José António Lázaro - Uma Humilde Homenagem
Bem sei que com o avançar da idade, podemos ser surpreendidos por notícias, que muitas das vezes não queremos acreditar.
Numa das minhas idas a Lisboa, parei no Hotel Príncipe para rever alguns dos meus companheiros e saber novas de outros amigos que fazem pouso naquele lugar.
Foi então que o Manuel Matos, barman e meu amigo há perto de 40 anos, me disse que o José António Lázaro, havia falecido e já há algum tempo de doença oncológica, quase fulminante.
O Lázaro por inerência da profissão de jornalista, que desenvolvia com maestria no extinto jornal A Capital, tinha horários muito parecidos aos meus de então, o que fazia com que se tivesse tornado companheiro de copo e de ceia de muitas madrugadas das nossas vidas; tantas, que nem as sei quantificar!
Carinhosamente, chamávamos-lhe “O Filho da Mulher da Fruta”, alcunha por que respondia sem se molestar, tanto mais que também ele gostava de apadrinhar toda a gente, alcunhando clientes e pessoal do hotel com a argúcia que todos lhe reconhecíamos.
O J.A.Lázaro era especialista em critica tauromáquica, o que fazia com que o tema estivesse quase sempre presente, ora para comentar o artigo por ele escrito em edição anterior, ora para comentar episódios da festa brava como só ele o sabia fazer.
O Lázaro já morreu há uns meses (Novembro de 2008), mas só hoje aqui o trago, porque não o queria fazer sem ter uma ilustração fotográfica condigna deste nosso amigo de toda uma vida.
Estava eu no outro dia de posse de um baú de velhas fotos, quando dum envelope esquecido sai a foto com que ilustro o presente post, assim como que a querer dizer-me que este espaço, de entre outras coisas, também deve servir para homenagear aqueles que da lei da morte se vão libertando e que tiveram papel de relevo nas nossas vidas.
Na foto em questão tinha sido destacado para a apresentação em Portugal de uma cantora americana chamada Calamity, coisa que teve lugar ali para os lados da Avenida de Roma no antigo Beat Club.
O Lázaro convidou-me para o acompanhar a esse evento, e dessa fugaz passagem por aquele lugar restou esta foto, razão mais que suficiente para aqui homenagear o “Filho da Mulher da Fruta”, essa figura singular que entretanto partiu, mas que na memória daqueles que consigo partilharam pedaços de vida, ficam os estilhaços de uma memória que enquanto persistir, manterá viva a recordação de um sujeito verdadeiramente sui generis: José António Lázaro!
1 Comments:
Caro Napoleão
Depois de ler este texto sobre o desaparecimento deste teu amigo,recordei-me de uma frase proferida por um camarada e amigo de longa data:
"Os amigos não morrem.Ausentam-se para parte incerta e esperam pacientemente por nós.
Um abraço jmatos
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