Turismo Residencial - Olhando o futuro nos olhos
O turismo, com todas as suas contrariedades, parece ser a alternativa mais viável para a recuperação de algum património humano e económico Baixo Alentejano a curto e médio prazo.
Sendo uma industria que gera mais consensos que objecções, começa agora a dar os seus primeiros passos tendo em vista o seu desenvolvimento numa região mais que carenciada de alternativas à agricultura, actividade esta, que há muito deixou de ser atraente, especialmente para aqueles que trabalham por conta de outrem.
O turismo residencial, em complemento com o tradicional, pode ser uma excelente alternativa a ter em conta pelos responsáveis das administrações central e autárquicas, até porque, pode estar aqui uma admirável mais valia para a solidificação das populações, para a profissionalização e especialização nas vastas áreas deste sector, e ainda geradora de receitas importantes para a economia local, visto que os futuros locatários ou proprietários farão sempre estadias de longa duração, quando não optam pela residência definitiva.
A oferta da nossa região para este tipo de actividade é deveras atractiva para exigentes cadernos de encargos dos investidores.
Em primeiro lugar temos um clima de fazer inveja a qualquer europeu que viva para lá dos Pirinéus.
O custo dos terrenos e os apoios camarários, são também eles um factor primordial.
A segurança que a região oferece a par de uma gastronomia sem igual, são outros pontos a favor. Se a isto juntarmos a deslumbrante paisagem, os queijos, vinhos, azeites, doces e enchidos entre outras iguarias e ainda a genuinidade das nossas gentes, mais o cante e o encanto de certos recantos.
Se caiarmos tudo isto de branco e lhe juntarmos o rumor deste impagável silêncio, mais o sol que à tardinha mergulha a pique no verde das searas, não vislumbro razão para que não se incentive esta alternativa de actividade, que estando dentro do âmbito turístico, tem uma componente residencial, que é altamente explorada noutras regiões do sul da Europa, nomeadamente na Espanha continental e insular, na Itália e ilhas mediterrânicas e até nalguns países do norte de África com enorme sucesso.
Para dar um exemplo, em Espanha constroem-se e vendem-se 90.000 casas por ano para alimentar este crescente mercado.
É claro que não almejamos tão assustadora cifra, mas se conseguirmos manter o nosso equilíbrio ambiental, fomentando uma prática voltada para as pessoas em detrimento da betonização vertical dos nossos campos. Se conseguirmos que a harmonia e a envolvente sejam afectadas ao mínimo - o que é perfeitamente possível - não vejo razão nenhuma para que não se incentive esta actividade, que para além humanizar a paisagem, é geradora de postos de trabalho permanente, quer para especialistas, quer para indiferenciados, nos mais diversos sectores a esta industria associados.
PS: Algumas pessoas têm pedido a minha opinião acerca desta nova realidade. Como é uma matéria da minha jurisdição profissional, aqui deixo a minha opinião acompanhada do forte desejo que tal se venha a concretizar, já que com ela a nossa paisagem fisica e humana só teriam a ganhar.
Não me pronuncio sobre o projecto Cavandela porque o desconheço, mas estou em crer que por "muito más" que sejam as intenções dos promotores do projecto será sempre uma mais valia para Castro Verde e aldeias limitrofes. Agora imaginem que as intenções são boas?
5 Comments:
ulaniro gostaria de dizer ; porreiro pá, porreiro.
Pulanito gostaria de dizer; porreiro pá, porreiro.
Em termos gerais qualquer pessoa de bom senso terá que concordar com as tuas reflexões, o que não invalida que devamos reflectir sobre as recomendações do presidente executivo do WTTC-CONSELHO MUNDIAL DE VIAGENS E TURISMO Jean Claude Beaumgarten e também do Secretário Geral da Organização Mundial de Turismo Francesco Frangialli, no sentido de Portugal não copiar a sobreconstrução espanhola. Estas recomendações foram efectuadas no mês de Maio passado.
Eu acho que tenho o direito de me interrogar, como é que vai haver tanto inglês e irlandês para comprar todas as milhares de habitações anunciadas em mais de meia centena de Resortes de Luxo no Algarve e Alentejo.
Quanto ao emprendimento da Cavandela devo dizer que o acho demasiado ambicioso e irrealista e que o seu centro da gravidade cai fora da base de sustentação.
Um abraço do amigo Manel
Tenho sérias dúvidas sobre a viabilidade de empreendimentos que abranjam uma área superior à da localidade em que se imtegram como no caso concreto do empreendimento da Cavandela cuja área é superior à da actual vila de Castro Verde e ainda por cima separado da mesma vila.A final trata-se na prática da construção de uma nova vila.
Um abraço
pulanito,
tentei procurar o mail para não estar praqui a fugir ao tema, mas não encontrei! Claro que tens carta!..podes é querer andar a pé. E às vezes num bom passeio a pé repara-se em tanta coisa que de outra forma permanecia no seu silêncio..
Gosto de saber o porquê das coisas mas como bem sabes é uma pescadinha de rabo na boca - volta-se sempre à base. Ao belo! À visão petrificada e ignorante do que é este nosso mundo!
As respostas aos porquês são um mero complemento, e podem sempre não passar de estórias para adormecer..
http://www.youtube.com/watch?v=zSZNsIFID28
PS - Acho que não nos conhecemos..vim ter ao teu blog por acaso. Abraço e obrigado pela tua visita.. ;)
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