Dia 3 - Do Redondo à Graça do Divor
Saboreando a manhã alentejana à saída do Redondo
A noite mal dormida na espelunca onde pernoitámos, não muda em nada a minha opinião sobre uma das mais bonitas terras do Alto Alentejo, o Redondo.
Terra geograficamente bem ordenada, arrumada, asseada e povoada de alentejanos de primeira.
Como a noite foi dormida aos solavancos, mal o dia raiou demos sinal de alvorada e zarpámos dali para fora, até porque o ruído ensurdecedor dos outros hóspedes já há muito que se fazia sentir, melhor, nunca deixou de se fazer sentir.
Ainda a manhã cheirava a fresco e as mulheres alentejanas lavavam, chão, rua e poiais já nós nos tínhamos feito à estrada, calcorreando pela última vez o empedrado desenhado em forma de palmeiras, sabendo que, uns quilómetros à frente iríamos encontrar esse obstáculo difícil de transpor, esse osso duro de roer, que dá pelo nome de Serra D’Ossa.
Eu já tinha subido esta serra pela vertente de Terena em direcção ao Alandroal (em Agosto de 2006) e recordava-me da dureza do traçado, tanto mais, que na altura viajava com outra bicicleta e outra quantidade de bagagem, que tornavam bastante mais penosa a subida.
O Joaquim Miguel, que conhece estas paragens desde que se conhece a si, avisava-me que por este lado a subida era mais curta, mas bastante mais difícil.
Quando o raio da serra começa a empinar, começamos nós a desmultiplicar carretos, com a mesma velocidade que jogador viciado troca dinheiro vivo por fichas de casino (onde é que fui arranjar esta?), na primeira curva, já eu não tinha mais mudanças para meter, passando unicamente a contar com a pouca força física e o muito querer descascar aqueles penosos dois quilómetros e picos.
Atrás de uma curva, vinha sempre outra e á medida que olhávamos para cima, parecia que a serra ia crescendo connosco até tocar o céu.
Terra geograficamente bem ordenada, arrumada, asseada e povoada de alentejanos de primeira.
Como a noite foi dormida aos solavancos, mal o dia raiou demos sinal de alvorada e zarpámos dali para fora, até porque o ruído ensurdecedor dos outros hóspedes já há muito que se fazia sentir, melhor, nunca deixou de se fazer sentir.
Ainda a manhã cheirava a fresco e as mulheres alentejanas lavavam, chão, rua e poiais já nós nos tínhamos feito à estrada, calcorreando pela última vez o empedrado desenhado em forma de palmeiras, sabendo que, uns quilómetros à frente iríamos encontrar esse obstáculo difícil de transpor, esse osso duro de roer, que dá pelo nome de Serra D’Ossa.
Eu já tinha subido esta serra pela vertente de Terena em direcção ao Alandroal (em Agosto de 2006) e recordava-me da dureza do traçado, tanto mais, que na altura viajava com outra bicicleta e outra quantidade de bagagem, que tornavam bastante mais penosa a subida.
O Joaquim Miguel, que conhece estas paragens desde que se conhece a si, avisava-me que por este lado a subida era mais curta, mas bastante mais difícil.
Quando o raio da serra começa a empinar, começamos nós a desmultiplicar carretos, com a mesma velocidade que jogador viciado troca dinheiro vivo por fichas de casino (onde é que fui arranjar esta?), na primeira curva, já eu não tinha mais mudanças para meter, passando unicamente a contar com a pouca força física e o muito querer descascar aqueles penosos dois quilómetros e picos.
Atrás de uma curva, vinha sempre outra e á medida que olhávamos para cima, parecia que a serra ia crescendo connosco até tocar o céu.
Ao cimo da Serra d'Ossa - esse osso duro de roer
Bem, agora que já dramatizei a coisa, que vocês já estão com pena de mim e dos meus companheiros, quero-vos dizer que conseguimos chegar lá a cima sem por uma única vez colocar o pé no chão….e como diz o meu amigo Manel Faria - se conseguiste subir essa, consegues subir qualquer uma!
Depois foi uma vertiginosa descida até Estremoz onde o Carneiro queria comprar postais para enviar ao seu Vasquinho, mas, por razões que a razão desconhece, ou porque tivessem receio que os arrastasse para mais uma actividade lúdico-gastronómica na famosa adega do meu amigo Isaías, foi decidido passar ao largo duma das cidades de minha eleição.
A manhã estava excelente para pedalar, o piso, uma categoria, o que fez com que galgássemos várias dezenas de quilómetros em menos de um fósforo.
Passámos Vimiero e continuámos em direcção a Arraiolos (vila onde esta viagem havia começado).
Ao chegar às aforas de Arraiolos fomos visitar uma adega local, mas que para nossa desgraça se encontrava fechada, o que não nos impediu de fazer esta foto, assim um bocado à laia dos livros “dos 5” da nossa juventude.
" Os três - Uma Aventura na Adega" - podia perfeitamente ser o titulo do livro.
Como já havíamos decidido terminar por ali este passeio de três dias pelo Alentejo do Alto, combinámos almoçar no Bezica na Graça do Divor, onde rematei a viagem com o inevitável “rabanho” de minis e uma pratada de túbaros, a que o Carneiro fazia uma cara de enjoado (gajos de Lisboa e ainda por cima do Sporting - o que se há-de fazer?).
Despedimo-nos combinando outras viagens, outros destinos, mas a mesma férrea vontade de continuar a pedalar ao encontro do inevitável entardecer.
Quilómetros percorridos -85
Etiquetas: adega do isaias, arraiolos, estremoz, redondo, Serra d'ossa, vimieiro
5 Comments:
Caro amigo, só á chegada é que se percebe a verdadeira dimensão da "coisa".
No ano que vem será a "Volta das Adegas". Devidamente programado, com marcações prévias e percursos definidos.
Este ano perdi um kilito (também com a Serra da Estrela). Para o ano que vem quero sair do alentejo com mais dois kilos...eheheh
Nap.
O Carneiro lá seguiu até Lisboa.Saiu da Graça pelas 8 horas.Ao pequeno almoço em Patalim apareceu o Piteira.Fui até Montemor e o Piteira foi até Pegões.Depois seguiu só.Chegou cedo a casa,a horas de ver o salto de ouro do Nelson Évora.
Diz que terá de voltar para rever os sítios,as gentes, os sabores e os néctares mas de automóvel para te poder face....de biclas também mas com menos gastro-experiências...
Haja Saúde.
jm
....a serra da óssa foi para mim a primeira vez.Parei uma vez,para apreciar a vista do Convento de S.Paulo(boa desculpa).A "pdi" já me aconselha a não ter pressa e a me cuidar...de resto continuo a pensar que as serras não são boas de subir e pior de descer.
Mas agora já posso desaviar os "farinheiras "da Graça a uma próxima escalada.
Entretanto o "Zé do Pedau" virou "Pepe Do Pedalar",tendo sido assaltado próximo de Sevilha.
Disse-me ao tm que isso faz parte do sonho..."tranquilo".
Despediu-se, dizendo:"o sol que derrete o asfalto é o sol que aquece meu coração"....e lá vai a caminho de Algeciras.
Haja Saúde
Jm
Hoje há aniversário cá em casa. O vinho è "Vila dos Gamas" da Vidigueira...
Vá-se lá saber onde é que o provei e com quem....
"Rouxinol repica o cante,
Ao passar a passadeira..."
sim senhor,grande pedalada!!! eu propria só de ler fiquei derreada...obrigado por partilharem esta vossa aventura!tomei nota de algumas dicas...nunca se sabe!abraço grande da prima natércia
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