e a sua mulher Lurdes surpreenderam-me esta semana aparecendo cá pelo Algarve.
Isto não seria digno de destaque, caso este não fosse um amigo meu com mais de 30 anos, e assim com uns 20 onde não nos vimos, por isso, agarrámos em virtuais espingardas e invisíveis bacamartes partindo à caça da saudade, matando-as quase todas de uma só vez, recordando episódios duma certa juventude e em especial uma vertiginosa viagem que fizemos a Guadalajara a norte de Madrid, onde passámos, senão a melhor, uma das melhores passagens de ano das nossas vidas.
Quando o Carlos soube que o Samuel era meu filho, disse-me que a sua filha Sara era uma fã incondicional dele, o que não sendo nada do outro mundo é um facto curioso, especialmente se lhe acrescentarmos o ingrediente que agora vos conto:
Era dia 17 de Julho de 1979, eu exultava de alegria por me haver nascido o meu primeiro filho homem, e para comemorar fui com o Carlos Salgueiro beber umas bejecas, quando me lembrei da hora da visita esta já tinha passado e já só mesmo o pai podia visitar o seu novo rebento, mesmo assim, disse ao Carlos para entrar comigo na Maternidade Alfredo da Costa. Quando entrámos na enfermaria lá estava ele. Agarrámo-lo no colo à vez para sentir aquela mingua de gente entretanto chegada ao nosso habitat.
Nisto chegou a enfermeira que nos disse não podermos estar ali os dois pois a visita era só para o pai. «Qual dos dois é o pai?» perguntou temeráriamente e de indicador em riste ameaçando uma qualquer forma de represália, ao que eu respondi: « O Pai. Somos os dois!» e saímos dali a correr e a rir a bandeiras despregadas, enquanto a mulher da bata branca ficara a fazer contas de multiplicar contando pelos dedos.
Este foi um dos episódios que relembrámos e que achámos curioso que passados tantos anos haver esta ligação etérea entre os nossos filhos, mas ao mesmo tempo surpreendente.
Jantámos na Taberna da Maré em Portimão, coisa que o Carlos e a Lurdes adoraram e que prometem repetir logo que possam.
Por mim fica aqui o registo duma visita que me trouxe muita alegria e, acima de tudo, o reavivar de uma memória que se não a cultivarmos, se perderá inexoravelmente no labirinto dos tempos.
1 Comments:
Carlos Alberto Salgueiro,
ola Napoleao, foi com grande prazer que ao fim de tantos anos te voltei a encontrar, e como tu dizes recordar algumas das tantas aventuras juntos e espero e desejo fortemente e sempre que for possivel recordar esses velhos e bons tempos, acrescento ainda que eu e a minha esposa adoramos ter conhecido a tua esposa, com quem simpatizamos muito, no futuro e quando for possivel gostaria de voltar a ver aquele rapaz, que quase vi nascer a mais ou menos 30 anos..abraço amigo....Carlos e Lurdes Salgueiro..
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