Somos Um Pouco Deuses Quando Escrevemos Um Romance.
Parte da longa entrevista concedida à Algarve Mais, disponível nas bancas a partir de hoje.
“Somos deuses quando escrevemos um romance”, descreve Napoleão Mira.
Napoleão Mira - Foto Algarve Mais
Alentejano de nascença, Napoleão Mira cresceu em Lisboa, mudou-se para o Algarve depois do 25 de Abril e por aqui ficou desde então, dedicando-se ao marketing turístico e à escrita. «Fado» é o seu mais recente trabalho literário, um romance que fala dos últimos 50 anos de história vivida em Portugal, da Guerra do Ultramar, do êxodo migratório da década de 60, de Salazar e da PIDE, de futebol e de fado. À conversa com a ALGARVE MAIS, as comparações com a crise atual são inevitáveis e o escritor não esconde a preocupação em relação ao futuro das novas gerações. Napoleão Mira é um escritor nascido em Entradas, Castro Verde, mas radicado no Algarve há muitos anos, mais concretamente no Carvoeiro, concelho de Lagoa, e acabou de lançar mais um romance, intitulado «Fado». Nascido em 1956, o que perfaz precisamente 56 anos de idade, viveu até aos sete anos no Alentejo e, como sucedia frequentemente na época, a família mudou-se para Lisboa. No subúrbio da capital, em Camarate, passou a infância e a adolescência, juntamente com dois irmãos, e confessa que nunca gostou daquela localidade. “Já de Lisboa guardo as mais gratas recordações. Foi lá que estudei, que comecei a trabalhar, que me apaixonei, que me fiz homem e me descobri como pessoa. É a cidade dos meus pressentimentos e regresso a ela sempre que posso, adoro-a, especialmente a noite e ao fim de semana”, admite. Recordando o seu percurso académico, o alentejano conta que estudou arte, mais concretamente escultura de metal, na Escola António Arroio e não chegou a ingressar nas Belas Artes porque, entretanto, dá-se o 25 de Abril. “Apaixonei-me por uma mulher e pela revolução e há um período na nossa vida em que pensamos que somos imortais. Vivi esse tempo com uma grande intensidade e não me arrependo minimamente. Casei com 19 anos, em 1976, e tive dois filhos, o Samuel e a Susana”, diz-nos o escritor, numa conversa informal. Samuel Mira que, para quem não sabe, é o conhecido artista Sam The Kid, e que lidera o projeto musical «Orelha Negra».
Entrevista completa na Revista Algarve Mais de Julho de 2012
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1 Comments:
Felicidade Santiago,
Primeiro que tudo deixa-me dar-te os parabéns pela tua Menina, é realmente uma coisa maravilhosa, porque ao vê-los realizar os seus sonhos, junto está sempre um sonho nosso também, um sonho se amor, o principal que eles sejam felizes.
Para comentar o teu FADO, eu começava com a primeira frase de um poema, dum fado, que diz assim:
"Ó gente da minha terra ...", e é esse o meu apelo, ó gente da nossa terra (Portugal), leiam este "Fado", porque fala duma realidade, que muitos nunca ouviram falar e faz parte, das muitas "coisas duras", que se passaram por aqui e quase ninguém fala.
No inicio levaste-me ao meu pai, porque foi a pessoa a quem ouvi falar dessa "Vitória Portuguesa", depois, fui parar a uma história real, que mexeu muito com a minha cabecinha de criança, "o desaparecimento do Chico Serra", lembras-te?
Pois é, e depois aquela história de amor tão sofrida, mas que teve um final feliz, como tantas histórias de amor, que sempre me encantaram, sou uma assídua leitora de romances, e uma boa história de amor tem sempre sofrimento, nostalgia, e claro, saudade!
FADO, é vida, obrigada primo, por nos deixares partilhar contigo, todas estas palavras deste Fado que é teu e de todos nós.
Um beijo, gosto muito de ti.
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