quinta-feira, dezembro 14, 2006
terça-feira, dezembro 12, 2006
Adquire aqui o Pratica(mente) do Sam The Kid
Se vives no estrangeiro, ou fora dos grandes centros e não tens acesso a discotecas especializadas e gostavas de possuir o (Pratica(mente) do Sam The Kid, podemos enviá-lo para tua casa à cobrança, ou através de transferência bancária, ao preço especial de €12.85 + portes ( Portugal €3.03 resto da Europa € 5.15) para o caso de ser á cobrança.
Para tal, só terás que nos facultar os teus dados (a que ninguém terá acesso, excepto eu) e o disco será enviado no mesmo dia – caso seja á cobrança – ou logo que tenhamos o comprovativo da transferência.
O Natal está aí à porta, e esta obra é um excelente presente para oferecer e surpreender quem gosta deste estilo de música.
Para adquirir este disco entra aqui
segunda-feira, dezembro 11, 2006
Slides - Retratos da Cidade Branca
Prometi deixar-vos aqui o poema Slides- Retratos da Cidade Branca, logo que o disco do Samuel saísse. Como o prometido é devido, aqui vos deixo este pedaço duma Lisboa distante, já com mais de 22 anos.
Como curiosidade, posso-vos dizer que foi escrito quando tinha a idade que o Samuel está agora a viver (28 anos).
Se quiserem comentar estejam à vontade. “ Os vossos comentários são o meu cachet”
Para ouvir esta faixa enquanto lês - clica aqui
Slides – Retratos da Cidade Branca
Onde estão os meus amigos?
Remotas memórias
Saltitam
Pululam
Cheiros / odores / miragens
O café
O sorriso
Olá como está!
E outras encenações
A novidade
A vizinha do 3º fugiu, amanhã vem no jornal
Ai..a imperial da Munique
Os destemidos tremoços
Moços, maçons
Canalha / navalha
Pensa coração
Amigos onde estais?
A sueca com minis à mistura
O relato da bola
A malha / copo de 3
A feira do relógio
O relógio da feira
Sandes de couratos / vinhos de Torres
Jogging de Marvila
Domingo
Especialmente domingo
Barbeados / dentes lavados
E martinis no plástico labrego
Alumínio / moderno / kitch / mau gosto
12 cordas / mãozinhas
Salteadores da razão perdida
Perdidos / enjaulados
Correio da manhã
O cú da vizinha do 9ºB
Regalo para a vista
Suplemento a cores com salários em atraso
E a Lisnave / petroquímica
Cancros do meu Tejo
Apodrecendo lentamente o azul das águas
E eu impotente / cinemascope / 35 milímetros de mim
A raiva afogada entre cubaslibres e pernas de mulheres
Que não são putas nem são falsas nem são nada
São pernas de mulheres e cubaslibres simplesmente
Paga-se a saudade com cartão de crédito
Táxi
Leva-me para onde está o meu amor
Táxi
Leva-me para lá de mim
Táxi
Atropela-me os sentidos e a alma para não deixar vestígios
segunda-feira, dezembro 04, 2006
Duelos de espadachim com sombrinhas de chocolate
Nesta altura do ano, impõe-se escrever uma crónica sobre o Natal, tanto mais que o espírito da quadra já por cá está instalado desde meados de Novembro e prolongar-se-á até meados de Janeiro, o que bem feitas as contas, perfaz quase dois meses de natal.
De qualquer modo, esta é uma época sempre esperada, em que o reencontro é uma realidade na maioria das famílias, especialmente gente nossa que viaja cá para o interior à procura dos seus, das suas raízes, dos seus sabores e das suas tradições.
Pela parte que me toca, tenho especial apreço por esta época. Gosto do fumegar da lareira e da azáfama do mulherio na cozinha em alegre algazarra preparando os pitéus especiais que havemos de comer na consoada e nas refeições que se lhe seguirão, até porque nesta quadra a mesa quer-se farta e sempre posta.
É aqui, no aconchego do madeiro no lume, que revivemos memórias de menino, do que se celebra e do que se lembra, de outros natais, que não são mais, que sinais intemporais, de um tempo que já não volta.
Gosto desta coisa de chegar, sorrir e abraçar. Gosto deste gosto pátrio ao alvorecer e pelo dia avante; e ao anoitecer, naufragar em memórias nossas, com histórias de bruxas e encruzilhadas com rezas e mezinhas a condimentar.
Gosto de pensar, que um dia hei-de deter todos os Continentes, Feiras Novas, Jumbos, Modelos e Carrefoures, essas catedrais de consumo desenfreado onde a populaça se acotovela para conquistar a última Barbie.
Gosto de pensar que um dia poderei acabar com todos os pais e mães natal, mais os trenós, duendes, renas, bolas, fitas e enfeites das árvores dos natais cada vez mais fúteis e banais.
Nunca acreditei na figura impingida do pai natal, esse velhote exageradamente gordo, vestido de fanático do Benfica e com barbas assustadoramente grandes que nunca me convenceu dos seus poderes de multiplicação e muito menos da sua capacidade de descer por uma chaminé por muito larga que esta fosse.
Na criança que em mim resiste, prefiro a companhia de um outro menino que desce pela chaminé dos meus sonhos. É um garoto igual a tantos, com o sorriso da eterna inocência enrodilhada no dourado dos seus caracóis.
Visita-me sempre por esta altura para me emprestar os olhos por onde o mundo se filtra, depois jogamos ao arraiol noite adentro e rimos desalmadamente como só as crianças o sabem fazer. Quando a manhã se aproxima e o sonho começa a desvanecer ainda sobra tempo para a nossa brincadeira favorita: fazer duelos de espadachim com sombrinhas de chocolate.