sexta-feira, março 27, 2009

Dino no BBC no dia das mentiras....Mas é verdade!!


Dia 1 de Abril é universalmente conhecido por ser o dia das mentiras. Não gosto particularmente deste dia por causa das partidas de mau gosto que determinadas pessoas fazem a outras, não medindo muitas vezes a extensão da sua mentirota.
Recordo-me duma há vários anos onde se inventou a morte de determinada pessoa, que logicamente se veio a verificar tratar de uma mentira de primeiro de Abril; só que entretanto a mentira que era só para uma pessoa, ganhou pernas e chegou num ápice à família, que como podem calcular sofreu a bom sofrer até que a pessoa em causa reapareceu de boa saúde, sem saber o que estava a acontecer.
Mas qual será a origem deste ritual patranhento que a cada primeiro de Abril se reinventa em sucessivas partidas, mentiras e outras tramóias gozativas.
Dá-nos a wikipedia a seguinte explicação:

Há muitas explicações para o 1 de abril ter se transformado no Dia da Mentira ou Dia dos Bobos. Uma delas diz que a brincadeira surgiu na França. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado no dia 25 de Março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1 de abril.
Em 1564, depois da adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX de França determinou que o ano novo seria comemorado no dia 1 de janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano iniciaria em 1 de abril. Gozadores passaram então a ridicularizá-los, a enviar presentes esquisitos e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como plaisanteries.
Em países de língua inglesa o dia da mentira costuma ser conhecido como April Fool's Day ou Dia dos Tolos, na Itália e na França ele é chamado respectivamente pesce d'aprile e poisson d'avril, o que significa literalmente "peixe de abril".
No Brasil, o 1º de abril começou a ser difundido em Pernambuco, onde circulou "A Mentira", um periódico de vida efêmera, lançado em 1º de abril de 1848, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. "A Mentira" saiu pela última vez em 14 de setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1º de abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente.
Serve este post para vos entreter com a data em que o amigo Dino & Soul Motion vão estar em registo acústico no BBC em Lisboa, junto às Docas para mais um concerto “Eu e os Meus”.
Este vosso amigo também marcará presença neste evento que visa celebrar o 1º aniversário da SPIN produtora de espectáculos e que a amiga Sara Esteves Cardoso está a organizar com a sua habitual eficiência e acuidade.
Interpretarei o tema “ Subúrbio” que serve de introdução a outro grande tema deste espectáculo e que dá pelo nome de “ Filho do Gueto”.
De facto, esta explicação do primeiro de Abril, serve mesmo só para embrulhar a notícia do espectáculo do Dino. Como tenho aqui usado e abusado deste espaço para promover este meu amigo, desta vez tentei camuflar a coisa com a história do 1º de Abril, dia em que terá lugar o espectáculo, para o caso de não haverem entendido.
Não sei se vos convide a aparecer por lá, já que me parece que a coisa é só por convite, mas mesmo assim não há nada como tentar.

Escrito por pulanito @ março 27, 2009   1 comentários

quinta-feira, março 26, 2009

De Regresso à Estrada do Monte


Regresso hoje ao alto do selim da minha bicicleta. É uma sensação a que já não estava acostumado, daí que o meu rabiosque depois de umas dezenas de quilómetros venha a queixar-se da dureza do local onde o sento.
Parto com vontade de pedalar, sabendo que a minha condição física é tudo menos a ideal.
Molho o dedo indicador, ergo-o aos céus, espero com a experiência saber de que lado está o vento. Está lateral norte, então sigo a favor dele na direcção de Castro Verde pedalando comedidamente.
Penso nos meus colegas de equipa de quem tenho ultimamente andado arredado, mas bastou uma mensagem do grande chefe, guru, soba, Joaquim Miguel apontando uma data para a ciclo-peregrinação anual a Santiago de Compostela, para que no meu interior tocassem a rebate os sinos contra a inércia; e aqui me eis.
Parece que a coisa partirá de Évora a 7 de Junho com chegada a 12 de Junho a Santiago. Pela minha parte e se me sentir com forças para isso, vou partir dois dias antes de Faro seguindo o caminho peninsular de Santiago que se inicia nesta cidade.
Subirei a Serra do Caldeirão em direcção a Almodôvar, depois Castro Verde , pernoitando em Entradas nessa primeira jornada. Regressarei de novo à estrada no dia seguinte em direcção a Évora onde me encontrarei com os meus restantes companheiros e daí partiremos para mais uma epopeia pedalante até terras de Santiago.
Enquanto estes pensamentos me povoam a imaginação reparo que o Alentejo se vestiu de verde para me receber. Um verde único de esperança que só por aqui encontro e que por palavras se torna difícil explicar. É assim um verde que nos invade a alma e nos faz estremecer pelo belo com que se nos apresenta a paisagem.
Aqui e ali brotando deste oceano de verde, nascem pequenas ilhas multicoloridas de flores silvestres, que quebrando a monotonia da imensidão verdejante, salpicam de cor e vida a terra plana que viu nascer gerações dos meus até que aqui cheguei.
Vou entretido e pedalando com vontade e prazer. O dia revelou-se perfeito para a prática deste desporto. A temperatura é amena, do vento nem novas nem achadas, o trânsito é raro por estas estradas secundárias onde me aventuro.
Esta é a terra onde solidão casa com imensidão. Ao longe avisto um pastor que á medida que me aproximo reparo estar vestido a preceito. Pelica, safões, botas e gorro herdados ou provavelmente adquiridos em recente visita à Feira de Castro.
Acena-me do alto do seu bordão. Faço uma pequena paragem para o cumprimentar e beber não só a água que o meu corpo necessita, mas também um pouco do seu saber.
Sinto que gosta da companhia e por ele ficava ali todo o dia a desfiar o seu rosário de conhecimentos, lamentações, inquietações e demais coisas que um homem pensa quando passa grande parte da sua vida a contemplar a mãe natureza.
Lá ao fundo já se ouve o ruído esganiçante de uma velha Zundapp, cujo motociclista parece alheado do mundo e se haver esquecido de meter outra mudança que não a que nos parece o motor necessitar.
Ao aproximar-se noto-lhe que no capítulo de segurança usa o capacete unicamente para iludir a GNR. O capacete é do género “penico”, vermelho Ferrari, com fita de xadrez em todo o seu perímetro e pala preta a condizer.
As presilhas que deveriam apertar ao pescoço e garantir a utilidade e segurança do capacete, esvoaçam agora ao vento num acto de revolta com este alentejano demonstra a sua indignação por tal obrigatoriedade, tanto mais, que já trás a boina por baixo do capacete, ficando assim com a cabeça verdadeiramente almofadada em caso de percalço etílico que o atire para o barranco.
Regresso à estrada satisfeito com o sinto e vejo. Revigorado com a conversa com o pastor, pedalo e penso, penso e pedalo.
Apetece-me ir por aí. Foco o olhar na estrada e sinto um inusitado prazer em pedalar.
Encho os pulmões de oxigénio de primeira e sigo o meu caminho agora já de regresso a Entradas.
Reavalio-me e penso chegar em boas condições, tanto mais que o terreno é aprazível e fiz este primeiro treino em velocidade passeante. Como tenho o conta-quilómetros avariado só posso calcular de cabeça a distância que percorri, mas como já parti vai para 5 horas devo andar pelos 100 quilómetros.
Já vejo a torre sineira da minha aldeia aquando da subida a um monte mais destacado.
À volta nem vivalma, apenas ao fundo junto a um eucalipto está estacionado um Mercedes de última geração. Uma família piquenica à beira da estrada debaixo da única sombra que nas redondezas se vislumbra.
Os pequenotes sorriem e acenam-me. Num raro e eterno momento cruzamos o olhar que lhes furto e levo comigo até ao final desta minha viagem.

Escrito por pulanito @ março 26, 2009   1 comentários

segunda-feira, março 23, 2009

A Lógica da Batata


Leio no jornal que o nosso Ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro vai de motorista e carro do estado ao mercado de agricultura biológica do Príncipe Real em Lisboa.
Este excelso governante faz questão de mostrar aos portugueses que esse é o caminho do futuro, da saúde e de uma melhor qualidade de vida, segundo as suas palavras, assim como se o progresso tivesse como caminho o retrocesso a processos há muito abandonados.
Isto leva-me a desembrulhar um pensamento que se me tem ultimamente assomado ao sentido.
Então não era assim que todos vivíamos até há pouquíssimos anos?
Retirávamos da terra aquilo que a terra dava. Para que sementes e plantas medrassem com força e saúde, estrumavam-se os campos com adúbio, ou seja excrementos de animais, envoltos na palha da sua cama que depois de curtido era um bálsamo energético para as terras e cultivos.
Desta alquimia agrícola resultavam os mais saborosos legumes e frutas, embora os menos normalizados ou calibrados.
Lembro-me perfeitamente que por esta altura do ano, me ia deitar de barriga para o ar num qualquer rego de faval e vá de enfardar favas até mais não poder.
Na época das outras culturas era a mesma coisa. Tínhamos saudades dos sabores que só apareciam em determinadas alturas do ano e que duravam o tempo de medrarem e serem consumidos.
De facto foi assim que durante séculos e séculos as pessoas viveram, até que há relativamente poucos anos, se começaram a fazer cultivos intensivos de todo o género e durante todo o ano, tudo seleccionado, tudo rotulado, tudo embalado, tudo sistematizado, tudo calibrado, tudo descolorido, tudo sensaborão, mas segundo os engenheiros, políticos e cabeças pensantes, era assim que era melhor para as populações e para o progresso do país, e ai de quem assim não fizesse…caia-lhes em cima o Carmo e a Trindade, mais a ASAE e todos os esquadrões e brigadas de costumes, segurança e higiene e mais a puta que os pariu.

Agora é in comprar cenouras, repolhos, pepinos e couve-galega a cheirar a estrume e a 5 euros o Kilo….assim como que se tivessem descoberto a pólvora.
Não tarda nada, estamos todos a cultivar a nossa hortinha biológica como último modismo recomendado pelos fazedores de opinião cá do burgo, que do alto do seu estatuto de intocáveis, nos dirão que afinal os melhores frutos, legumes e demais produtos hortícolas são aqueles produzidos de forma natural e de preferência pelas nossas próprias mãos. Como se nós não estivéssemos carecas de saber isso.!!

Escrito por pulanito @ março 23, 2009   0 comentários

sexta-feira, março 20, 2009

Pulanito's Law


Pessoas que adoptem comportamentos do estilo " estou-me cagando", vão-se cagar tanto, que um dia acabam mesmo na merda.

Escrito por pulanito @ março 20, 2009   2 comentários

terça-feira, março 17, 2009

Uma Espera Desesperante


Estou num bafiento departamento de finanças em Chelas, Lisboa, mesmo por baixo do prédio onde vivi durante muitos anos e onde ainda mora o meu filho Samuel.
O ambiente é deprimente a fazer lembrar um velório onde os acompanhantes do féretro têm eles mais caras de moribundos que o imaginário defunto.
Estou aqui há duas horas à espera de efectuar uma entrega de documentação que não demorará mais de dez segundos a satisfazer, mas regras são regras, e vá de estoicamente aguentar até à exaustão.
Penso no processo que aqui me trouxe e receio que este seja apenas o inicio de um longo calvário burocrático para o qual não tenho jeito nem paciência.
À minha volta dezenas de cidadãos resignados esperam a sua vez com ar de quem se dirige para o cadafalso, exceptuando uma senhora de provecta idade, que insiste em revelar à amiga que encontrou, e a toda a plateia, as suas últimas andanças pelo mundo, incluindo uma viagem a Roma com pormenores, custos, itinerários e demais minudências que a ninguém interessavam, nem sequer á pobre que não sabia como se livrar daquela praga em forma de gente que teimava em obstruir-lhe o caminho e torrar-lhe a paciência.
De quando em vez, o apito electrónico a imitar uma campainha de casa obrigava toda a gente voltar-se para o quadro electrónico e consultar o papelinho em forma de boomerang onde o número mágico da vez de cada um está inscrito.
Há um murmúrio de sofrimento no olhar desta gente. Há um prenúncio de multa em cada papel entregue. Há uma interminável sensação de automatismo robotizado na cara de quem nos atende.
Ao meu lado (e talvez usando o mesmo truque que eu) uma jovem debita incessantes SMS’s, provavelmente copiando o que escrevo, até porque tenho a sensação que deita o olho ao meu caderno e invade a minha privacidade, coisa de que até nem me importo e transformo num jogo mental para me entreter, pena que não consiga ler o que escreve no ecrã do seu PDA, mas aposto que fala de mim, ou pelo menos assim o desejo, segundo o meu lado mais narcisista.
Nisto uma cigana de negro trajada da cabeças aos pés, incluindo sapatos, não liga nada a esta vaga de gente que ordeiramente aguarda a sua vez, qual gado que espera no redil a sua vez de entrar no prisco para ser vacinado ou mesmo marcado.
Entra e pergunta – Oiça lá, ondi é que se faz o Ierreessi?
Um insensível funcionário sem qualquer expressão no rosto responde-lhe: - Tem que tirar a sua senha e aguardar a sua vez.
:- Quali?- Pergunta a cigana.
:- A amarela…no seu caso
:- Esta genti está toda aqui à espera de ser atendida? – questiona de novo a representante da raça cale.
:- Claro. Acha que estamos aqui p’ró cafezinho!!. Remata um insatisfeito cliente do Teixeira (dono deste tipo de estabelecimentos, onde o pessoal paga e não bufa), e que pelos vistos, só de ver um cigano já o dia lhe corre mal, quanto mais conviver com ele no mesmo espaço.
Começam a ser audíveis os sinais de insatisfação dos utentes.
Levanta-se uma voz feminina que não consigo identificar.
:- Não há direito. Está uma pessoa Há duas horas a secar e ainda por cima para pagar, ainda se fosse para receber. Interiormente concordo em absoluto com o comentário.
De repente o velório transformou-se num mercado onde toda a gente desatou a botar faladura. Uns com razão outros não, mas a vozearia invadiu o espaço e lá apareceu mais um funcionário que fez toda a diferença.
Sou o 47, vai no 45, portanto estou quase a poder sentar-me à frente desse gélido humano que pressinto me irá dizer que a documentação que pretendo entregar não está em conformidade.
Ok. Lá vou eu….



De regresso, só para vos dizer que me diverti com esta espera e que afinal a senhora que me atendeu era simpática, aceitou-me a documentação e tudo correu na perfeição.
Eu ás vezes faço uns filmes!!!

Escrito por pulanito @ março 17, 2009   2 comentários

quinta-feira, março 12, 2009

Dino & Soul Motion Sábado dia 14 em Silves

No próximo Sábado pelas 22 horas, em Silves, no Pavilhão Municipal da Fisul vai ter lugar mais um extraordinário concerto desse multifacetado intérprete de seu nome Dino.
Acompanhado pelos Soul Motion e muitos dos convidados que participaram no seu disco de estreia “ Eu e os Meus”, Dino vai seguramente surpreender todos os que tomem a iniciativa de aí se deslocar.
Este vosso amigo também lá vai estar presente participando neste espectáculo, coisa que já aconteceu em duas anteriores vezes.
É sempre um prazer voltar a subir ao palco ao lado deste intérprete de voz única.
Este concerto está integrado na digressão que agora começa e que percorrerá o país ao longo do ano de 2009 promovendo esse primeiro trabalho discográfico do Dino.

Escrito por pulanito @ março 12, 2009   2 comentários

quarta-feira, março 04, 2009

Amnésia


Desde 20 de Fevereiro que por aqui não passo. Na verdade tenho tido pouca vontade de escrever e depois tive uma semaninha de merecido descanso lá para as bandas dos Pirinéus, onde o eterno manto branco das neves, são um excelente anti-stress para o nosso acelerado processo de vivência.
Tenho vindo aqui espreitar, actualizar comentários e pouco mais. Para escrever necessito de um clique ou então de um ambiente de paz absoluta, única maneira de transformar em palavras as ideias ou imagens que nos vão surgindo no ecrã da memória.

Tenho andado ocupado.
Tenho andado ocupado a recolher fragmentos de uma memória que teima em desaparecer na neblina do esquecimento, esvanecendo-se indelevelmente e com ela naufragando muitas das nossas vivências, esse património de conhecimento que conquistámos ao longo dos anos.
Confesso-me um tudo nada obcecado com a proporção que isto tomou, sendo nos dias que correm uma das minhas prementes preocupações.
Procuro registar tudo o que me rodeia colocando imaginários lembretes de cores eléctricas, de modo a menorizar as irremediáveis percas que sei virem a acontecer.
Dou comigo a ler livros e dois dias depois de os ler não me lembrar sequer do enredo e com os filmes, pessoas, nomes, sítios ou acontecimentos, tenho de fazer um esforço assinalável para deles me recordar.
O meu médico diz-me que tenho o PDI alto...ou seja: falamos da inevitabilidade temporal que vai tomando conta de nós, triturando, mastigando, anulando aquilo que consideramos ser a nossa maior riqueza: a memória.
Vem este post a propósito do telefonema que hoje recebi do meu amigo Fernando Cruz, para mim e para sempre “ o Chupa” (ler artigo a este dedicado em Setembro de 2007), dando-me conta que havia conseguido uns telefones que lhe pedi.
Estes telefones eram de 2 colegas nossos de escola e também desse marco que para nós os quatro foi partilhar vários anos de ensino, com este que foi para nós o grande mestre, titulo com que abrilhantamos as nossas conversas sempre que dele falamos.
Falo do Arquitecto Fernando Eugénio Dias Pinto esse enorme cinzelador, nosso mestre, companheiro, cúmplice de todas as horas e agora objecto desta materialização memorial que pretendo levar a cabo.

Foi na Escola de Artes Decorativas António Arroio em Lisboa, que travei conhecimento com este homem que viria a marcar para sempre a minha vida e dos meus companheiros que agora procuro reunir.
De aspecto rechonchudo e dócil, contava naquele tempo (1968) talvez uns trinta anos.
Como estudava num curso com pouca procura, tinha o Mestre Pinto praticamente só para mim, o que fazia que gerássemos uma cumplicidade fraterno-visceral.

A nossa cumplicidade era tal que ele me perguntava que nota me haveria de dar em cada período, bafejando-me sempre com excelentes notas que este dizia serem excelentes argumentos, não só para a média necessária, mas para poder esgrimir argumentos com os seus outros colegas, e em especial nas cadeiras em que tinha maior dificuldade, convencendo-os a dar-me mais um ou outro pontinho.

Certo dia pediu-me para iniciar um trabalho a partir de determinado modelo e que depois o estilizasse. Como a falta de inspiração e a pouca vontade andavam de mãos dadas, nada me saía bem, até que disse ao Mestre que não conseguia encontrar uma forma que considerasse original, ao que este respondeu : - de algum modo tens razão. Os gregos há muito que esgotaram a forma.
Desta não me esqueci e aqui a registo antes que os dragões verdes da desmemorização por aqui passem e ma surripiem de vez.
Quando ingressei no mundo do trabalho fui estudar de noite. Mais uma vez o Mestre Pinto era meu mestre e mentor. Não raras eram as vezes que este em vez de me dar a aula de cinzelagem, me levasse a jantar e durante o jantar me desse antes uma lição de vida.
De uma outra vez em que eu (vá-se lá saber porquê) decidi faltar dias e dias à escola, este montou-se no seu Fiat 127 vermelho e foi buscar a minha mãe para que à última hora me justificasse as faltas e não reprovasse o ano. Da tareia que levei a seguir não vos quero nem falar, mas que foi bem merecida, não tenho a menor das dúvidas.

Agora, quase quarenta anos depois, vamos reunir este núcleo duro que respondia pelos nomes de:
Fernando Manuel Cardoso da Cruz
José Manuel Araújo Leite
Belisário José Caldas Marçal
Napoleão Santiago Mira
Mestre Fernando Eugénio Dias Pinto.

Estou ansioso por este reencontro com os meus colegas de escola de modo a podermos pôr em dia as nossas vidas.
Sabendo que este é um post completamente pessoal, corro o risco de defraudar os meus parcos leitores com um tema que a praticamente ninguém diz respeito.

Como decidi tornar o Pulanito um depósito dessas memórias aqui fica mais uma registada em forma de letra para que não se percam nas veredas da vida alguns dos episódios da nossa existência.

Escrito por pulanito @ março 04, 2009   2 comentários

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